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quarta-feira, 1 de abril de 2020

Com 63,8% das famílias endividadas e sem perspectiva de consumo, FecomercioSP orienta empresários a se planejarem para a crise


Apesar da turbulência do momento, a Instituição não recomenda demissões


A necessidade da quarentena para evitar ainda mais a proliferação do coronavírus interferiu drasticamente na economia, com 460 mil estabelecimentos impedidos de realizar atendimentos presenciais no Estado de São Paulo, o que representa 70% do comércio, responsável por 1,3 milhão de empregos formais e faturamento médio de R$ 1 bilhão por dia.

Com isso, em março o Índice de Confiança do Consumidor sofreu queda de 5,5%. Já o endividamento atingiu o maior patamar da série histórica com 63,8% das famílias com algum tipo de dívida, em fevereiro estava em um patamar de 60%. A inadimplência subiu para 21,8%, diante dos 19,7% do mês anterior.

Assim, as expectativas não são promissoras para compras a curto prazo. Nesse sentido, a FecomercioSP orienta o empresariado a fazer um planejamento de crise para os próximos três meses.

Com as portas fechadas, o primeiro ponto é adaptar-se rapidamente às vendas online, por aplicativos e deliveries. Também se sugere que recebam os pagamentos por meio online como PicPay, mercado Pago, AME, por exemplo, para que não haja a necessidade de levar a maquininha de cartão.

A Federação não recomenda que sejam feitas demissões no momento, pois com o fim da quarentena, o comerciante vai precisar dos funcionários e provavelmente os custos com demissões, novas contratações e treinamentos serão altos. A melhor opção é analisar as alternativas descritas na MP N.º 927/20, como férias coletivas, compensação de horas, antecipação de feriados, entre outras.

Então, é hora de fazer as contas dos custos fixos, para saber se haverá dinheiro em caixa durante esse período de crise e renegociar contratos, aluguéis, pedir que fornecedores estendam os prazos. Algumas instituições financeiras já liberaram a opção de suspensão de parcelas de financiamentos a vencer nos próximos 90 dias.

Se ainda assim faltar dinheiro em caixa, o governo tem disponibilizado algumas linhas de crédito com juros mais baixos, pois o crédito adquirido e bem planejado é melhor do que deixar de pagar os compromissos, tornar-se inadimplente e ter que correr atrás de juros maiores.

A Caixa Econômica Federal, por exemplo, além de postergar os prazos de financiamentos, disponibilizou R$ 60 bilhões em crédito para capital de giro e reduziu a taxa máxima de juros de 2,76% a.m para 1,51% a.m.

Já o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) suspendeu o pagamento das prestações de empréstimos já contraídos por até seis meses e também ampliou a linha de crédito de capital de giro. Além disso, em uma ação conjunta entre BNDES, Tesouro Nacional, Banco Central do Brasil (BCB) e Federação Brasileira de Bancos (Febraban) serão disponibilizados R$ 40 bilhões em crédito para a folha de pagamento que vão beneficiar 1,4 milhão de empresas e 12,2 milhões de trabalhadores nos próximos dois meses, a taxa de juros será de s 3,75% ao ano, ou seja, a taxa Selic, nessa operação foi excluída a cobrança de spread ou o custo operacional.

Outro avanço foi o Conselho Monetário Nacional (CMN) autorizar que o BNDES cadastre fintechs como repassadores de seus recursos, dessa forma diminui a burocracia, aumenta o alcance e a competição bancária para redução de juros e taxas de serviços. Ainda em fase inicial esse mês, as operações podem estar disponíveis em maio.

Mais uma opção é a Agência de Desenvolvimento Paulista – DesenvolveSP, do Governo do Estado de São Paulo, que está com sete linhas de crédito cujos prazos de pagamento podem atingir 120 meses com até 36 meses de carência.


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