Estudo americano indica que a saúde psicossocial de jovens e adolescentes baixa com a condição
Querendo provar que a cirurgia plástica nem sempre
se trata só sobre a beleza e a vaidade, um grupo de médicos do Hospital
Infantil de Boston conduziu um estudo ao longo de 10 anos com 45 mulheres na
casa dos 18 anos. Todas elas possuíam algum tipo de assimetria das mamas, a
maioria com subdesenvolvimento de um dos seios, outras com um seio com
crescimento anormal e um pequeno grupo com uma condição rara chamada mama
tuberosa, deformidades na aparência que causavam graves condições psicológicas
no grupo pesquisado.
Mesmo parecendo que as participantes são muito
jovens para passar por um procedimento do tipo, o estudo publicado no Jornal da
Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos, indicou que as pacientes tinham um
grave déficit de aproveitamento social e saúde mental quando comparadas a
outras jovens, tanto pelo aspecto físico quanto pelo psicológico.
“A mama tuberosa, por exemplo, é uma malformação
dos seios, em que a base é menor do que o comum, o que causa tamanho e aréolas
desproporcionais. Além de ser visualmente incômodo, gerando diversos problemas
psicossociais, também pode causar dor na portadora,” explica Patricia Marques,
cirurgiã plástica especialista em cirurgia reparadora de mama pelo Hospital Memorial
Sloan-Katering Cancer Center, em Nova York.
A especialista compartilha um pouco do que escutou
de suas próprias pacientes. “Muitas delas me contam que não tinham coragem de
ir à piscina ou na praia, colocavam preenchimentos no sutiã para compensar a
assimetria, ou até evitavam criar laços românticos por vergonha da estética”.
Segundo Marques, a correção para esse tipo de
problema é mais simples do que parece. “No caso de um seio muito pequeno
podemos fazer o implante de silicone ou a lipoenxertia, com a própria gordura
da paciente. Quando uma mama é muito maior, realizamos a mamoplastia redutora.
Podemos até mexer no outro seio, para que ambos fiquem com aparência
harmônica”, explica.
No caso da mama tuberosa, a cirurgiã esclarece que
o procedimento é um pouco mais complexo, já que primeiro deve ser feita a
correção do tamanho da aréola, para diminuí-la e deixá-la proporcional, e
somente depois deve ser feito o alargamento da base do seio e realojamento do tecido
mamário, para que ele perca o formato em ‘tubo’. ”Só então é colocado o
silicone ou enxerto de gordura para eliminar a flacidez”, explica.
No estudo, os resultados foram extremamente
positivos: todas as pacientes num período de 3 anos após os procedimentos,
apresentaram melhora na qualidade de vida, autoestima e doenças psicológicas,
se igualando a média de outras mulheres na mesma faixa etária. Eles também
acreditam que as pacientes se beneficiaram de terem feito a cirurgia mais cedo
e aproveitado mais a adolescência.
“A autoestima vem de dentro e quando não estamos
confortáveis em nossa própria pele, principalmente nesta fase, podemos perder
muito em relação a saúde mental. Acredito que esse seja um dos casos mais
indicados para buscar a ajuda da cirurgia plástica,” finaliza Marques.
Doutora Patricia Marques - CRM-SP:
146410 - graduada pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São
Paulo, membro especialista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, com
especialização em reconstrução de mama e cirurgia linfática no Hospital Santa
Creu i Sant Pau em Barcelona, e complementação em cirurgia reparadora de mama,
cabeça e pescoço no Hospital Memorial Sloan-Katering Cancer Center, em NY,
EUA.
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