Você sabia que nosso corpo trabalha de forma
integrada? Isso não é nenhuma novidade, mas as ações musculares, o alinhamento
dos membros, a distribuição de força e carga dependem umas das outras. Quando
há uma descompensação, principalmente no esqueleto axial (coluna, pelve,
tórax), diversas consequências podem ocorrer. E isso não quer dizer doenças.
Quando praticamos atividades esportivas, todo nosso
corpo funciona em conjunto. Se não tivermos o que chamamos de “gesto esportivo”
ou “postura esportiva”, lesões por sobrecarga, fraturas por estresse, entorses
de tornozelo, síndrome da banda iliotibial entre outras, se tornam muito mais
comuns. A má postura esportiva é mais comum do que imaginamos, por esta razão é
que algumas lesões também são mais frequentes naqueles que estão iniciando uma
atividade sem orientação.
Uma pessoa que começa a andar de bicicleta com
muita frequência, precisa estudar sua postura para permanecer e se manter em
cima da bicicleta, sem sobrecarregar a coluna e os membros. Por isso, uma
avaliação da postura para este esporte, “Bike Fit”, muitas vezes é recomendada.
O mesmo acontece com pilotos de kart, motociclismo e pilotos profissionais de
automobilismo.
Quando pensamos em esportes de contato como
futebol, vôlei e handball, não devemos simplesmente “jogar”. O método mais
fácil para evitar que, a má postura ou mau gesto esportivo levem a lesões, é
manter treinos relacionados à boa postura e preparo muscular. Corredores devem
sempre trabalhar a musculatura lombopélvica para evitar que a “queda pélvica”
por má postura ou fraqueza muscular sejam causa de diversas lesões.
A má postura no dia a dia também é prejudicial e,
muitas vezes, mais comum que a esportiva. A postura inadequada mais frequente
vem da coluna. Isto acontece tanto pelo nosso dia a dia, que predispõe a flexão
do tronco (dirigir, trabalhar no computador, carregar mochilas) quanto de forma
evolutiva, onde o envelhecimento, a força continua da gravidade e o
desequilíbrio muscular tornam a flexão do troco mais proeminente.
Mas como isso pode nos afetar?
Principalmente causando dor! O desequilíbrio do
esqueleto axial leva a necessidade de trabalho dobrado dos outros
estabilizadores, incluindo o membro superior e inferior. Além da dor, também
podem ocorrer tendinites, alteração visual do corpo (um lado mais baixo ou mais
alto que o outro) desvios na coluna, protrusão da cabeça, pés planos e falta de
elasticidade.
Isso se resume em adotar ações preventivas para
evitar essas consequências no dia a dia e nas atividades esportivas. Devemos
fazer atividades físicas com orientação, estar atentos com a nossa rotina
diária, evitar sedentarismo e manter alongamentos com atividades regulares para
que possamos ter um melhor equilíbrio corporal. Não é fácil mudar rotina, mas é
ainda mais difícil viver e tratar doenças que possam ser resolvidas com
mudanças de hábito e orientações para cuidados no dia a dia.
Daniel
Baumfeld - Especialista em
Medicina e Cirurgia do Pé e do Tornozelo. Mestre e Doutor em Ortopedia.
Professor Adjunto na UFMG.
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