Neurologista do Hospital
Villa-Lobos afirma que videogame e jogos cognitivos podem ajudar no treinamento
motor e cognitivo de pacientes
O uso da tecnologia, na forma de jogos de videogame e jogos
cognitivos, pode auxiliar no treinamento motor e cognitivo de pacientes com
doença de Parkinson, Alzheimer, AVC's com sintomas de perda de sensibilidade e
alteração de motricidade, dificuldades de marcha e equilíbrio. “Além disso,
permite a leitura de livros, websites, aprendizado mais dinâmico de línguas,
treinamento físico, o que pode ser útil na prevenção e no tratamento de
doenças neurodegenerativas por meio da estimulação de áreas motoras e
cognitivas do córtex cerebral, de vias neurológicas que envolvem o cerebelo, e
os núcleos da base do cérebro”, afirma Dr. Flavio Augusto Sekeff Sallem,
neurologista do Hospital Villa-Lobos.
De acordo com o neurologista, os aparelhos e programas que visam
somente os estímulos cognitivos, como jogos eletrônicos, jogos virtuais de
palavras, óculos de realidade aumentada e realidade virtual, ativam o lobo
frontal do cérebro, que é responsável pela atenção; mudança de foco de atenção;
memória operacional, planejamento e abstração; as áreas de linguagem - tanto a
produção da linguagem localizada no lobo frontal esquerdo, como a compreensão
da linguagem falada e escrita, localizada no lobo temporal esquerdo.
“Fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais, que conhecem como funciona a
reabilitação motora e cognitiva, podem orientar sobre posturas adequadas e
métodos corretos de uso das tecnologias. Esses profissionais avaliam a evolução
do paciente e auxiliam o médico na escolha das melhores terapias.”
“Os lobos parietais, posicionados ao lado de cada têmpora (acima
das orelhas), são responsáveis pela orientação espacial quando do lado direito;
e linguagem, quando do lado esquerdo. Além disso, auxiliam na localização
do estímulo; cálculo aproximado do estímulo no espaço digital (no caso de jogos
e uso de artifícios tecnológicos); e localização do corpo no espaço em casos de
estímulos motores”, detalha Sallem.
Já os lobos occipitais, localizados na parte inferior do cérebro,
"veem" um estímulo, calculando altura, profundidade, movimento, cor e
outras características dos objetos a serem desenvolvidos nos estímulos
cognitivos e motores. “Os núcleos profundos do cérebro, o cerebelo e as áreas
motoras no lobo frontal e sensitivas no lobo parietal bilateralmente
também são ativados, tanto em processos cognitivos como motores. O cerebelo e
núcleos (como o caudato e o globo pálido) auxiliam muito no aprendizado e
abstração de qualquer informação. Ou seja, todas as conexões entre os vários
lobos e áreas cerebrais são ativadas em cada processo”, diz o neurologista.
O especialista ainda complementa que a tecnologia pode promover um
estilo de vida diferente também na forma da medicina ser aplicada e na relação
médico-paciente, como:
- Utilização de novas
ferramentas mecânicas e digitais que permitem a mensuração mais rápida e
precisa de medição de parâmetros clínicos, como glicemia, pressão
arterial, frequência cardíaca e outros marcadores sanguíneos de saúde;
- Uso de ferramentas tecnológicas para
lembrar o paciente de fazer uso da medicação, além de auxiliar na marcação
de consultas médicas, entre outros pontos;
- Permitir o contato direto e mais
frequente com o médico por meio de programas de computador e aplicativos
de celular;
- Uso do sistema de telemedicina,
interligando computadores e câmeras de alta tecnologia, o que agiliza o
atendimento hospitalar e serviços de excelência a locais mais remotos ou
sem a mesma disposição de especialistas;
- Promoção de mais informações direcionadas ao público
leigo por meio de sites, blogs e vídeos; entre outros benefícios.
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