Ao engravidar, toda mulher deve saber que
tem início um período ímpar em sua vida, em que alguns cuidados devem ser
tomados. O principal é buscar um médico de sua confiança para fazer o
pré-natal. É importante saber, também, que o ultrassom é um dos exames mais
solicitados para acompanhar as condições de saúde da gestante e do bebê.
O ultrassonografista – que é o
profissional que entende bem os princípios físicos dessa tecnologia que se
baseia em ondas sonoras que nós, humanos, não somos capazes de ouvir – está
apto a otimizar a qualidade da imagem, contribuindo para um diagnóstico de alta
qualidade e precisão. Mesmo assim, é comum que as gestantes tenham várias
dúvidas a respeito desse exame tão requisitado durante a gravidez. Sendo assim,
vale a pena ressaltar alguns pontos importantes sobre o ultrassom:
1. Segurança.
Trata-se de
um exame isento de contraindicações tanto para a mãe quanto para o feto. No
caso do ultrassom com dopplerfluxometria colorida, que analisa o fluxo
sanguíneo em diferentes vasos do corpo humano, recomendamos que seja realizado
somente após a 9ª semana de gestação, para maior segurança.
2.
Som e imagem. As semanas de gestação são contadas a
partir da data da última menstruação. Sendo assim, é possível enxergar o
embrião a partir da quinta semana pelo ultrassom transvaginal ou, ainda, a
partir da sexta semana via suprapúbica. Apesar de o embrião medir poucos
milímetros nessa fase, é possível identificar e ouvir seus batimentos
cardíacos. Mas o bebê não ouve os sons emitidos pelo equipamento. Portanto, não
é necessário se preocupar com isso.
3.
Quantidade. O mínimo necessário durante uma gestação
normal seria a realização de quatro exames. O primeiro é importante para
confirmar a gestação, identificar o local da implantação e determinar a idade
gestacional. O segundo, também chamado de ‘morfologia do primeiro trimestre’,
mede a ‘translucência nucal’. O terceiro exame morfológico confirma a idade
gestacional, avalia o crescimento e, principalmente, a configuração do feto. Já
o quarto tem o objetivo de avaliar o crescimento, a quantidade de líquido e a
placenta – além de revisar a morfologia. Isso tudo pode ser realizado também no
segundo trimestre, mas existem doenças típicas do terceiro trimestre que podem
levar a alterações de líquido e da placenta. Daí a importância de realizar um
ultrassom nessa fase da gravidez. Vale ressaltar que quem determina os pedidos
de exame é o obstetra da paciente, de acordo com as características da
gestação.
4.
Translucência nucal. Esse é um exame de
rastreamento de alterações genéticas, como a Síndrome de Down, por exemplo, em
que medimos a região da nuca do bebê. Em bebês que têm alterações
cromossômicas, essa medida pode estar aumentada. Esse exame não tem finalidade
diagnóstica, mas seleciona as pacientes que teriam indicação de estudo do
cariótipo (colhido por punção do líquido amniótico ou da vilosidade coriônica).
5.
Tipos de ultrassom. O ultrassom convencional detecta
inúmeros tipos de malformações estruturais, como a hidrocefalia (acúmulo de
fluido cérebro-espinhal nas cavidades ventriculares do cérebro) e outros
distúrbios do sistema nervoso central, além de alguns tipos de malformações
cardíacas. Mas outros exames podem ser solicitados pelo médico do pré-natal
durante a gestação. O ‘ultrassom com doppler’ é indicado para avaliar a
circulação da mãe para o bebê, bem como checar o fluxo nos vasos internos do
feto. Trata-se de um exame muito importante em caso de diabetes, hipertensão e
retardo de crescimento fetal, por exemplo. Já o ‘ultrassom 3D’ nos permite
enxergar as estruturas fetais em três dimensões, melhorando muito a visão da
anatomia de superfície, principalmente do rostinho do bebê. Também é muito útil
como complemento do ultrassom convencional em caso de diagnóstico de
malformações. No 4D, além das imagens bastante reais, também é possível
acompanhar os movimentos do bebê.
6. Intervenções. Outro importante
papel do ultrassom é identificar necessidade de intervenções na hora do
nascimento do bebê, especialmente em casos de cardiopatias e doenças do tórax.
Há intervenções que podem ocorrer antes mesmo de o bebê nascer, no ambiente
intrauterino, como transfusões de sangue, derivações (ventriculares, renais),
punções de líquido amniótico com finalidade terapêutica etc. Vale a pena
ressaltar que fetos portadores de malformações cardíacas graves devem nascer em
um centro de referência provido de UTI neonatal, cardiologistas pediátricos e
cirurgiões cardíacos, prontos para atender o recém-nascido cardiopata, já que
desse atendimento depende a sua sobrevida.
7.
Sexo. Apesar de o sexo ser definido no momento
da concepção, o órgão genital se desenvolve entre nove e doze semanas de
gravidez. Portanto, entre a 14ª e a 16ª semana, dependendo da posição do bebê,
é possível identificar o sexo da criança. Quando o bebê está sentado sobre as
perninhas ou quando está de pernas cruzadas, é mais difícil a visualização dos
órgãos sexuais – obrigando os pais a terem um pouco mais de paciência para
obter essa informação.
Dr. Victor Bunduki - médico obstetra e
coordenador da ultrassonografia obstétrica do Centro de Diagnósticos
Brasil e CDB Premium, em
São Paulo – www.cdb.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário