§ Atenção
especial durante o pré-natal, uso de repelentes indicados pelos médicos,
instalação de telas nas portas e janelas são algumas medidas cautelares para o
controle, de acordo com a orientação de Dr. Luiz Eduardo Albuquerque
§ Zika
vírus é um germe transmitido pelo Aedes Aegypti, o mosquito que
também transmite a dengue, a febre chikungunya e
a febre amarela
§ Somente
no Brasil, em 30 de novembro de 2015, 1.248 casos de microcefalia causados pelo
Zika Vírus, incluindo 7 mortes, foram relatados em 14 estados do Brasil, que
estão sob investigação
Nos últimos dias, o Brasil esteve em estado de alerta sobre os males causados pelo Zika vírus, um germe transmitido pelo Aedes. Além de febre, coceira e dores musculares, já foi constatado que o vírus pode causar síndromes neurológicas e malformações congênitas. Em 30 de novembro de 2015, 1.248 casos de microcefalia, incluindo 7 mortes, foram relatados em 14 estados do Brasil, que estão sob investigação. “Trata-se de um vírus novo que ainda não sabemos de todos os problemas que poderão surgir com a infecção feita por ele”, alerta o médico ginecologista, especialista em Reprodução Humana, Dr. Luiz Eduardo Albuquerque, diretor da Fertivitro.
Dr. Luiz Eduardo
explica que durante as primeiras 20 semanas da gravidez, fase em que alguns
órgãos estão em formação, especialmente o crânio, os cuidados devem ser redobrados
para se evitar possíveis más formações nesta fase de desenvolvimento do feto.
“Nós médicos temos a missão de oferecer à paciente o máximo de orientações para
que ela possa desfrutar de uma gestação segura tanto física como emocional, e
para que o feto possa se desenvolver de forma tranquila e saudável”, ressalta.
“É muito importante tomar os cuidados necessários de proteção contra a epidemia
do Zika Vírus”, complementa.
Expansão do Zika (OMS)
Dados da Organização
Mundial da Saúde (OMS) apontam que, a partir do dia 01 de dezembro deste ano,
nove Estados-Membros nas Américas confirmaram circulação autóctone: Brasil,
Chile (na Ilha de Páscoa), Colômbia, El Salvador, Guatemala, México, Paraguai,
Suriname e Venezuela. No Brasil, foram confirmados os primeiros casos nativos
de Zika vírus em maio, totalizando 18 estados, sendo da região Norte (Amazonas,
Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins), região Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará,
Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte), a região Sudeste (Espírito
Santo, Rio de Janeiro e São Paulo), a região Centro-Oeste (Mato Grosso), e
região Sul (Paraná).
Considerando a expansão
da transmissão do Zika vírus na Região das Américas, e tendo em conta as
recentes descobertas relacionadas ao Zika vírus, a Organização Pan-Americana da
Saúde e Organização Mundial da Saúde (OPAS / OMS) atualizaram as recomendações
sobre a vigilância do vírus Zika. Isto inclui a vigilância para síndromes
neurológicas e malformações congênitas, e também fornece recomendações para o
acompanhamento de gestantes e recém-nascidos em áreas onde Zika vírus está
circulando.
Prevalência da epidemia
da microcefalia no Brasil
No mês de julho deste
ano, o Brasil RSI NFP (Regulamento Sanitário Internacional – RSI/ Pontos Focais Nacionais do RSI - NFP)
relatou a detecção de pacientes com síndromes
neurológicas com história recente de infecção pelo Zika vírus, especialmente no
estado da Bahia. Até 13 de Julho, 76 pacientes com síndrome neurológica tinham
sido identificados, dos quais 55% (42/76) foram confirmados como síndrome de
Guillain-Barré (SGB), 5 dos 76 foram confirmados por outras síndromes
neurológicas, 4 dos 76 foram descartados e 25 dos 76 continuam sob
investigação.
Em outubro, o
Regulamento Sanitário Internacional (RSI) notificou a detecção de um aumento
anormal em casos de microcefalia na área de saúde pública e privada no estado
de Pernambuco, Nordeste do Brasil.
Em 30 de novembro,
1.248 casos (99,7 / 100.000 nascidos vivos) de microcefalia, incluindo 7
mortes, foram relatados em 14 estados do Brasil, que estão sob investigação. Em
2000, a prevalência de microcefalia em recém-nascidos no Brasil foi de 5,5
casos / 100.000 nascidos vivos e em 2010 foi de 5,7 casos / 100.000 nascidos
vivos. Estes dados demonstram um aumento de vinte vezes em comparação com a
taxa observada em anos anteriores. Os dados foram obtidos do Sistema de
Informações sobre Nascidos Vivos (Sinac, por sua sigla em Português), que
captura dados epidemiológicos relacionados com a gravidez, nascimentos e
malformação congênita, além da sóciodemografia das mães.
Principais recomendações de cuidados:
- Uso frequente de
repelentes indicados pelos médicos. O mais recomendado pelos especialistas é o
Exposis Extreme – aplicar na pele a cada 10 horas e na roupa 1 vez ao dia; em
segundo lugar, o OFF Adulto. Neste caso, a gestante deve aplicar na pele a cada
6 horas e 1 vez ao dia na roupa. Outros repelentes que podem ser utilizados
pelas gestantes são: Autan, Super Repelex e Citomin. “Lembrando que o uso do
repelente é eficaz durante as primeiras 20 semanas. Depois deste período, o acometimento
cerebral que leva a microcefalia é ausente, porém, não sabemos ainda se existem
outros comprometimentos neurológicos que possam estar correlacionados com a infecção
do Zika. Portanto, o uso do repelente deverá ser estendido durante todo o
pré-natal”, explica Dr. Luiz.
- Para
minimizar o contato do paciente com o vetor, recomenda-se que o descanso seja
feito sob mosquiteiros (redes de cama), tratados com ou sem inseticida. Os
doentes e outros membros da família devem usar roupas que cobrem as
extremidades. Repelentes com DEET (N, N-dietil-3-metilbenzamida), IR3535 (3-
[N-butil-N-acetil] aminopropiónico etil-éster), ou icaridina podem ser
aplicados na pele ou vestuário exposto; seu uso deve ser estritamente de acordo
com as instruções indicadas no rótulo do produto. De acordo com os médicos, não
há qualquer evidência de restrição do uso destes repelentes por mulheres
grávidas se eles são utilizados de acordo com as orientações do fabricante.
- Aplique telas nas
portas e janelas. Estas medidas de prevenção pessoais são também eficazes na
prevenção da transmissão do vírus para pessoas saudáveis.
Dr. Luiz Eduardo alerta
que para as pacientes que desejam postergar a gestação, mas possuem idade
avançada e, portanto, irão perder o seu potencial reprodutivo, não devendo
postergar a gestação, poderão fazer a opção de congelar seus embriões e em um
momento mais oportuno utilizá-los para tentar uma gestação mais segura. “Essa
indicação também pode ser opção para os casais que estão sob tratamento de
Fertilização in Vitro, uma vez que o congelamento dos embriões parece
não impactar nas chances de gestação”, diz.
Dr. Luiz Eduardo
Albuquerque - diretor clínico da Fertivitro, é ginecologista especialista em
Reprodução Humana. Mestre em Ginecologia pela Unifesp e pós-graduado em
Ginecologia pela Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro (RJ), possui o
TEGO - Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia, certificado pela
FEBRASGO (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia). Em
seu currículo internacional destacam-se: título de especialista em Reprodução
Humana pelo Instituto Dexeus, certificado em Barcelona, na Espanha; membro da American
Society for Reproductive Medicine (ASRM), nos Estados Unidos; e membro da European
Society of Human Reproductive and Embriology (ESHRE), na Bélgica. O
profissional atuou como diretor do Núcleo de Esterilidade Conjugal do Centro de
Referência da Saúde da Mulher, no Hospital Pérola Byington, em São Paulo (SP),
durante os anos de 2001 a 2003. Foi médico do setor de
Reprodução Humana da UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo), entre 2004 e
2014.
FERTIVITRO — Centro de Reprodução Humana - http://www.fertivitro.com.br - Blog: http://fertivitro.wordpress.com - http://www.facebook.com/fertivitro - http://www.twitter.com/fertivitro
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