Especialista e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Leandro Faustino explica por que essas crenças são infundadas e não devem mais ser passadas adiante, colaborando para combater a desinformação
É muita informação mesmo. Sobre tudo e qualquer coisa.
Segundo levantamento da Domo, a cada
minuto trocamos em todo o mundo 41 milhões de mensagens de WhatsApp. No mesmo
curto espaço de 60 segundos, publicamos 347 mil Stories no Instagram. Somos
bombardeados por notícias o tempo todo, e nem sempre de fontes confiáveis. O
resultado são fakenews, que geram mitos, que geram mais fakenews, e atrapalham
todo mundo. Na cirurgia plástica não é diferente. A desinformação leva muita
gente a adiar seus planos e, por consequência, uma vida com mais qualidade,
satisfação e saúde integral. Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia
Plástica, o cirurgião plástico Leandro Faustino esclarece sete mitos comuns
nesta área e ressalta: a melhor fonte é sempre o seu médico de confiança que,
além da formação e experiência, se atualiza constantemente sobre as melhores
técnicas e novas tecnologias.
Mito 1: Existe um limite de idade para
fazer cirurgia plástica
“Não existe limite de idade, o que limita o procedimento são
as condições clínicas e de saúde do paciente. A pessoa pode até ter algumas
doenças crônicas como pressão alta e diabetes, mas se elas estiverem
controladas, pode se submeter à cirurgia independente do fator idade. Hoje, com
todo mundo cuidando mais das doenças intrínsecas à maturidade, já estamos
operando pacientes de até 70 ou 80 anos, desde que estejam em boas condições de
saúde”.
Mito 2: Não há mais acúmulo de gorduras
nas regiões lipoaspiradas
“O volume da área lipoaspirada pode sim voltar às condições
anteriores à cirurgia se o paciente engordar. Não existe isso de que, quando a
parte do corpo é lipoaspirada, você nunca mais engorda naquele local. O que sim
acontece é que essas regiões tendem a acumular menos gordura do que o restante
do corpo. Mas se engordar 20, 30 quilos, vai sim ganhar gordura também no local
onde já lipoaspirou”.
Mito 3: É obrigatório trocar próteses
de silicone a cada 10 anos
“A troca da prótese de silicone é algo polêmico porque
existem opiniões muito diversas. Mas o que a gente tem hoje de fato é que as
complicações relacionadas à presença da prótese começam a ocorrer mais
frequentemente após 10 anos, como a contratura capsular – que é a perda da
elasticidade da prótese – e o surgimento de irregularidades no formato. É um
desgaste natural, uma reação do organismo, o que normalmente leva à troca da
prótese de silicone, por isso algumas entidades e especialistas recomendam essa
substituição. Porém, não há essa obrigatoriedade, é preciso avaliar caso a
caso”.
Mito 4: A hidrolipo oferece menos
riscos que a lipoaspiração usual
“A hidrolipo - em que fazemos a aspiração com anestésico
local e sem sedação do paciente - não oferece menos riscos que outros
procedimentos. O que define o nível de risco é a quantidade de áreas que serão
submetidas à cirurgia, e não o tipo de anestésico. Tanto a anestesia geral como
a local oferecem riscos, o paciente pode ter, por exemplo, uma intoxicação,
caso o volume de anestésico local usado seja muito grande. Por isso é
importante sempre verificar se o médico é credenciado pela Sociedade Brasileira
de Cirurgia Plástica e se a clínica ou local do procedimento é regulamentado
para isso pela Anvisa, com todos os profissionais e recursos necessários para
gerenciar possíveis ocorrências”.
Mito 5: Toda cicatriz de cirurgia vira
queloide
“De maneira nenhuma toda cicatriz vira um queloide, que é
aquele acúmulo de tecido cicatricial que pode ocorrer no local do corte, com
aparência saliente ou rugosa. Isso acontece em uma diminuta parte das
cicatrizes, algo em torno de 1% se considerarmos a população em geral. Nem toda
cicatriz pouco estética é queloide, há outros problemas como cicatrizes
alargadas, deprimidas, muito pigmentadas, na verdade o queloide é o mais raro
de todos”.
Mito 6: É preciso emagrecer para fazer
cirurgia plástica
“Nem todo paciente precisa emagrecer para cirurgias, somente
os que estão fora do peso ideal, calculado através do IMC, que é o índice de
Massa Corpórea. Esse índice precisa estar normalmente entre 20 e 30 por duas
razões. Primeiro, pelos riscos. Pessoas com obesidade grau 1 ou 2 apresentam
riscos maiores associados ao procedimento cirúrgico. É estatisticamente
comprovado que estão mais sujeitas a ter mais trombose, embolia, infecções ou
problemas respiratórios do que uma pessoa com o peso ideal ou com sobrepeso. Em
segundo lugar, os resultados também são alterados. Uma pessoa obesa que faça
uma lipoaspiração, por exemplo, pode ainda ficar com gordura residual no local
ou com sobra de pele, e com certeza não ficará satisfeita”.
Mito 7: A lipoaspiração é o procedimento
com maior riscos de complicação
“Isso não procede. As cirurgias plásticas que apresentam
mais complicações são as cirurgias extensas, de contorno corporal, geralmente
associadas a pacientes bariátricos, com grandes perdas de peso. Estamos falando
de lifting corporal inferior ou abdominoplastias muito amplas. Esse imagem
equivocada talvez venha do fato de que a lipoaspiração é o procedimento mais
realizado dentro da cirurgia plástica, e sempre que há uma complicação grave
ela vira notícia, mas o fato é que ocorrências como perfurações ou óbitos são
raríssimas”, conclui Faustino.
Leandro
Faustino - Formado em medicina pela Universidade
Federal de São Paulo (Unifesp) e com residência em cirurgia plástica na
UNIFESP, passou parte de sua residência no mundialmente famoso Massachussets
General Hospital, da Universidade de Harvard, nos EUA. Dr. Leandro Faustino
coleciona especializações em instituições renomadas brasileiras e
internacionais que possibilitam que ele realize com excelência mais de 30 procedimentos
estéticos e de reconstrução. É Membro Titular da Sociedade Brasileira de
Cirurgia Plástica, possui Mestrado em Cirurgia Plástica pela UNIFESP e
pós-graduação em Cosmiatria, Laser e Procedimentos Estéticos no Hospital
Israelita Albert Einstein. Ao longo de sua carreira coleciona prêmios e
homenagens, com formação e experiências complementares nos Estados Unidos, em
Dubai e na Áustria. É autor de artigos científicos, capítulos de livros e
artigos em revistas de grande circulação na mídia. Atualmente, faz parte do
quadro médico de renomados hospitais como Sírio Libanês e Albert Einstein e
Human Clinic.
https://doutorleandrofaustino.com.br
Instagram: @drleandrofaustino
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