Reações de cães e
gatos pode ir de vômito até estado de coma e óbito
Um dos símbolos comerciais da Páscoa, o chocolate é
um item muito comum nos lares brasileiros durante este período do ano. Às
famílias que possuem cães e gatos, é preciso atenção para que os pets não
consumam a guloseima. Isso porque o chocolate possui substância tóxica aos
peludos, que pode provocar quadros graves e comprometer a vida dos animais.
Conforme explica a médica-veterinária Carolina
Filippos, da Comissão Técnica de Clínicos de Pequenos Animais (CTCPA) do
Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP), o
cacau contém teobromina e cafeína, substâncias com alto poder estimulador que
representam risco aos pets. “A teobromina é a mais tóxica e pode permanecer até
seis dias no organismo do animal, causando vômito, diarreia, febre, convulsão
e, em casos mais graves, pode haver coma e óbito.”
Filhotes, idosos e raças
pequenas podem ter complicações
Quanto mais elevado o teor de cacau no chocolate,
mais tóxico ele é para os animais, observa a médica-veterinária. Segundo ela,
os pets idosos, filhotes e de raças de pequeno porte são os mais vulneráveis
aos riscos de intoxicação.
“Para um animal de dois quilos, por exemplo, uma
barra de 100 gramas de chocolate pode ser letal", diz Carolina. Mesmo o
chocolate branco, feito de manteiga de cacau, é item proibido, pois também possui
níveis de teobromina, além de grande quantidade de gordura, que pode causar
gastroenterite.
Prevenção: informe a família
sobre os riscos
Portanto, os tutores não podem baixar a guarda com
os ovos, bombons e outros itens feitos de chocolate. “O odor ou mesmo a
embalagem podem atrair os animais, que não medirão esforços para conseguirem
farejar e ingerir o chocolate”, alerta o médico-veterinário Yves Miceli de
Carvalho, presidente da Comissão Técnica de Nutrição Animal (CTNA) do CRMV-SP.
Os profissionais orientam que todos os membros da
família, inclusive as crianças, fiquem atentos para não deixarem pedaços e
sobras de chocolate sobre a mesa para recolherem rapidamente caso caia uma
quantidade, mesmo que pequena, no chão.
Se houver ingestão, o que
fazer?
Em caso de ingestão acidental do chocolate, os
sintomas não serão imediatos. Eles poderão iniciar após seis a 12 horas.
“Nestes casos, o animal deve ser levado o quanto antes a uma clínica
médica-veterinária, para o atendimento adequado”, recomenda Carvalho.
Uma das reações é a hemorragia intestinal. O tutor
pode perceber o problema com a ocorrência de sintomas como vômito, diarreia com
sangue fresco e diminuição do apetite. "O tratamento de suporte deve ser
realizado de acordo com os sintomas apresentados. Se a ingestão for recente, é
indicada a indução do vômito e até lavagem estomacal. Mas os procedimentos
devem ser feitos por um médico-veterinário", explica Carolina.
Outros alimentos tóxicos
Além do chocolate, outros produtos relacionados à
Páscoa também integram a lista de alimentos proibidos para os animais. Tenha
muito cuidado ao manusear temperos como alho e cebola. Eles afetam as hemácias
dos animais e podem gerar sérias complicações, se ingeridos em grande
quantidade.
O presidente da CTNA/CRMV-SP aconselha ainda não
oferecer frutas como uva e abacate. “Eles têm elementos tóxicos e causam
vômitos, diarreias e problemas respiratórios”, afirma Carvalho.
Prato tradicional nos almoços de Páscoa, o peixe
sim pode ser consumido pelos animais, entretanto, em pequenas quantidades,
desde que esteja cozido, sem espinhas e sem temperos ou condimentos. Porem, os
tutores evitem compartilhar seus alimentos com os pets. "O ideal é
restringir aos nossos pets aqueles alimentos que foram realmente feitos para eles”,
orienta Carolina.
Sobre o CRMV-SP
O CRMV-SP tem como missão promover a Medicina
Veterinária e a Zootecnia, por meio da orientação, normatização e fiscalização
do exercício profissional em prol da saúde pública, animal e ambiental, zelando
pela ética. É o órgão de fiscalização do exercício profissional dos
médicos-veterinários e zootecnistas do estado de São Paulo, com mais de 39 mil
profissionais ativos. Além disso, assessora os governos da União, estados e
municípios nos assuntos relacionados com as profissões por ele representadas.
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