A relação do Zika vírus com o recente aumento de casos de microcefalia
congênita é uma preocupação comum entre as mulheres, em especial as gestantes.
O Ministério da Saúde lançou ontem um protocolo de atendimento para mulheres em
idade fértil e bebês com suspeita de microcefalia. Essas medidas visam
antecipar o pré-natal das futuras grávidas para, assim, identificar eventuais
suspeitas de má formação cerebral no primeiro trimestre gestacional, além disso
o órgão irá prestar todos os cuidados às mães e bebês com este diagnóstico
antes e depois do nascimento. Dr. Javier Miguelez, ginecologista e obstetra do
Hospital e Maternidade São Luiz Itaim, responde as dúvidas mais comuns das
gestantes sobre como se proteger do Zika vírus:
1. Qual período da gestação é mais
suscetível ao vírus?
Ainda não existem estudos científicos
que comprovem o período gestacional de maior incidência do Zika vírus. Por
analogia a outros vírus e casos de infecções congênitas em geral, acredita-se
que o primeiro trimestre é o que apresenta mais riscos ao bebê. É neste período
que o bebê está se formando e mais propenso aos agentes que causam má formação
fetal, como radiação e alguns medicamentos.
2. Como a gestante pode se proteger do
Zika vírus?
O primeiro passo é eliminar os
possíveis focos do mosquito e evitar viajar para as áreas endêmicas neste
momento. Recomenda-se o uso de repelentes (permitidos para grávidas) e
priorizar o uso de calças e blusas de manga comprida para diminuir as áreas
expostas do corpo. Instalação de telas protetoras em janelas e portas e
mosquiteiros sobre a cama também são alternativas para se proteger do mosquito.
2. Qual é o repelente mais indicado
para a gestante?
Atualmente o repelente mais utilizado
é a base de “icaridina” (Exposis) devido ao maior intervalo de aplicação, que é
de 10 horas. Os demais repelentes apresentam um intervalo de aplicação menor,
dependendo do produto escolhido é importante repassá-lo a cada 6 horas ou a
cada 2 horas.
3. É necessário tomar algum cuidado na
aplicação do repelente?
O repelente deve ser usado somente nas
áreas expostas e sobre as roupas. Importante aplicá-lo sempre por último, ou
seja, por cima do hidratante, filtro solar ou maquiagem.
5. O medo da microcefalia levou muitas
gestantes a repetir ultrassons de rotina. Refazer o exame é necessário?
A microcefalia (má formação cerebral)
pode ser diagnosticada durante a gestação pelo ultrassom de rotina, por isso
algumas grávidas estão repetindo o exame. No entanto, gestantes que não moram
nas regiões endêmicas (áreas com alto índice de pessoas infectadas pelo Zika
vírus e microcefalia), como, por exemplo, no Nordeste, não precisam repetir o
exame sem necessidade. Recomenda-se sempre consultar o ginecologista e obstetra
e avaliar em conjunto o melhor procedimento.
6. De que forma a microcefalia é
diagnosticada no ultrassom?
A microcefalia
é uma má formação cerebral que faz com bebês nasçam com a circunferência
cerebral menor do que o esperado, geralmente inferior a 33 cm. O ultrassom
permite identificar esta medida e se está ou não de acordo com o período
gestacional. “A microcefalia também está associada a casos de má formação
cerebral grave, ou seja, calcificações e dilatações importantes no cérebro, que
também podem ser diagnosticados no ultrassom pré-natal”, diz Dr. Javier
Miguelês
7. O exame
de ultrassom traz algum risco para o bebê?
O ultrassom
não é prejudicial para a saúde da mãe e do bebê, mesmo que realizado várias
vezes.
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