Exame
realizado consiste no isolamento viral por técnica de RT-PCR, tanto no sangue
quanto no líquor
Transmitido
pelo mosquito Aedes Aegypti, mesmo transmissor da dengue e da febre
chikungunya, o Zika Virus foi descrito pela primeira vez na África, em 1947. Os
primeiros casos de transmissão dessa doença foram registrados no
Brasil em abril deste ano, em Camaçari, na
Bahia; porém, já foram notificados casos em 18 Estados brasileiros, como
Amazonas, Alagoas, Ceará, Espírito Santo, Maranhã, Mato Grosso, Pará, Paraíba,
Pernambuco, Piauí, Roraima, Rondônia, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, São
Paulo e Tocantins.
“O
Zika causa febre, manchas avermelhadas pelo corpo, coceira generalizada e
conjuntivite. Pode ainda ocasionar dores de cabeça, articulares e musculares,
sintomas esses que duram de três a cinco dias”, afirma Dra. Ligia Pierrotti,
infectologista que integra o corpo clínico do Alta Excelência Diagnóstica.
Ela
explica que, em geral, a doença apresenta uma evolução sem grandes
complicações. Entretanto, o Instituto Oswaldo Cruz/Fiocruz anunciou a presença
de material genético do Zika em amostras do líquido amniótico de duas gestantes
na Paraíba, com diagnóstico confirmado de microcefalia. Em seguida, o
Ministério da Saúde confirmou a relação entre
vírus e a microcefalia, depois do Instituto Evandro Chagas anunciar
a identificação do vírus
em amostras de sangue e tecidos de um recém-nascido do estado do Ceará, com
microcefalia e outras malformações congênitas.
“A
infecção durante a gestação, principalmente durante o primeiro trimestre da
gravidez, quando a estrutura do bebê ainda está em formação, pode causar
alterações do sistema nervoso central do feto em formação, ocasionando
microcefalia e calcificações cerebrais”, destaca Dra. Ligia, lembrando que a
transmissão do vírus de mãe para feto se dá através da placenta.
Dr.
Alberto Chebabo, infectologista que também integra o corpo clínico do
laboratório Alta, explica que o exame realizado para detecção é o isolamento
viral por técnica de RT-PCR, tanto no sangue quanto em outros materiais
clínicos, como líquor, urina e saliva.
O
RT-PCR é um exame de Biologia Molecular amplamente utilizado para procurar o
genoma de determinados vírus nas amostras coletadas, verificando se há
expressão gênica. “Se há uma proteína específica naquela amostra, significa que
foi mapeado um RNA específico no resultado - no caso, o RNA do vírus Zika”,
explica Dr. Chebabo. O método consiste em
multiplicar a quantidade de RNA do vírus na amostra coletada, ou seja,
amplificar o material genético do vírus para que seja possível identificá-lo
quimicamente. “É um teste de alta complexidade”, reforça o médico.
Casos de microcefalia
O
Brasil registra 1.761 casos suspeitos de microcefalia em 422 cidades de 14
estados, conforme o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde. Já está
comprovada cientificamente a relação entre o Zika Virus e a microcefalia, que é
um sinal de que o cérebro não se desenvolveu
corretamente dentro do crânio. A medida padrão da Organização Mundial de Saúde
(OMS) é de 32 centímetros para a triagem de bebês suspeitos. Com 33, o tamanho
do crânio é considerado normal. “As imagens radiológicas do cérebro das
crianças afetadas mostravam traços padronizados de calcificações
característicos de infecções. Foi encontrado, em seguida, o vírus no líquido
amniótico de grávidas e depois nos tecidos e no sangue de uma criança com
microcefalia que veio a óbito”, afirma Dr. Heron Werner, ginecologista,
obstetra e especialista em Medicina Fetal que também integra o corpo clínico do
Alta Excelência Diagnóstica.
Ele afirma que a microcefalia pode ser detectada durante o
Ultrassom realizado no próprio pré-natal, e em casos onde haja dúvida, pode ser
realizada uma ressonância magnética para uma melhor averiguação. “Caso a
gestante tenha tido infecção por Zika Virus, isso não significa que
necessariamente seu bebê desenvolva a microcefalia. No entanto, se isso
ocorrer, o bebê sofrerá complicações neurológicas, intelectuais e complicações
motoras significativas”, afirma ele.
Alta Excelência Diagnóstica
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