Diante da suspeita de obstrução das artérias do
coração, o médico dispõe de exames funcionais e exames anatômicos. No primeiro
caso, o teste ergométrico e a cintilografia do miocárdio irão testar a resposta
do coração ao estresse. No segundo, as artérias coronárias serão avaliadas
através de exames como o cateterismo, ou, mais recentemente, a angiotomografia
coronariana. A decisão sobre qual exame solicitar dependerá do risco do
paciente – determinado através da avaliação clínica.
De acordo com Leonardo Iquizli, médico
radiologista do Centro de Diagnósticos Brasil (CDB), em São Paulo, a
angiotomografia coronariana revolucionou a abordagem diagnóstica dos pacientes
com suspeita de doença arterial coronária, que é a principal causa de morte nos
países ocidentais. Entre dez e quinze minutos são necessários para realizar o
exame, sendo importante utilizar contraste iodado para obter imagens do coração
e suas artérias com grande resolução. A acurácia dos resultados é superior a
90%.
“Seu caráter minimamente invasivo e sua
principal qualidade – que é descartar a possibilidade de lesões obstrutivas das
artérias coronárias – fizeram da angiotomografia uma ferramenta poderosa para
os médicos clínicos e cardiologistas, com potencial de uso tanto no
rastreamento, como no pronto-socorro – além de evitar procedimentos
desnecessários e de maior risco”, diz Iquizli.
O médico explica que, quando o paciente
apresenta baixo risco, é mais comum eleger o teste ergométrico para dar início
à investigação. Trata-se de um exame menos invasivo, capaz de fornecer sinais
indiretos de obstrução das artérias. Já se o paciente apresentar alto risco, o
cateterismo costuma ser indicado diretamente – permitindo o diagnóstico e o
tratamento da obstrução. Já para pacientes com risco entre baixo e moderado, a
angiotomografia tem se provado uma excelente opção. Afinal, é muito menos
invasiva do que um cateterismo e oferece informações que outros exames não oferecem,
como imagens da parede da artéria, das placas de ateroma e do coração, além de
permitir reconstruções em 3D e sugerir diagnósticos alternativos.
O radiologista diz que a angiotomografia
costuma ser indicada para:
1. Detectar
anomalias congênitas nas artérias coronárias;
2. Pacientes
com risco baixo a moderado, com sintomas atípicos para doença cardíaca;
3. Pacientes
com risco moderado, com sintomas cardíacos suspeitos;
4. Pacientes
com estudos funcionais duvidosos ou inconclusivos;
5. Avaliação
pós-cirúrgica de stents e enxertos (pontes).
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