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quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

Neste fim de ano, proteja sua audição



Música alta e fogos de artifício podem afetar a audição nas comemorações do Natal e Réveillon



As festas de fim de ano estão chegando. E nas comemorações de Natal e Réveillon não podem faltar a tradicional comilança, a distribuição de presentes, mas também muito barulho! Confraternizações com grandes aglomerados de gente, música alta, fogos de artifício, os brinquedos barulhentos das crianças. Tudo isso pode causar danos à audição. Mas calma! Não precisa ser antissocial e fugir das festas ou deixar de dar aquele presente que seu filho tanto quer. Basta tomar alguns cuidados.

É fato que as conversas em tom de voz elevado e a música em alto volume que anima as confraternizações podem trazer prejuízos à audição. Isso ocorre porque em ambientes fechados o som fica concentrado, não se propaga e ruídos acima de 85 decibéis causam danos às células ciliadas da orelha, ao longo da vida; de acordo com a predisposição genética de cada indivíduo.  "Após quatro horas de exposição a ruídos acima de 90 decibéis, o indivíduo poderá ter sua acuidade auditiva afetada", explica a fonoaudióloga Marcella Vidal, da Telex Soluções Auditivas.

A perda de audição é cumulativa. Pode não se manifestar imediatamente, mas seus efeitos serão sentidos mais tarde. Os principais sintomas de que a audição está prejudicada é a sensação de pressão ou "ouvido tampado", dores de cabeça, zumbido ou dificuldades para escutar e entender o que as pessoas falam. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o zumbido afeta 278 milhões de pessoas. No Brasil, são 28 milhões que convivem com o sintoma.

Os brinquedos musicais – que muitas vezes são pedidos ao Papai Noel – também podem trazer riscos à audição, principalmente das crianças pequenas. No mercado o que não falta são opções "barulhentas" para presentear a criançada, porém é preciso ficar atento à intensidade do som. O que aparentemente é inofensivo pode representar um grande perigo. Na hora da compra, os adultos devem ficar atentos às condições de segurança. O selo do Inmetro é um importante indicador de que o brinquedo é seguro e que está dentro dos limites estabelecidos pela legislação. Brinquedos sonoros do tipo "made in China", vendidos em camelôs, por exemplo, são os que trazem maiores riscos, pois chegam a emitir ruídos acima do limite recomendado. Carrinhos, dinossauros e instrumentos musicais infantis, por exemplo, como guitarra elétrica, bateria, tambor e trombeta, podem emitir sons de até 120 decibéis.

"O contato frequente com um brinquedo que emite um som muito alto pode causar danos auditivos desde os primeiros anos de vida, afetando para sempre a audição das crianças. Os menores, de até três anos de idade, são os mais afetados. E a dificuldade de ouvir pode atrasar todo o seu desenvolvimento, seja na área da fala como também no desempenho escolar", pontua a fonoaudióloga da Telex, que é especialista em audiologia.

Outro perigo tradicional das festas de fim de ano são os fogos de artifício. Eles podem causar danos irreversíveis à audição – além dos riscos em manipulá-los de forma incorreta. O barulho excessivo causado pelos rojões pode acarretar perda auditiva severa ou trauma acústico, com perda imediata de audição uni ou bilateral, temporária ou – nos casos mais graves – definitiva. Isso acontece porque o estrondo dos fogos, principalmente dos rojões, é inesperado. O forte ruído pode chegar a uma intensidade de 140 decibéis. Para se ter uma ideia do quão forte é esse barulho, um avião durante a decolagem produz um som de 130 dB.

"O som entra pelo conduto auditivo até chegar à cóclea, onde ficam as células ciliadas, que são os receptores sensoriais do sistema auditivo. Com a exposição intensa a altos volumes sonoros as células vão morrendo e, como não são regeneradas pelo organismo, a audição vai diminuindo de forma lenta, mas progressiva. É o que se denomina Perda Auditiva Induzida por Nível de Pressão Sonora Elevada (PAINPSE). Ela é irreversível e pode se agravar ao longo dos anos", explica a fonoaudióloga.

Para evitar que a orelha seja afetada, o ideal é manter-se distante do local da queima de fogos. Em meio à festa, no entanto, se for inevitável ficar próximo aos fogos, a fonoaudióloga Marcella Vidal aconselha o uso de protetores auriculares.
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"Em caso de exposição a um impacto sonoro muito forte, o mais indicado é procurar logo um médico otorrinolaringologista, para avaliar se o dano auditivo causado pelos fogos é temporário ou irreversível", conclui Vidal.


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