Cerca de 16
milhões de pessoas sofrem com diabetes no país, segundo Ministério da Saúde
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) têm
apontado para aumento da prevalência do diabetes em todo o mundo. Esta doença é
responsável por grande parte dos gastos com saúde atualmente, principalmente
devido a suas possíveis complicações. Várias destas complicações ocorrem nos
pés e tornozelos. A diabetes afeta a circulação e a inervação (há uma perda da
sensibilidade protetora) desta região do corpo.
O pé diabético baseia-se no conjunto
de alterações neurológicas, infecciosas e vasculares, que acometem os pés dos
pacientes portadores de diabetes e que podem levar a complicações graves ou até
mesmo à amputação e morte.
O Dr. Marco Tulio Costa, presidente da Associação
Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé – ABTPé,
ressalta que o pé diabético é uma das complicações mais comuns de quem tem a
doença, e é a principal causa de amputações no Brasil, depois dos acidentes.
Há vários tipos de lesões que acometem o pé
diabético, causados pela perda da sensibilidade e a diminuição da circulação
sanguínea. Algumas destas lesões são:
Neuropatia diabética. Perda da
função dos nervos do pé, principalmente da sensibilidade dolorosa e tátil,
dificultando a percepção do paciente em notar lesões ou contusões. Sem a
sensibilidade, as possíveis lesões podem evoluir rapidamente e formar bolhas e
feridas abertas (úlceras), possibilitando assim a entrada de microorganismos e
causar uma infecção no pé.
Úlceras diabéticas. Feridas
abertas ocasionadas por aumento da pressão local ou por ferimento (corte) na
pele. Normalmente, mas não obrigatoriamente, relacionadas com a perda da
sensibilidade dolorosa do pé. Em casos graves, é necessária a cirurgia para
limpeza e desbridamento das lesões mais profundas ou até mesmo a amputação de
dedos ou parte do pé para sanar a infecção.
Infecção. O paciente diabético com
infecção grave apresenta mal-estar geral, febre e aumento dos níveis de açúcar
no sangue. Normalmente, nota-se abcesso, secreção purulenta, mau cheiro, área
inchada e avermelhada, as vezes com áreas de necrose de tecidos. Esta situação
é grave porque pode ser necessária a amputação para resolução do problema.
Artropatia de Charcot. São
lesões ósseas. O paciente com diabetes também perde a sensibilidade para
fraturas, deslocamentos ou microtraumas ocorridos nos ossos do pé e tornozelo,
o que exige uma abordagem diferenciada. Dependendo da gravidade, o tratamento
pode ser imobilização por gesso, órtese ou até mesmo cirurgia reconstrutiva.
De acordo com os últimos dados do Ministério da
Saúde (MS), existem pelo menos 16 milhões de pessoas com diabetes no país. É
uma questão de saúde pública, e para prevenir esse problema, que representa 20%
das internações de pacientes com diabetes no Brasil, o Dr. Marco Tulio explica
que o cuidado com os pés e tornozelos dos diabéticos é fundamental. A inspeção
diária dos pés em busca de lesões, o uso correto de calçados para o pé
diabético, entre outros cuidados podem evitar o aparecimento de lesões. Caso o
paciente ou a família perceba qualquer lesão suspeita, o médico deve ser
procurando imediatamente.
Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do
Tornozelo e Pé (ABTPé)
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