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terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Especialista da Fertivitro orienta como as gestantes podem se proteger do Zika Vírus





§  Atenção especial durante o pré-natal, uso de repelentes indicados pelos médicos, instalação de telas nas portas e janelas são algumas medidas cautelares para o controle, de acordo com a orientação de Dr. Luiz Eduardo Albuquerque


§  Zika vírus é um germe transmitido pelo Aedes Aegypti, o mosquito que também transmite a dengue, a febre chikungunya e a febre amarela


§  Somente no Brasil, em 30 de novembro de 2015, 1.248 casos de microcefalia causados pelo Zika Vírus, incluindo 7 mortes, foram relatados em 14 estados do Brasil, que estão sob investigação

Nos últimos dias, o Brasil esteve em estado de alerta sobre os males causados pelo Zika vírus, um germe transmitido pelo Aedes. Além de febre, coceira e dores musculares, já foi constatado que o vírus pode causar síndromes neurológicas e malformações congênitas. Em 30 de novembro de 2015, 1.248 casos de microcefalia, incluindo 7 mortes, foram relatados em 14 estados do Brasil, que estão sob investigação. “Trata-se de um vírus novo que ainda não sabemos de todos os problemas que poderão surgir com a infecção feita por ele”, alerta o médico ginecologista, especialista em Reprodução Humana, Dr. Luiz Eduardo Albuquerque, diretor da Fertivitro.
Dr. Luiz Eduardo explica que durante as primeiras 20 semanas da gravidez, fase em que alguns órgãos estão em formação, especialmente o crânio, os cuidados devem ser redobrados para se evitar possíveis más formações nesta fase de desenvolvimento do feto. “Nós médicos temos a missão de oferecer à paciente o máximo de orientações para que ela possa desfrutar de uma gestação segura tanto física como emocional, e para que o feto possa se desenvolver de forma tranquila e saudável”, ressalta. “É muito importante tomar os cuidados necessários de proteção contra a epidemia do Zika Vírus”, complementa.

Expansão do Zika (OMS)
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que, a partir do dia 01 de dezembro deste ano, nove Estados-Membros nas Américas confirmaram circulação autóctone: Brasil, Chile (na Ilha de Páscoa), Colômbia, El Salvador, Guatemala, México, Paraguai, Suriname e Venezuela. No Brasil, foram confirmados os primeiros casos nativos de Zika vírus em maio, totalizando 18 estados, sendo da região Norte (Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins), região Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte), a região Sudeste (Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo), a região Centro-Oeste (Mato Grosso), e região Sul (Paraná).
Considerando a expansão da transmissão do Zika vírus na Região das Américas, e tendo em conta as recentes descobertas relacionadas ao Zika vírus, a Organização Pan-Americana da Saúde e Organização Mundial da Saúde (OPAS / OMS) atualizaram as recomendações sobre a vigilância do vírus Zika. Isto inclui a vigilância para síndromes neurológicas e malformações congênitas, e também fornece recomendações para o acompanhamento de gestantes e recém-nascidos em áreas onde Zika vírus está circulando.
Prevalência da epidemia da microcefalia no Brasil
No mês de julho deste ano, o Brasil RSI NFP (Regulamento Sanitário Internacional – RSI/ Pontos Focais Nacionais do RSI - NFP) relatou a detecção de pacientes com síndromes neurológicas com história recente de infecção pelo Zika vírus, especialmente no estado da Bahia. Até 13 de Julho, 76 pacientes com síndrome neurológica tinham sido identificados, dos quais 55% (42/76) foram confirmados como síndrome de Guillain-Barré (SGB), 5 dos 76 foram confirmados por outras síndromes neurológicas, 4 dos 76 foram descartados e 25 dos 76 continuam sob investigação.
Em outubro, o Regulamento Sanitário Internacional (RSI) notificou a detecção de um aumento anormal em casos de microcefalia na área de saúde pública e privada no estado de Pernambuco, Nordeste do Brasil.
Em 30 de novembro, 1.248 casos (99,7 / 100.000 nascidos vivos) de microcefalia, incluindo 7 mortes, foram relatados em 14 estados do Brasil, que estão sob investigação. Em 2000, a prevalência de microcefalia em recém-nascidos no Brasil foi de 5,5 casos / 100.000 nascidos vivos e em 2010 foi de 5,7 casos / 100.000 nascidos vivos. Estes dados demonstram um aumento de vinte vezes em comparação com a taxa observada em anos anteriores. Os dados foram obtidos do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinac, por sua sigla em Português), que captura dados epidemiológicos relacionados com a gravidez, nascimentos e malformação congênita, além da sóciodemografia das mães.

Principais recomendações de cuidados:
- Uso frequente de repelentes indicados pelos médicos. O mais recomendado pelos especialistas é o Exposis Extreme – aplicar na pele a cada 10 horas e na roupa 1 vez ao dia; em segundo lugar, o OFF Adulto. Neste caso, a gestante deve aplicar na pele a cada 6 horas e 1 vez ao dia na roupa. Outros repelentes que podem ser utilizados pelas gestantes são: Autan, Super Repelex e Citomin. “Lembrando que o uso do repelente é eficaz durante as primeiras 20 semanas. Depois deste período, o acometimento cerebral que leva a microcefalia é ausente, porém, não sabemos ainda se existem outros comprometimentos neurológicos que possam estar correlacionados com a infecção do Zika. Portanto, o uso do repelente deverá ser estendido durante todo o pré-natal”, explica Dr. Luiz.
- Para minimizar o contato do paciente com o vetor, recomenda-se que o descanso seja feito sob mosquiteiros (redes de cama), tratados com ou sem inseticida. Os doentes e outros membros da família devem usar roupas que cobrem as extremidades. Repelentes com DEET (N, N-dietil-3-metilbenzamida), IR3535 (3- [N-butil-N-acetil] aminopropiónico etil-éster), ou icaridina podem ser aplicados na pele ou vestuário exposto; seu uso deve ser estritamente de acordo com as instruções indicadas no rótulo do produto. De acordo com os médicos, não há qualquer evidência de restrição do uso destes repelentes por mulheres grávidas se eles são utilizados de acordo com as orientações do fabricante.
- Aplique telas nas portas e janelas. Estas medidas de prevenção pessoais são também eficazes na prevenção da transmissão do vírus para pessoas saudáveis.
Dr. Luiz Eduardo alerta que para as pacientes que desejam postergar a gestação, mas possuem idade avançada e, portanto, irão perder o seu potencial reprodutivo, não devendo postergar a gestação, poderão fazer a opção de congelar seus embriões e em um momento mais oportuno utilizá-los para tentar uma gestação mais segura. “Essa indicação também pode ser opção para os casais que estão sob tratamento de Fertilização in Vitro, uma vez que o congelamento dos embriões parece não impactar nas chances de gestação”, diz.


Dr. Luiz Eduardo Albuquerque - diretor clínico da Fertivitro, é ginecologista especialista em Reprodução Humana. Mestre em Ginecologia pela Unifesp e pós-graduado em Ginecologia pela Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro (RJ), possui o TEGO - Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia, certificado pela FEBRASGO (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia). Em seu currículo internacional destacam-se: título de especialista em Reprodução Humana pelo Instituto Dexeus, certificado em Barcelona, na Espanha; membro da American Society for Reproductive Medicine (ASRM), nos Estados Unidos; e membro da European Society of Human Reproductive and Embriology (ESHRE), na Bélgica. O profissional atuou como diretor do Núcleo de Esterilidade Conjugal do Centro de Referência da Saúde da Mulher, no Hospital Pérola Byington, em São Paulo (SP), durante os anos de 2001 a 2003. Foi médico do setor de Reprodução Humana da UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo), entre 2004 e 2014.

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