A
internet tem revolucionado o atendimento ao cliente ao disponibilizar uma
avalanche de informações sobre qualquer produto ou serviço desejado, em portais
de busca, sites ou redes sociais, a partir de um toque na tela do celular.
Diante deste contexto, concessionárias, lojas de autopeças e oficinas precisam
inovar nas práticas de relacionamento.
Cada vez mais os consumidores estão distantes do atendimento presencial.
Se antigamente chegavam a visitar 10 concessionárias antes de comprar um
veículo, agora se deslocam para uma ou duas lojas, teoricamente já cientes do
que procuram. O principal objetivo já não é discutir tecnicamente o produto,
mas olhar alguns detalhes que faltaram na avaliação online.
É assim porque os clientes costumam fazer uma série de buscas online
antes de saírem de casa, como consultar revistas especializadas e checar
avaliações de pessoas que compraram aquele produto. Muitas vezes chegam à loja
com grande bagagem de informações sobre o veículo, inclusive superior em
relação ao repertório de quem os atende.
É assim que o novo consumidor também se prepara para ir a oficinas
mecânicas ou lojas de autopeças. Antes de levar o veículo para fazer um reparo,
por exemplo, o cliente se informa na internet sobre as possíveis causas do
problema. Se antigamente não tinha noção de preço e gastava até com o que não
precisava, hoje compra só o estritamente necessário.
É aí que entra a qualidade no atendimento. No caso de concessionárias,
embora haja rotatividade de mão de obra no segmento, é urgente investir em
treinamentos intensivos, que abordem a marca e a concorrência. Assim, o
atendente pode expandir o repertório de venda por conseguir destacar melhor o
produto em relação aos similares do mercado. Neste aspecto, vale lembrar que
hoje a qualidade é um compromisso e não mais apenas um diferencial competitivo.
Tão importante quanto esse tipo de treinamento sobre o produto é a
capacitação focada no relacionamento com o cliente, que possibilite ao vendedor
desenvolver competências para refinar a percepção sobre o desejo do cliente.
Dessa maneira, o atendente consegue ser mais assertivo e evitar derrapadas,
como querer agradar demais ou tratar com desdém.
Quando escuta que um cliente só quer conhecer o produto, o vendedor
muitas vezes mal o atende porque está preocupado com quem será o próximo. Isso
é um erro porque essa visita também pode ser convertida em venda a depender da
abordagem feita, como dizer: você só veio olhar, mas preste atenção nisso.
São várias práticas que precisam ser revistas.
Esses e outros assuntos serão discutidos durante o 7º Fórum IQA da
Qualidade Automotiva, que reunirá lideranças de diferentes segmentos da
indústria – como montadoras, autopeças, concessionárias, distribuidores,
oficinas, entidades setoriais, consultorias e governo – dia 16 de setembro, no
Centro de Convenções Milenium, em São Paulo. Participe!
Ingo Pelikan - presidente do Instituto da
Qualidade Automotiva (IQA)
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