Além da questão da saúde mental, questões relacionadas ao desempenho físico precisam ser consideradas pelos empregadores
Os dados mais recentes sobre a saúde dos trabalhadores na indústria apontam que chega a mais de 474 mil o número de afastamentos motivados por doenças musculoesqueléticas relacionadas ao trabalho. Esse fato aponta um gargalo para a Indústria 4.0, concebida como o futuro a partir do uso de novas tecnologias e o conceito do homem-robô, porém é visível que o discernimento humano permanece insubstituível e é preciso encontrar um ponto de equilíbrio entre a saúde dos colaboradores e a produtividade à empresa.
Deste total de afastamentos, cerca de 35 mil estão relacionados a doenças do complexo do ombro. Sabendo dessa realidade, há mais de cinco anos, Alfredo Kiryl Marczynski, Marcos Loest e Rafael de Tarso Schroeder, resolveram deixar a carreira corporativa em uma grande montadora, para empreender em uma startup que hoje oferece soluções para a indústria nessa perspectiva de ergonomia e qualidade de vida aos colaboradores.
“Em meados de 2017, sem muita pesquisa e conhecimento, de forma bastante amadora, demos o primeiro passo para a elaboração do exoesqueleto. Eu confesso que não acreditava muito, e fui o primeiro a pontuar que era coisa de amador, porém ainda bem que deu certo! Hoje, atuamos no Brasil, Chile e Argentina”, relata Marczynski, que é o CEO da Startup Exy Group.
A
solução da Exy funciona como um esqueleto externo que o trabalhador utiliza
para dar mais conforto e melhorar a postura em atividades que exigem a
curvatura da coluna, força dos ombros, cotovelos e das pernas.”Nosso principal
objetivo é entregar aos colaboradores da indústria, condições favoráveis para
conseguirem realizar suas atividades com segurança e tranquilidade. E a
experiência que estamos coletando é, de fato, uma maior satisfação de ambas as
partes envolvidas no processo, sendo as pessoas e as organizaçõs”, explica o
CEO.
Do
amadorismo ao respaldo científico
O exoesqueleto vem sendo comercializado desde 2019, após passar por um processo de pesquisa e o desenvolvimento inicial de protótipos que contaram com o auxílio de profissionais que já trabalhavam com essa tecnologia voltados à área da saúde.
O projeto se iniciou com recursos próprios e após diversas empreitadas, a equipe da Exy conseguiu chegar ao melhor produto final. Em 2018 houve o aporte de investidores e, com isso, foi possível aumentar a equipe e tornar o projeto mais robusto, pois neste momento os recursos financeiros já estavam escassos. Com a parceria com a empresa ATDM, que, inicialmente, fornecia consultoria e hoje é sócia da Exy, foi possível tornar o protótipo seriado, ou seja, foi possível reproduzir o produto em série.
Atualmente, a Exy atua com a venda de Exoesqueletos, mas também conta a locação destes, a qual serve para que os clientes possam testar o produto e, se aprovado, realizar a compra em grandes quantidades de forma a equipar sua empresa. “Devido ao custo dos equipamentos, que giram em torno de R$ 20 mil, acabamos iniciando com a locação dos produtos. E isso motivou os clientes, após experienciar ótimos resultados, a efetuarem a compra e, assim, começamos a ganhar tração no mercado”, relata Marczynski.
As
locações são de 6 a 12 meses. Sendo que no primeiro recebimento do produto,
seja de venda ou de locação, a StartUp faz treinamento dos operadores e
acompanhamento das primeiras horas de uso. Os principais segmentos atendidos no
momento são nos ramos de metal mecânica e automotiva, no entanto, há potencial
para os setores de agronegócio, têxtil, aviação, e até médicos cirurgiões e
dentistas.
Exy - HealthTech que tem como objetivo reduzir os afastamentos de trabalhadores no chão de fábrica ou em operação logística, ao desenvolver e fabricar exoesqueletos industriais: equipamentos vestíveis, mecânicos, sem a necessidade de baterias e eletricidade, que reduzem o esforço do usuário em até 30%. https://www.exygroup.com.
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