Férias
é um momento esperado o ano todo. Hora da diversão, do prazer, de aliviar o
stress e fazer tudo o que temos vontade e que não podemos ou conseguimos ao
longo do ano inteiro. E, afinal, o que fazemos para nos divertir? Quando é
possível, viajamos, vamos em restaurantes, cinema, dormimos mais, assistimos
mais televisão, descansamos mais. Atividades que a nossa rotina normal não nos
permite por conta do trabalho, stress, trânsito, etc.
Porém,
as férias acabam e voltamos à rotina com um novo problema: o peso extra
adquirido no período de folga! Oitenta por cento das pessoas, quando retornam
das férias, principalmente neste período de festas de final de ano, afirmam ter
ganho uns quilos a mais. Em geral relatam ganhos de 3 a 4 quilos. Um verdadeiro
“presente ingrato”.
Até
aí nenhum problema. Isso porque uma pesquisa recente constatou que, em média, o
ganho de peso das pessoas nesse período pós-férias é algo entre 1 e 2 quilos.
Ou seja, metade do que as pessoas imaginam.
Porém,
apesar de a maioria das pessoas ganhar praticamente metade do imaginado, o
ganho real de peso e gordura que as pessoas têm durante as férias pode ser
difícil de ser revertido. Principalmente a partir dos 30 anos, quando muitas
pessoas aumentam o peso anualmente, acumulando cerca de um quilo por ano.
Se
formos pensar em 10 anos, são 10 quilos a mais de peso. 20 anos, 20 quilos! Uma
pessoa que entra nesse ritmo aos 30 anos de idade, vai chegar aos 50 (ainda
jovem) com 20 quilos a mais!
O
peso em si não é todo o problema. Os impactos acontecem em diversos parâmetros
de saúde e de qualidade de vida. Problemas cardiovasculares, hormonais, ósseos,
neurológicos, etc. Que vêm todos como brinde do “presentinho” que você começou
a ganhar de forma parcelada (ano a ano) nessas férias de agora!
E,
analisando todo o contexto, muita coisa faz sentido. Começando pelas causas.
Nas nossas férias, quando dormimos mais horas, gastamos menos energia do que
quando estamos na rotina normal e estamos acordados. Quando comemos mais
“alimentos gostosos” como a pipoca do cinema, ou a churrascaria que vamos nas
férias, ingerimos muito mais calorias. Ou seja, temos um aumento da ingestão de
calorias e uma diminuição do gasto de energia, gerando um grande excesso de
calorias em nosso corpo, que vão ser armazenadas em forma de gordura.
Quando
pensamos nas consequências, observamos que a grande maioria dos casos de
problemas cardiovasculares, acontece com pessoas entre 40 e 50 anos, ou seja,
exatamente no meio de todo esse processo.
Assim,
a ciência expõe de maneira clara e objetiva os efeitos do “seu presentinho” de
férias. Agora, cabe a cada um reverter esse quadro ou não. Você pode tomar as
decisões sobre sua vida e sua saúde, pois, afinal, a vida é sua e quem vai
pagar essa conta é você mesmo.
Vale
a pena investir em algumas atividades de lazer, que sejam divertidas, claro,
mas que também gastem mais energia durante as férias, para compensar as horas a
mais de sono e de sofá e também as calorias extras ingeridas. Como, por
exemplo, andar de bicicleta no parque ou com seus filhos, jogar frescobol,
caminhar até a ponta da praia no litoral, ir na piscina e, ao invés de só tomar
sol, nadar um pouquinho, ou até mesmo fazer uma caminhada aquática para você
que não sabe nadar.
Na
outra ponta, talvez controlar um pouquinho as quantidades de “comidas
gostosas”. Em uma ida ao cinema, por exemplo, você pode optar por uma pipoca
pequena e um refrigerante sem calorias em vez do balde de pipoca “grande mega
plus” mais o refrigerante normal cheio de açúcar e calorias. Nunca é tarde para
mudar velhos e perigosos hábitos.
Cristiano Parente - professor e coach de
educação física, eleito em 2014 o melhor personal trainer do mundo em concurso
internacional promovido pela Life Fitness. É CEO da Koatch Academia e do World
Top Trainers Certification, primeira certificação mundial para a atividade de
educador físico
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