De acordo com
especialista, a falta de medidas preventivas acarreta em um ambiente propício
para o desenvolvimento de novas cepas
Para aqueles que não se lembram bem de
suas aulas de biologia na época da escola, os temidos vírus são microorganismos
que têm uma composição muito simples, porém danosa. O próprio nome já indica
isso: com origem no Latim, essas pequenas criaturas podem ser traduzidas como
toxinas ou, até mesmo, veneno. Por serem acelulares, os vírus dependem de
outras células vivas para replicação, uma vez que são incapazes de fazê-la
sozinhos, acarretando na destruição celular dentro de um organismo. Mas, então,
como evitá-los? A resposta está na palavra-chave do momento: vacina!
"As vacinas funcionam como um
"antivírus" para os organismos. Em linhas gerais, a vacinação ensina
ao sistema imunológico como criar resistência ao invasor (seja vírus ou
bactéria). Funciona da seguinte forma: o antídoto pode conter o vírus morto ou
enfraquecido, causando sintomas brandos e inofensivos ao indivíduo, obrigando o
organismo a criar uma resposta imunológica e a ‘memória’ celular. Assim, caso o
corpo seja infectado com o agente, já saberá como combatê-lo de maneira mais
rápida e efetiva", explica Dr. Hugo Morales, infectologista e diretor
médico da Laura ,
healthtech que utiliza a inteligência artificial para a gestão de cuidados dos
pacientes.
Com a chegada da pandemia da Covid-19,
no início de 2020, a população mundial se deparou - e segue se deparando - com
um novo inimigo: a mutação viral. Isso porque o SARS-COV-2 nada mais é que uma
variante da já conhecida família de coronavírus - agentes patogênicos bastante
comuns em animais e humanos, causando doenças respiratórias em seres vivos. Já
não é novidade que o índice de transmissão é elevado e ocorre de forma rápida,
gerando diversos danos para a saúde global e podendo levar à morte. Até o
momento, em todo mundo já foram registrados mais de 219 milhões de casos da
doença e 4.5 milhões de mortes. Diante da gravidade da situação perante um
parasita, até então desconhecido, os esforços de toda comunidade científica
focaram no desenvolvimento de diversas vacinas para mitigar a transmissão e os
casos graves.
"Para além das medidas de
distanciamento social e cuidados como o uso de máscaras e foco na higienização,
a vacinação em massa tem um papel muito importante na redução da chance de
morrer pela infecção. Vale ressaltar que a vacina não impede que a pessoa se
contamine com a doença, mas, sim, diminui drasticamente os casos graves e a
taxa de letalidade", ressalta Morales.
Mas, então, por que novos vírus seguem
aparecendo?
Quando um vírus entra em uma célula,
ele realiza cópias dentro daquele corpo para poder se replicar. Contudo, é
bastante comum que, durante esse processo, o agente cometa erros que são
capazes de realizar mutações nos códigos genéticos, criando novas cepas e mais
variações de si próprio. A maioria dessas mutações não beneficiam o próprio
vírus, contudo algumas podem melhorar a capacidade de transmissão e a adaptação
do vírus ao ser humano. "Isso, somado a demora na vacinação e a falta dos
cuidados preventivos, torna a transmissão e criação de novas variantes cada vez
mais propícios", comenta o infectologista.
O que fazer para evitar?
De acordo com o médico, os cuidados
adotados anteriormente devem seguir a rigor, mesmo com a vacinação em
andamento: evitar ao máximo aglomerações, uso de álcool em gel, máscaras
cobrindo nariz e boca; evitar a transmissão e contaminação, distanciamento
social e tomar todas as doses recomendadas da vacina.
Suspeito que estou com a doença. O que
fazer?
Por se tratar de uma doença respiratória bastante semelhante a uma gripe - em casos mais brandos - é importante monitorar o caso. Em caso de sintomas, como dito acima, é importante isolar-se por, pelo menos, 10 dias de sintomas. O acompanhamento por um profissional de saúde é recomendado através de consultas presenciais e/ou remotas.
"O mundo está cada vez mais digitalizado e a necessidade do distanciamento social veio para provar como a tecnologia pode ser essencial para os cuidados com a saúde, uma vez que as plataformas de teleatendimento são capazes de romper as barreiras físicas e trazer mais fluidez para o processo. Vale ressaltar que o teleatendimento não vem para substituir por completo as consultas presenciais, mas sim como um complemento e uma forma de facilitar o acesso e evitar visitas desnecessárias aos hospitais", finaliza Morales.
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