Você desembolsaria milhões de reais para abrir um luxuoso restaurante ou pagaria um jantar caro em um ambiente gourmet para lá de requintando e, detalhe, tudo isso no mundo virtual? Isso começou a ser possível com a chegada do metaverso. Mas, por que essa “nova internet” está deixando o mundo eufórico?
O metaverso insere usuários em um ambiente virtual,
proporcionando uma verdadeira experiência imersiva, sem precisar sair do sofá.
Para acessar essa “nova camada” é necessário o uso de tecnologias de realidade
virtual e aumentada, como já acontece em famosos jogos, como “Minecraft”, por
exemplo. Neles, os usuários criam seus próprios personagens, participam de
missões e se relacionam uns com os outros.
Trazendo esse novo momento para o dia a dia de uma
empresa, já é possível realizar reuniões no metaverso e participar de feiras e
eventos, inclusive, interagindo com os visitantes. É, também, uma forma
inovadora de diminuir as distâncias impostas pelo formato de trabalho home
office, ou um jeito de aproximar colaboradores que trabalham em diferentes
localidades.
Pensando no lazer, muito em breve, será simples
realizar visitas a pontos turísticos emblemáticos, como a Torre Eiffel, em
Paris (França), por exemplo.
Essa conexão do físico e do digital vai, aos
poucos, transformando o comportamento do consumidor, em termos do que ele
veste, come, como se diverte e, principalmente, como paga por toda essa
experiência. E isso é só o começo. A tendência é que essas inovações avancem
cada vez mais. Uma pesquisa da McKinsey & Company, consultoria empresarial,
aponta que os gastos com o metaverso podem chegar a US$ 5 trilhões em 2030.
Embora seja um terreno cheio de incertezas, o fato
é que as mudanças do metaverso já estão acontecendo em diversos setores,
inclusive no de alimentação fora do lar. O Burger King, por exemplo, lançou no
ano passado o Keep It Real Meals. A ação consistia em fixar QR Codes nas
embalagens, que, ao serem acessados, desbloqueavam colecionáveis digitais e
bônus no formato de NFTs. Muitos clientes foram premiados com vouchers de
sanduíches Whopper e produtos exclusivos.
O McDonald’s é outra rede que também decidiu
investir nesse universo, homologando um pedido de registro de patente para
ativos virtuais. Isso significa que a gigante rede de fast food terá um
restaurante virtual com a oferta de produtos reais. Ou seja, os consumidores
logo poderão se relacionar no mundo virtual e receber seus pedidos de forma
física, em casa, por meio do delivery.
Diante desses exemplos, fica a pergunta: como o
segmento do food service pode se render ao metaverso, atuando com eficiência em
todas as suas frentes do negócio e garantindo a melhor experiência ao cliente?
Nesse sentido, contar com um sistema de gestão
integrado (ERP) adequado terá papel preponderante para a performance da
empresa. Por mais que se passe em um ambiente virtual, o comportamento do
consumidor continua sendo uma importante fonte para apoiar diversas estratégias
para os produtos que serão oferecidos, inclusive, entendendo qual a capacidade
da empresa para atender às demandas que surgirão. Em um caso como este, o ERP é
decisivo para maximizar as oportunidades e entender como será a abordagem do
consumidor nessa interação.
É o ERP que terá a capacidade de processar todas as
informações geradas nos mundos virtual e real, e que ajudarão o gestor a
entender o que deu ou não deu certo, o que precisa ser feito para corrigir e
qual o melhor caminho a ser trilhado. As tomadas de decisões são conscientes
pois são baseadas em informações verdadeiras, do consumo que está acontecendo
em tempo real. Isso permite ao restaurante criar estratégias que entreguem mais
valor ao cliente.
As ferramentas que um ERP carrega consigo ajudam na
melhor construção dos produtos e serviços que serão oferecidos. Um exemplo de
ferramenta é a engenharia de cardápios. Da mesma forma como acontece no mundo
off-line, dentro de um serviço no metaverso, o cardápio que estará à disposição
dos usuários foi pensando para atender às necessidades dos clientes, mas,
sobretudo, para trazer rentabilidade para o negócio, respeitando sempre a
capacidade da operação e as possibilidades de entrega.
O restaurante precisa saber quais produtos serão
levados para o metaverso, considerando-se alguns aspectos, como os custos de
preparação, a demanda e o raio de cobertura. E essas definições passam pela
engenharia de cardápio e estudo da curva ABC de produtos. Outro cuidado será com
os tipos de pratos e o tempo de preparo, porque os que estiverem no ambiente
virtual precisam ser preparados e entregues com muito mais agilidade ao
consumidor.
A demanda pelo metaverso também vai criar outras
perspectivas para as dark kitchens, que poderão deixar de
ser “restaurantes fantasmas” para começar a receber visitas interativas dos
clientes, conectando-os com a escolha e a preparação dos pratos, criando uma
experiência valiosa.
O metaverso é uma oportunidade de inovação,
flexibilização e escalabilidade a ser explorada pelo setor. Mas é preciso estar
respaldado em soluções inteligentes, capazes de entregar mobilidade e agilidade
para que todo o processo de produção, entrega e pós-venda impacte o cliente de
forma positiva.
Eduardo Ferreira, - CCO da ACOM
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