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sexta-feira, 18 de agosto de 2023

Ministério da Cultura e Santander Brasil apresentam: Exposição Arigatôbrigado Arte Japonesa no Brasil / Culturas Conectadas

 



De 18/08/2023 (sexta-feira) a 20/11/2023 (segunda)

Farol Santander São Paulo celebra, em exposição inédita, 115 anos da imigração japonesa no Brasil

 

  • Cerca de 70 trabalhos, entre telas, esculturas, gravuras e objetos históricos compõem mostra que enaltece o intercâmbio cultural e social entre Brasil e Japão;
  • Objetos raros e históricos, como quimonos feitos especialmente para os ocupantes do primeiro navio japonês que chegou ao Brasil, estão entre os destaques;
  • Mostra reúne obras de nomes como Tomie Ohtake, Manabu Mabe, Yuji Tamaki, Tikashi Fukushima, Tomoo Handa, Takeshi Suzuki, Kenji Fukuda, entre outros.

 

O Farol Santander São Paulo, centro de cultura, lazer, turismo e gastronomia, abre no dia 18 de agosto (sexta-feira), a exposição inédita Arigatôbrigado Arte Japonesa no Brasil / Culturas Conectadas, uma homenagem aos 115 anos da imigração japonesa no Brasil e em São Paulo, onde está concentrada a maior população de origem japonesa fora do Japão. A mostra expressa o sentimento de gratidão ao abordar as mútuas e múltiplas influências entre essas duas culturas por meio das artes visuais. Em exibição até 20 de novembro (segunda-feira), a exposição ocupa toda a galeria do 20º andar, com mais de 70 obras.

Com curadoria de Ana Cristina Carvalho (in memorian) e Carlos Augusto Mattei Faggin, a mostra apresenta obras de artistas japoneses reconhecidos no Brasil e figuras essenciais para a história da arte nipo-brasileira. É o caso, por exemplo, de alguns ceramistas japoneses que imigraram nas décadas de 1940-60 e se estabeleceram no interior e nos arredores de São Paulo. Na ilustração das cerâmicas, artistas como Ioitiro Akaba contam em detalhes a história da viagem de vinda e a chegada ao país. Contextualizando ainda mais essa rica história, a exposição exibe autênticos quimonos feitos especialmente para a longa jornada dos primeiros imigrantes japoneses ao Brasil. A coleção desses itens pertence ao Museu Histórico de Imigração Japonesa.

"O amor do Brasil pelo Japão está expresso não apenas no fato de ser o país com a maior comunidade japonesa fora da terra do sol nascente, mas também pela influência nos hábitos culinários, nas artes, no esporte e nas manifestações culturais. Aqui vale um destaque para o bairro da Liberdade, nome que simboliza uma nova condição para os imigrantes em um país cuja idade permitiu certo desapego à formalidade tão presente na sua cultura milenar."; comenta Maitê Leite, vice-presidente executiva Institucional do Santander Brasil.

Pinturas, esculturas, gravuras e objetos produzidos por japoneses imigrantes e seus descendentes mostram a participação de seu estilo singular na produção cultural brasileira e também a formação de grupos como o Seibi, de 1935, que teve como integrantes os artistas Manabu Mabe, Takaoka e Fukushima, entre outros.

“Dentre as cerca de 70 obras expostas, o maior conjunto pertence à Coleção Santander Brasil, que se destaca pelo seu acervo de arte japonesa. Cabe também registrar aqui os agradecimentos à Pinacoteca do Estado de São Paulo, ao Museu de Arte Osório César, aos ceramistas Mieko Ukeseki, Shoko Suzuki, Kimi Nii e, especialmente, ao Museu Histórico da Imigração Japonesa no Brasil. Com esse sentimento de gratidão, esperamos que todos os visitantes à mostra Arigatôbrigado do Farol Santander, possam se inspirar, participando do diálogo entre essas duas culturas.”; comenta Carlos Augusto Mattei Faggin, curador da mostra.

Destaques das obras e curiosidades

Quimono Irouchikake, usado por noivas em cerimônias de casamento tradicionais no Japão. Vestir-se para o casamento em si já é um ritual que demora cerca de três horas. Para a cerimônia, a noiva usa um quimono branco e, sobre ele, outro pesado quimono branco conhecido como um shiromuku (branco e puro). Antes da recepção, a noiva troca o manto branco pelo Irouchikake, geralmente em tons avermelhados em tecido brocado e com aplicações douradas. Esta peça é ornamentada com os grous, pássaro símbolo de longevidade, voando em meio a nuvens douradas.

As obras "Fazenda" de 1974, criada por Hisamatsu Mitake, e "Palácio das Indústrias" de 1951, elaborada por Yuji Tamaki, juntamente com as criações dos artistas Tomoo Handa e Ioitiro Akaba, compõem um conjunto de peças que refletem o período de formação de artistas japoneses na cidade de São Paulo. Estas pinturas retratam as paisagens locais e o dia a dia da comunidade nipo-brasileira tanto nas plantações quanto nas grandes metrópoles.

As criações "Caminho de Esperança" de 1969 por Tomie Ohtake, "Paisagem" de 1977 por Manabu Mabe e as obras do artista Tikashi Fukushima evidenciam o estilo abstrato que consagrou esses artistas. A leveza e a intensidade das cores presentes nessas pinturas refletem a troca de experiências entre os japoneses e o impacto do contexto de um Brasil exuberante que permite o desenvolvimento de novas formas de ver a arte, se inserindo em um debate estético aberto a novas experimentações, motivado pelas primeiras edições das Bienais de São Paulo, as quais tornaram os círculos de produção de arte mais ativos.

Por fim, a peça de “Coluna bambu” de 2007 por Kimi Nii e a obra do artista Akinori Nakatani exemplificam o desenvolvimento da arte japonesa no campo da cerâmica artística. Os japoneses trouxeram para o Brasil a produção de peças cozidas em fornos de alta temperatura, revelando não só a tradição milenar da técnica japonesa, mas principalmente a intuição e a fina percepção desses artistas por meio de um olhar reflexivo à natureza que nos cerca.

A História da Imigração Japonesa

A história da imigração japonesa no estado sinaliza, desde os primeiros anos de 1900, o impacto dessa comunidade em nossa sociedade de maneira geral. Ao longo dos anos, com a vinda de mais imigrantes e a miscigenação, chegaram novos hábitos para o nosso país, e os japoneses também assimilaram o nosso cotidiano. Os sinais dessa troca de hábitos culturais podem ser percebidos em inúmeras manifestações e expressões culturais, que revelam histórias de luta para adaptar-se a um país tão diferente e tão distante de casa. Muito rica, portanto, é a fusão das culturas – japonesa e brasileira –, principalmente ao desvendar segredos guardados por um Japão isolado do mundo até 1850.

Todo esse encontro originou diversas datas, eventos, curiosidades e costumes que, assim como essa mostra, tem por objetivo celebrar e exaltar a cultura nipônica. Entre eles, estão:

Toyo Matsuri (Festival Oriental)      

Em todo início de dezembro, o bairro da Liberdade é palco do festival Toyo Matsuri, com apresentações da dança típica japonesa bon-odori, grupos de tambores taiko, artes marciais, entre outras atrações. O festival teve início na cidade de São Paulo após Osaka ter se tornado sua cidade-irmã em 1969.

Chado - Cerimônia do Chá

Em 1954 por ocasião do IV centenário da cidade de São Paulo, os imigrantes construíram o pavilhão japonês no Parque do Ibirapuera. Na sua inauguração foi apresentada a Cerimônia do Chá pelo Grão Mestre Herdeiro da Urasenke que veio ao Brasil para divulgar a cultura do Chado. Começou, assim, a difusão da cerimônia do chá no Brasil.

Artes Marciais 

Muitas das artes marciais praticadas no Brasil têm origem no Japão e foram trazidas ao Brasil por imigrantes: jiu-jitsu, aikido, iaidô, judô, naginata, kyudo, sumô e kendô são alguns exemplos. O judô teve tal assimilação pelos brasileiros que é o esporte com maior número de medalhas de brasileiros em edições dos Jogos Olímpicos. Estima-se que hoje haja mais de um milhão de praticantes no Brasil.

Companhia Fujima de dança kabuki

A dança clássica kabuki é uma manifestação artística cultural que deu origem ao teatro kabuki. No Brasil a escola foi fundada pela imigrante dançarina e coreógrafa Yoshinojo Fujima em 1961, no bairro da Liberdade.

Festival Tanabata (Festival das estrelas)

Festival que celebra uma antiga lenda, no bairro da Liberdade, num dia de julho. É o dia do ano em que à princesa tecelã e ao jovem criador de gado separados pela Via Láctea, é permitido se encontrarem. As ruas do bairro são decoradas com grandes ramos de bambu, nos quais as pessoas penduram desejos escritos em tiras de papéis coloridos (tanzaku).

Ficha técnica expo Arigatôbrigado Arte Japonesa no Brasil / Culturas Conectadas:

Conceito e Criação

Fernando Brandao Arquitetura e Design

Curadores

Ana Cristina Carvalho (in memorian) e Carlos Augusto Mattei Faggin

Organização Geral

Madaiart

Produção executiva

Angela Magdalena

Produção

Áurea Rosa

Direção de Produção

Fernando Brandão Architecture& Design SAO/SHA

Arq. Guilherme Kölndorfer

Arq. Luma Pereira

Arq. Miriam Di Matteo

Arq. Raí Franz

Identidade Visual e Projeto Gráfico

Laura Brandão

Instituições parceiras: Pinacoteca do Estado de São Paulo; Museu de Arte Osório César; Museu Histórico da Imigração Japonesa no Brasil.

Sobre Ana Cristina Carvallho (in memorian)

Graduada em Economia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP), foi Mestra e Doutora em Artes Visuais pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP), com Pós-graduação em Gestão e Turismo Cultural pela Universidade de Barcelona e Especialização em História da Arte Decorativa e Catalogação de Obras de Arte pela Christie´s Education, New York. Foi pesquisadora e escritora de várias publicações e textos sobre Patrimônio, Curadoria, Museus e Arte.

Integrou o Comitê Internacional para Museus-Casas Históricas do Conselho Internacional de Museus (DEMHIST-ICOM), do qual foi vice-presidente. Esteve também como membro do Conselho do Comitê Brasileiro do ICOM e membro da ABCA (Associação Brasileira de Críticos de Arte), da AICA (Associação Internacional de Críticos de Arte) e do ICCC (Instituto Cultural de Cerâmica de Cunha).

Foi curadora do Acervo Artístico-Cultural dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo e organizadora do Encontro Brasileiro de Palácios, Museus-Casas e Casas Históricas.

Sobre Carlos Augusto Faggin

Carlos Augusto Mattei Faggin nasceu em São Paulo em 1948. Arquiteto formado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, tem cursos de especialização na Universidade de Harvard em Cambridge e no Institute For Housing Studies em Rotterdam. Mestre, Doutor e Professor Livre Docente pela FAU/USP é Professor de História da Arquitetura e da História do Design nessa mesma Faculdade desde 1983.

Colaborou com os escritórios de Miguel Juliano e Silva, Jorge Wilheim no IPT-SP. Atuou como consultor de arquitetura na Technique Projetos Industriais e da ESCA, Eng. de Sistema de Controle e Automação, ATECH - Fundação Aplicações de Tecnologias Críticas, foi coordenador de projetos da Sperry Vickers S/A e do Grupo Eldorado.

Mantém seu próprio escritório de Projetos de Arquitetura, Design e Património Histórico desde 1970. Recebeu premiações em Concursos Nacionais. Foi Conselheiro do CONDEPHAAT por sete mandatos e Atual Presidente. Vice-Presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil – IAB-SP, Diretor Técnico da AsBEA Associação Brasileira dos escritórios de Arquitetura.

Sobre Fernando Brandão

Nasceu na cidade de São Paulo em 1960, formando em Arquitetura e Urbanismo pela FAU / Universidade de Santos em 1983. Atua nas áreas comercial, corporativa, promocional desde então recebendo os prêmios IAB, AsBEA, Abedesign, IF, IDEA, Red Dot, IAI AsiaPacific e inúmeros outros em sua carreira.

Foi diretor e vice-presidente da AsBEA (Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura). Em 2009 foi vencedor do concurso para o Pavilhão Brasileiro na Expo Universal 2010 Shanghai / China. Desde 2010 leciona na DeTao Masters Academy em Shanghai / China em parceria com a Peking University e Fudan Shanghai University.

Desde 2012 possui escritório em Shanghai / China na SIVA / Shanghai Institute of Visual Arts. Atualmente é diretor do escritório Fernando Brandão Architecture and Design atuando nos mercados Chinês e Brasileiro. No ano de 2019 a revista AD Architecture Digest China o elegeu entre os 100 arquitetos mais influentes da China.

Em 2020 foi incluído no livro “The Most Beaultiful Rooms of the World” publicada pela AD Architecture Digest e Editora RIzzoli NY.

Sobre o Farol Santander São Paulo

Desde sua inauguração, em janeiro de 2018, o Farol Santander São Paulo, centro de cultura, turismo, lazer e gastronomia, já recebeu mais de 1,5 milhão de visitantes e apresentou mais de 36 exposições nos eixos temáticos e imersivos. 

Construído para preservar o passado, iluminar o presente e transformar o futuro, as atrações do Farol Santander ocupam 18 dos 35 andares do edifício de 161 metros de altura que, por décadas, foi a maior estrutura de concreto armado da América do Sul.

As visitas começam pelo Hall do térreo, que surpreende com o famoso lustre de 13 metros de altura, pesando mais de 1,5 tonelada, passando pela Loja da Cidade e seguindo até o 26° andar: o Mirante do 26, que após revitalização, ganhou uma cafeteria especial por Mario Azevedo Gastronomia, com uma das vistas mais famosas de São Paulo.

Do 24° ao 19° andar estão as galerias de arte que recebem exposições temporárias, apresentando trabalhos de diversos artistas nacionais e internacionais. E do 5º ao 2º andar, no Espaço Memória, os visitantes podem conhecer a história do prédio e da própria cidade de São Paulo. Esses andares preservam mobiliário original, executado pelo Liceu de Artes e Ofícios, expostos nas salas de reuniões, diretoria e presidência, ambientadas sonoramente para simular o funcionamento à época como Banco do Estado de São Paulo. Na galeria do 4º andar fica a obra Vista 360°, feita pelo artista brasileiro Vik Muniz exclusivamente para o Farol Santander São Paulo. 

No subsolo do edifício, onde funcionava o cofre do Banco, está instalado o Bar do Cofre por SubAstor. O bar é ambientado com as características da época e pitadas contemporâneas em design e mobiliários, com carta de drinks especiais e aperitivos.

Outro espaço conectado a gastronomia é a Cozinha do 31 por Accademia Gastronomica, que mantém uma agenda semanal de cursos e aulas de gastronomia ministradas por renomados chefes de cozinha. E no 28º andar, o Boteco do 28 por Bar da Cidade, com um menu em referência à culinária da antiga Paulistânia, nascida da união entre ingredientes e costumes indígenas e portugueses.

Outro diferencial da instituição é a inusitada Pista do 21 por Rajas Skatepark, um dos maiores complexos esportivos para prática do skate do país, com instrutores homologados pela Federação Paulista da modalidade indoor. A pista de skate pode ser reservada para livre circuito de até sete skatistas por bateria e oferece agendamento de aulas.

Além dos andares culturais e gastronômicos, o prédio possui dois espaços exclusivos para eventos. No 25° andar, um incrível ambiente de 400m² decorado com elegante design, o Loft do 25 é um local sofisticado e contemporâneo que se adapta a diversos formatos de evento. E, no 8° andar, a Arena do 8 é o espaço ideal para palestras, encontros e debates, oferecendo equipamentos de áudio e vídeo, além da linda vista para o Vale do Anhangabaú e Avenida São João.

Serviço Arigatôbrigado Arte Japonesa no Brasil / Culturas Conectadas

Endereço: Rua João Brícola, 24 – Centro (estação São Bento – linha 1, azul do metrô)

Quando: 18/08/2023 a 20/11/2023

Site Farol Santander: farolsantander.com.br

Telefone Farol Santander: (11) 3553-5627

Funcionamento: terça-feira a domingo

Horários: 09h às 20h

Ingressos: R$ 35,00 (R$ 17,50, meia-entrada) 

Cliente Santander: 10% de desconto comprando com o cartão Santander (em até 8 ingressos).

Cliente Santander Select: 10% de desconto comprando com o cartão Santander Select (em até 8 ingressos), e prioridade na fila de entrada para o Farol.

Compra online:  https://www.farolsantander.com.br/#/sp (vendas também na bilheteria local)

Classificação: livre


Exposição O Criador e Sua Obra, de Enrique Lipszyc, é prorrogada para até dia 30 de setembro

 


Obras inéditas do fundador da Panamericana Escola de Arte e Design celebram os 60 anos da instituição


Com sucesso de visitações - 1300 pessoas já passaram por ela - a exposição O Criador e Sua Obra foi prorrogada para o dia 30 de setembro. A exposição reúne telas e desenhos produzidos por Enrique Lipszyc, fundador da Panamericana Escola de Arte e Design. A exposição das obras até então inéditas ao público celebra os 60 anos da instituição, marcada como referência na valorização e estímulo da profissionalização da criatividade brasileira. 

Desenhista voraz, pintor cauteloso e professor dedicado, Enrique Lipszyc (1932-2020) nunca expressou vontade de expor suas obras. Mas isso mudou em 2019, quando em uma conversa com seu filho, Alex Lipszyc, atual presidente da Panamericana e curador da exposição junto com Massimo Picchi, mostrou desejo em apresentá-las.  

Para a exposição, os curadores jogam luz sobre um tema predominante no trabalho de Lipszyc - o mito de Adão e Eva. Sob uma ótica que extrapola os muros erguidos pelo viés da religião, o artista expressou o caráter primordial desses dois personagens, seus comportamentos que o diferenciavam dos outros animais e que definiram permanentemente a existência humana.

Por ser um assunto recorrente em todo o trabalho de Enrique Lipszyc, os curadores precisaram fazer um recorte temporal para a exposição. “Enrique trabalhou nesse tema por toda a sua vida nas artes e seria impossível expor todas as obras, que chegam a ser centenas”, comenta Massimo Picchi, ex-diretor geral da Panamericana. Ao estudarem todo o acervo, eles observaram que os últimos anos expressam um artista mais consciente de seu ofício e seu estilo. “De 2012 até 2020, há uma consciência palpável, um domínio pleno de sua identidade como artista”, enfatiza Picchi.


Serviço

Exposição O Criador e Sua Obra, por Enrique Lipszyc – Panamericana 60 Anos

Onde – Panamericana Escola de Arte e Design – Avenida Angélica, 1900 – São Paulo

Quando – até 30 de setembro

Horário de visitação em julho – segunda a sexta das 9h às 20h e aos sábados das 9h às 12h (Domingos e feriados não abre)

Entrada gratuita

https://www.escola-panamericana.com.br/


No Dia da Fotografia, exposição mostra o esporte transformado em arte

  

Daytona, 1998: diversos efeitos simultâneos clicados com ajustes especiais
(Arte e Velocidade, Miguel Costa Jr.)

Na tradicional Galeria Arte 57, registros do veterano Miguel Costa Junior revelam o virtuosismo por trás de uma antiga paixão


Miguel Costa Junior é um caso raro de fotógrafo do mundo esportivo que “cruzou o portal” para o universo das artes. Talvez seja o único. Prestes a completar 67 anos em setembro, sendo 43 de carreira, este paulistano nascido no então simplório bairro de Moema será homenageado com uma exposição inédita pela tradicional Galeria Arte 57, em São Paulo. A mostra “Arte e Velocidade” reúne 55 registros inéditos e de edição limitada de Costa Junior, colhidos ao longo de décadas de trabalho como foto-repórter de automobilismo – sua paixão desde a infância. Miguel tornou-se o principal nome da fotografia no universo automobilístico brasileiro e maior referência para a atual geração de fotógrafos.

Com curadoria da especialista Rosana De Conti, a mostra será aberta em 19 de agosto, Dia Mundial da Fotografia, e poderá ser vista pelo público até o dia 21 de setembro. “Arte e Velocidade” é a primeira apresentação formal de Miguel Costa Junior como artista da fotografia, embora ele venha produzindo conteúdo autoral e experimental há algumas décadas, abordando também diversos outros temas, como arquitetura, cotidiano, moda e aspectos culturais.

“Optamos por focar no tema velocidade justamente por ele estar na origem do trabalho e do raciocínio contestador e exploratório do Miguel sobre as técnicas e as possibilidades da fotografia como expressão. É um tema que mostra um pouco do caminho das descobertas de Miguel, do que o faz um artista único e um profissional importante nos dois universos, o esportivo e também o artístico”, definiu o marchand Renato Magalhães Gouvêa Junior, que dirige a Galeria Arte 57 ao lado de Guilherme de Magalhães Gouvêa.


O que é visto e o imaginado – “Miguel possui um acervo com mais de 50 mil registros, entre fotos analógicas e digitais. É uma coleção bastante rica, que remete o espectador não só às corridas de automóveis, mas também a cenários inéditos, transpondo os limites entre o que se vê e o que se pode imaginar”, detalhou Rosana De Conti.

“Em algumas ocasiões, Miguel parece brincar com os elementos, deixando borrões ao fundo e total nitidez sobre o carro que passa a mais de 300km/h. Em outras, pequenos detalhes do carro, em contextos totalmente abstratos, ultrapassam o limite do registro fotográfico para construir uma composição artística e inimaginável”, destaca a curadora.

Costa Junior construiu seu acervo cobrindo as principais competições mundiais, da Fórmula 1 ao Rally Dakar, passando pela Fórmula Indy, Stock Car e Mundial de Endurance. Apaixonado pelo esporte, nunca teve condições de praticá-lo, e a fotografia foi um caminho para se aproximar de seus ídolos e da emoção que sentia ao estar em uma pista de corridas.

“Em 1970, aos 13 anos, meu pai me levou pela primeira vez a Interlagos. Estavam lá meus heróis da época, os irmãos Fittipaldi e o também ex-piloto de Fórmula 1 Luiz Pereira Bueno. Saí de lá com a certeza de que queria viver perto daquele universo maravilhoso. Mas só dez anos depois um amigo me emprestou uma máquina para eu fazer meus primeiros registros”, lembra ele.

“Eu já tinha um olhar diferente. Desde bem pequeno eu colecionava recortes de fotos”, continua Costa Junior. “Adorava analisar os ângulos, as nuances, a forma como o fotógrafo tinha escolhido fazer o registro. Quando essas duas paixões se uniram em Interlagos naqueles dias, eu nunca mais consegui ficar sem fotografar. E nesse tempo todo, a curiosidade pelo diferente, pela experimentação, andaram em paralelo com a profissão de foto-repórter. Posso dizer que foi o meu ganha-pão diário que sustentou também esse lado mais criativo, porque eu estava sempre com uma máquina na mão”, lembra ele.

Busca do inusitado: detalhe do efeito das luzes na fibra de carbono
(Arte e Velocidade, Miguel Costa Jr.)

Situações incomuns – Entre as 55 imagens expostas estão registros que envolvem ídolos do esporte brasileiro, como Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet e Ayrton Senna. Há também composições que exploram detalhes e situações incomuns. É o caso da foto tirada em 1998 no circuito americano de Daytona, retratando um carro da Panoz na freada, a mais de 300km/h, com máquina analógica. No mesmo clique, Costa Junior foi capaz de registrar o brilho dos freios de carbono incandescentes durante várias voltas do pneu, os reflexos das luzes do autódromo na carenagem, ao mesmo tempo em que usava um flash para destacar a silhueta do veículo, em um malabarismo fotográfico genial.

Outro exemplo é o inesperado grafismo das luzes refletindo na textura negra da fibra de carbono da parte inferior da asa de um carro da equipe Force India de F-1, quando o carro era levado para a vistoria técnica, no GP do Brasil de 2018.

“Detalhes gráficos assim, combinando a beleza do design de elementos mecânicos ou aerodinâmicos com a velocidade e o movimento, fazem parte do espírito desse esporte. Nessas duas fotos, eu me demorei fazendo cálculos e imaginando soluções, antes do clique final. Minha fotografia sempre foi raciocinada assim, buscando um resultado diferente ou inesperado. Eu sempre busquei mostrar esse espírito que combina luz, design inusitado e movimento, com a ousadia e a paixão que eu sinceramente sinto, desde sempre, pelo automobilismo”, define o artista.


Agenda
Exposição Arte e Velocidade
Autor:
 Miguel Costa Junior
Temática: mostra fotográfica individual sobre esportes motorizados
Galeria: Arte 57, do marchand Renato Magalhães Gouvêa Junior
Curadoria: Rosana De Conti
Endereço: Av. Nove de Julho, 5144, São Paulo/SP
Abertura: 19 de agosto, 11h às 17h, Dia Mundial da Fotografia
Exposição: 21/8 a 21/9, das 11h às 18h
Serviço: manobristas gratuitos no dia 19. Depois, estacionamento na galeria


Praça da Sé será palco de atrações culturais

Jornada Cultural na Sé, iniciativa do programa #VemProCentro, é uma parceria entre ACSP, Prefeitura de São Paulo e Metrô; programação tem início no fim de agosto


A Associação Comercial de São Paulo (ACSP), em parceria com a Prefeitura de São Paulo e o Metrô, promove uma série de atividades culturais no centro da capital paulista. Nomeada Jornada Cultural na Sé, ação que integra o programa #VemProCentro, a iniciativa tem o propósito de contribuir com as políticas de revitalização da região ao incentivar a volta da ocupação dos espaços públicos pelos paulistanos por meio da oferta de atrações artísticas. Com início previsto para o fim de agosto, a programação se estenderá até dezembro, quando será realizado o evento de lançamento do Natal Iluminado.

 

A Jornada Cultural na Sé começa daqui a duas semanas, dia 26 de agosto, sábado, com a Banda dos Seguranças do Metrô. O grupo, fundado há 10 anos, se apresenta em diferentes estações da cidade, sendo seus integrantes os profissionais da companhia que atuam na segurança do metrô.

 

Para promover o bem-estar físico, a Associação Cultural e Assistencial da Liberdade (ACAL) promoverá uma sessão de taissô, uma forma de ginástica laboral de origem japonesa. A atividade engloba uma sequência de etapas, como alongamento, exercícios de aquecimento e momentos de relaxamento. Os movimentos executados durante a prática envolvem flexões, extensões, rotações, bem como abertura e fechamento de braços e pernas, entre outras ações.

 

As outras atividades programadas para o dia incluem uma aula de dança direcionada para idosos, ministrada pelo instrutor Ricardo Monteiro. Além disso, haverá uma apresentação musical da cantora, compositora e criadora do Santo Samba, Chris Pires, bem como apresentações dos percussionistas do Grupo Taiko, banda da Comunidade Evangélica do Bixiga (Comebi) e do Grupo Bunkyo.

 

Para o presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Roberto Mateus Ordine, a iniciativa vem para fortalecer as ações de revitalização do Centro Histórico da cidade. “Estamos vendo os esforços dos setores público e privado, além do empresariado, de revigorar a região, e a nossa entidade, que tem o centro como seu berço, também está nessa frente com a oferta de atrações culturais com a Jornada Cultural na Sé”, diz. “Um centro ocupado movimenta a economia local, gera empregos e renda aos paulistanos”.

 

A Jornada Cultural na Sé ocorre das 9h às 17h, com entrada franca. 


 

Confira a programação da Jornada Cultural na Sé:

 

9h - Banda dos Seguranças do Metrô

10h - Percussionistas do Grupo Taiko

11h - Ginástica Taissô

13h - Grupo Bunkyo

14h - Aula de dança para idosos com o professor Ricardo Monteiro

15h - Show da cantora Chris Pires

17h - Banda da Comunidade Evangélica do Bixiga (Comebi)

 

 


Sobre #VemProCentro: Ação coordenada pela ACSP que tem como objetivo colaborar com a revitalização do Centro Histórico e trazer de volta o comércio e o cidadão, aproveitando todo o potencial histórico, cultural e gastronômico da região central da capital. Além disso, a iniciativa traz uma série de vídeos feitos com empresários que apostaram nessa região da capital paulista e que agora buscam inspirar outros empreendedores a seguirem os mesmos passos.

Sobre a ACSP: A Associação Comercial de São Paulo (ACSP), em seus 128 anos de história, é considerada a voz do empreendedor paulistano. A instituição atua diretamente na defesa da livre iniciativa e, ao longo de sua trajetória, esteve sempre ao lado da pequena e média empresa e dos profissionais liberais, contribuindo para o desenvolvimento do comércio, da indústria e da prestação de serviços. Além do seu prédio central, a ACSP dispõe de 15 Sedes Distritais, que mantêm os associados informados sobre assuntos do seu interesse, promovem palestras e buscam soluções para os problemas de cada região.


Desvendando mitos e verdades sobre o consumo de água

A bebida fornece uma sensação de saciedade, não possui calorias e auxilia no aumento do metabolismo e gasto calórico contribuindo no processo de emagrecimento

 

A água, esse líquido vital e essencial para o funcionamento adequado de praticamente todos os sistemas do organismo, desempenha um papel fundamental para manutenção da saúde e do bem-estar do corpo. Compreendendo mais de 70% da composição corporal, ela desempenha um papel vital em uma ampla gama de processos fisiológicos e metabólicos. Além de ser essencial para a hidratação, a água também atua como uma via crucial para a eliminação de toxinas e resíduos do organismo, por meio dos processos de transpiração e excreção urinária.

Na busca por informações confiáveis sobre a hidratação e seus impactos na saúde, é fundamental separar mitos de verdades. Para isso, nada melhor do que ouvir a perspicácia de especialistas no assunto. Irani Gomes dos Santos Souza, nutricionista e coordenadora do curso de Nutrição da Faculdade Santa Marcelina, traz à tona uma análise sobre os mitos e verdades relacionados ao consumo de água.


Água com gás engorda assim como refrigerantes?

Primeiro vamos entender a diferença entre água com gás e água gaseificada. A água mineral com gás é aquela naturalmente gaseificada (com dióxido de carbono). Essa água apresenta sabor bem suave. Já a água gaseificada é uma água mineral que recebe o gás dióxido de carbono de forma artificial no momento do envase. Independente da situação, não existe aporte calórico que impulsione o ganho de peso, mas fique atento pois a água gaseificada não é considerada um alimento natural.


Beber muita água durante a refeição atrapalha a digestão?

O consumo de líquidos junto a refeição que inclui a água, atrapalha no processo digestivo devido a diluição do ácido clorídrico (enzima responsável pela digestão do alimento no estomago). Além disso, o líquido aumenta o volume no estomago, fazendo com esse órgão fique cada vez mais distendido promovendo maior capacidade gástrica.


É preciso beber água mesmo sem ter sede?

Nosso corpo perde líquido constantemente, seja quando transpiramos, urinámos e até mesmo na respiração. Então, o ideal é fracionar o consumo de água durante o dia todo. Entretanto, reforço que próximo ao horário de dormir é importante reduzir a ingestão, para que a pessoa tenha um sono tranquilo e constante, não precisando acordar à noite para urinar.


Beber muita água em um curto espaço de tempo faz mal? 

O consumo de água deve ser diário e determinado por faixa etária, estilo de vida e/ou condições de saúde. No entanto, nosso corpo precisa de água em concentrações diferentes durante o dia. Beber água de uma vez não auxilia em nada. Esse processo pode ser percebido em um dia de calor, onde suamos mais e neste momento o corpo precisa de mais água. Outro exemplo é de pessoas que fazem uso de diuréticos e por isso precisam tomar mais água para se hidratar. A oferta de água precisa vir do meio externo e deve ser fracionada durante todo o dia, já que nosso corpo usa a água em vários processos durante todo o dia.


Água com gás hidrata menos do que a natural?

O poder de hidratação é o mesmo. Mas lembre-se a água gaseificada não é um produto natural e sim um produto modificado pela indústria alimentícia.


Água gelada é eficaz para matar a sede?

A temperatura da água não interfere no poder de saciar a sede.


Água gelada emagrece?

A água gelada ao ser consumida faz com que o corpo tente nivelar a temperatura da água com a temperatura do corpo, ou seja, buscará trazer a temperatura da água próxima a temperatura corporal. Com isso, o corpo gastará mais energia auxiliando no processo de emagrecimento. Porém, atenção! Sem mudança de hábitos de vida que inclui alimentação, a água gelada não surtirá efeito.


Água engarrafada possui prazo de validade?

Sim, mas isso se dá não pela água e sim pelo recipiente onde ela é envasada. Esse recipiente pode conter microrganismos que podem crescer na água parada, por isso, a importância de ter prazo de validade na água engarrafada.


Beber água faz bem para a pele?

Com certeza, pois um corpo hidratado permite uma pele com melhor elasticidade e brilhante retardando os sinais de envelhecimento.

 

Faculdade Santa Marcelina


Campanha Respire Agosto alerta à população brasileira sobre o câncer de pulmão

O tumor é o mais letal na América Latina, com 86 mil mortes.

 

No mundo foram mais de 1,76 milhão de óbitos e, no Brasil em 2020, mais de 35 mil

 

O mês de agosto é reservado a conscientização sobre os cuidados com a saúde do pulmão. Neste sentido, o Instituto Lado a Lado pela Vida alerta a população sobre o câncer no órgão pela campanha Respire Agosto. Em 2023, a iniciativa adotou o tema “Seu Pulmão, Sua Luta, Nossa Causa”. O objetivo é levar informação, incentivar a prevenção e a busca por diagnóstico precoce da neoplasia que mais mata no mundo, com mais de 1,76 milhão de óbitos, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).

 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) também indica que haverá crescimento no número de óbitos por câncer de pulmão no mundo até 2040. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), em um panorama geral, o Brasil deverá registrar 704 mil novos casos de câncer para cada ano do triênio 2023-2025. Ainda de acordo com o INCA, o tumor maligno mais incidente no Brasil é o de pele não melanoma, seguido pelos de mama nas mulheres, próstata, cólon e reto, pulmão e estômago.

 

De acordo com Marlene Oliveira, presidente do Instituto Lado a Lado pela Vida, os números para este tipo de neoplasia são muito elevados para uma doença que tem em 85% dos casos o tabaco como o principal fator de risco.

 

"O câncer de pulmão é um desafio para a saúde pública no mundo e no Brasil não é diferente. Associado em grande parte ao tabagismo, esse tumor matou 35.160 pessoas no nosso país e 40.409 receberam o diagnóstico da doença em 2020*. Diante desse cenário alarmante, desde 2018 o Instituto Lado a Lado pela Vida, por meio da campanha Respire Agosto, cumpre a missão de conscientizar a população sobre a prevenção e a busca por diagnóstico precoce como medidas cruciais", explica.

 

Ainda segundo Marlene, a detecção em estágios iniciais é fundamental, para aumentar as chances de cura. "Porém, devido à falta de conhecimento, informações e acesso ao sistema de saúde, 85% dos pacientes latino-americanos recebem o diagnóstico em fase avançada”, complementa a presidente.

 

O crescimento do uso do cigarro eletrônico e vaporizadores, principalmente entre os jovens, é uma das mais atuais preocupações para a saúde em todo o mundo, segundo o oncologista e membro do Comitê Científico do Instituto Lado a Lado pela Vida, Igor Morbeck. De acordo com estudo publicado no final de 2022 pelo World Journal of Oncology, as chances de quem faz uso do cigarro eletrônico desenvolver câncer é aumentada e o diagnóstico chega a acontecer 20 anos antes do que ocorre com um fumante convencional.

 

“A utilização de cigarro eletrônico pode parecer inofensivo, mas tem acarretado graves problemas, em curto prazo, ao pulmão, por exemplo. São produtos com venda proibida no Brasil, ou seja, não existe uma regulação que inspecione a sua composição. Nele, podem conter inúmeras substâncias nocivas à saúde. É um hábito que deve ser abolido e combatido”, enfatiza o especialista.

 

Ação concreta

Neste ano, o Instituto Lado a Lado pela Vida promoverá ainda no dia 28 de agosto, na estação de metrô de Santa Cruz, em São Paulo, das 10h às 16h, o Circuito do Pulmão, uma ação para reforçar o alerta da campanha Respire Agosto.

 

Estarão no local profissionais de saúde para realizar a medição da pressão arterial, circunferência abdominal, peso e espirometria, exame capaz de medir a capacidade pulmonar do paciente. No shopping, será instalado um pulmão inflável de seis metros de altura para chamar atenção do público e incentivá-lo a participar das atividades.

 

Instituto Lado a Lado pela Vida


Fonte: Globocan/IARC (Agência Internacional de Pesquisa em Câncer da Organização Mundial da Saúde


Transplante de fezes chega como alternativa para tratamentos intestinais

 Apesar de ainda causar estranheza entre os brasileiros, método pode auxiliar no tratamento contra infecções graves no intestino grosso

 

Você já ouviu falar em transplante de fezes? O procedimento, relativamente novo na medicina, ainda causa estranheza entre os brasileiros. Isso porque, normalmente, o transplante está relacionado a órgãos como coração, fígado, rim e até mesmo a tratamentos capilares.

Ao contrário do que possa parecer, não são exatamente as fezes que são implantadas no paciente, mas sim as bactérias saudáveis presentes nas excreções, que são analisadas para o processo.

“Toda essa implementação ocorre no receptor, através da colonoscopia convencional. A partir desse exame, é realizada a infusão da solução composta por substrato fecal, permitindo que as bactérias, recém-inseridas no intestino grosso, ‘combatam’ aquelas que eram consideradas prejudiciais”, afirma a Dra. Rebecca Saad, infectologista e coordenadora do SCIH (Serviço de Controle de Infecção Hospitalar) do CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas "Dr. João Amorim".

O processo ajuda, especificamente, a tratar a colite pseudomembranosa, uma infecção grave gerada pela bactéria Clostridium difficile, que atinge parte do intestino grosso, sobretudo, a região do cólon.

"No momento, esse é o caso mais indicado para o seu uso. Podemos dizer que a colite pseudomembranosa é mais comum em pacientes com imunossupressão ou aqueles que passaram por longos períodos de internações, com consumo de múltiplos antibióticos. Isso acontece porque, nesse período, a bactéria pode atingir desequilíbrio através do uso prolongado ou descuidado da medicação", destaca a médica.

A doença costuma causar crises de diarreia, fortes dores e desconforto, e, na maioria das vezes, ocorre durante ou logo após a finalização do tratamento com antibiótico, sem necessariamente estar relacionada a uma restrição de classe.

Como uma opção viável, o transplante da microbiota fetal entra justamente para ajudar nesses casos de desequilíbrios na flora intestinal, restabelecendo uma microbiota saudável no intestino e possibilitando que o paciente possa ter uma melhor digestão e fortalecimento do seu sistema imunológico, além de produção de vitaminas essenciais, por exemplo.

“O mais apropriado é que a doação dessas fezes utilizadas para o transplante ocorra por pessoas da família do receptor. E somente após a realização de exames médicos e adequada constatação é que essa troca pode ser realizada”, enfatiza Dra. Rebecca.

No Brasil, o primeiro transplante de microbiota fecal ocorreu em meados de 2013, no Hospital Israelita Albert Einstein, na cidade de São Paulo. Apesar de alguns anos desde o advento, o serviço não é amplamente oferecido nas unidades de saúde do país, pois o procedimento ainda não conta com a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Apesar dessa restrição, o país está avançando na área e já conta com o seu primeiro Centro de Transplante de Microbiota Fecal e um biobanco de fezes, situados no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com o respaldo da Anvisa.

Outros países como Reino Unido, Austrália e Estados Unidos já conquistaram autorização de seus órgãos reguladores de saúde para estabelecer o transplante fecal como uma alternativa reconhecida no tratamento de infecções graves e persistentes causadas por bactérias.

Além de dispor de bancos de microbiota fecal para atender pessoas com recomendação para o procedimento, os Estados Unidos, por sua vez, aprovaram recentemente uma pílula composta por bactérias saudáveis encontradas nas fezes humanas, tornando ainda mais fácil o processo de transplante fecal para os americanos.

"Essa inovação é um passo importante para a medicina, já que pode nos ajudar a evoluir ainda mais em pesquisas e procedimentos. Pode também ser uma forma de padronizar o procedimento na hora de realizar o transplante no paciente", explica a infectologista.

A novidade também vem fomentado discussões referentes ao tratamento contra a obesidade, podendo ser mais uma possível opção para esse tipo de quadro. Estudos ainda buscam entender a fundo se um indivíduo, inicialmente obeso, poderia emagrecer ao receber a microbiota de outra pessoa com biotipo magro. Não só isso, a ciência ainda estima que doenças psíquicas, como depressão e ansiedade, também possam se beneficiar futuramente do transplante.



CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”
@cejamoficial
cejam.org.br/noticias


Uso de medicamentos para saúde mental cresce 36% em quatro anos

Indústrias farmacêuticas investem cada vez mais em
 novos medicamentos com foco na neurologia e psiquiatria
 Istockphoto
Cenário demanda busca por formulações que reduzam efeitos colaterais e aumentem eficácia; farmacêutica investe R$ 80 milhões em pesquisas e desenvolvimento de novos produtos


Aproximadamente um bilhão de pessoas em todo o mundo sofrem com algum problema de saúde mental, o que significa dizer que uma em cada oito pessoas lida com  problemas como ansiedade e depressão. Nos últimos quatro anos no Brasil, o consumo de antidepressivos e estabilizadores de humor cresceu 36%, de acordo com o Conselho Federal de Farmácia. Esse cenário tem levado as indústrias farmacêuticas a investirem cada vez mais em novos medicamentos com foco na neurologia e psiquiatria, com objetivo de minimizar os efeitos colaterais e proporcionar uma eficácia superior em comparação aos medicamentos já liberados para o consumo. 

Um exemplo desse investimento é a indústria paranaense Prati-Donaduzzi, que irá destinar cerca de R$ 80 milhões em 2023 para o setor de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) na área de novos medicamentos. E a expectativa é que, nos próximos anos, esse valor seja ainda maior. Atualmente, a farmacêutica oferece 16 moléculas e 65 apresentações de medicamentos destinados a problemas do Sistema Nervoso Central. “O suporte medicamentoso, quando acompanhado por um médico especialista, é um importante auxílio na superação dos desafios das relações sociais, que muitas vezes são prejudicadas pelo estresse da rotina e pressão que somos submetidos diariamente, tanto no âmbito profissional como afetivo”, afirma a pesquisadora da Prati-Donaduzzi, Emanuelle Webler.

 

Longo e rigoroso processo 

O processo de pesquisa envolve cerca de 300 profissionais na área, grande parte com mestrado e doutorado, trabalhando em equipes multidisciplinares compostas principalmente por farmacêuticos e químicos. Esses times realizam uma variedade de atividades, desde a busca por novos produtos, estudos de viabilidade técnica e econômica, gestão de projetos, desenvolvimento de novas fórmulas e novos métodos analíticos, embalagens, análise de estabilidade até a elaboração da documentação do dossiê de desenvolvimento de produtos submetidos à Anvisa. Considerando todas as etapas de desenvolvimento, pesquisa clínica e avaliação pela Anvisa, podendo levar vários anos até que o medicamento desenvolvido esteja disponível nas farmácias. 

“O Sistema Nervoso Central apresenta desafios significativos de acesso, incluindo barreiras biológicas que impedem a chegada das moléculas para exercerem seus efeitos terapêuticos. Superar essas barreiras e desenvolver medicamentos capazes de atingir alvos específicos no cérebro é um dos maiores obstáculos a serem enfrentados durante a pesquisa e desenvolvimento”, complementa a pesquisadora.

 

Prati-Donaduzzi, indúst

 

Aneurisma da aorta é uma doença assintomática que pode ser letal

No Brasil, 10 pessoas são internadas todos os dias com a doença

 

A aorta é a maior artéria do corpo humano, que se origina no coração e se estende pelo abdômen, se dividindo para as duas pernas. Um levantamento realizado no último ano pela SBACV - Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular, revelou que 10 pessoas são internadas com aneurisma da aorta no país, todos os dias. Este número é muito preocupante, levando em consideração que esta é uma doença silenciosa e que um aneurisma nesta artéria pode ser fatal. 

Este tipo de aneurisma acontece quando a parede do vaso sanguíneo se dilata, podendo se romper a qualquer momento, causando uma hemorragia interna. Para o Dr. Elcio Pires Junior, cirurgião cardiovascular e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular, a melhor forma de prevenção são os exames regulares. “O acompanhamento clínico regular é o principal meio de prevenir esta doença, já que muitas vezes só é descoberta de forma ocasional em exames de rotina, como radiografia, ecografia, entre outros”, explicou

Por se tratar de uma doença assintomática, o aneurisma pode crescer sem a percepção do indivíduo, seja de forma lenta ou rápida. Em um estado avançado com aproximadamente 6cm de diâmetro, a pessoa começa a sentir dores no peito, na lombar e dificuldade para respirar. Em caso de ruptura da artéria, é possível sentir imediatamente uma dor abdominal aguda que se propaga para as costas, além de tontura e desmaio.

“O aneurisma da aorta com aproximadamente 4cm de diâmetro pode ser acompanhado sem a necessidade de cirurgia, dependendo do caso de cada paciente, por meio de radiografia do tórax, ultrassom, RM, angiografia e TC”, comentou Pires. “Já em casos em que o aneurisma passa desse tamanho, a cirurgia pode ser indicada", completou.

Existem dois tipos de cirurgia para esse caso, a convencional, em que há necessidade de uma abertura no tórax, com uma recuperação em torno de 2 a 3 meses. E a cirurgia endovascular, que é menos invasiva e não é preciso abrir o tórax, é feita por um incisão na artéria da virilha, com uma recuperação de até três dias. O cirurgião cardiovascular decide o procedimento mais indicado para cada caso.

Não há remédio ou tratamento precoce que previna alguém de desenvolver o aneurisma da aorta, o que existe são meios de manter uma boa qualidade de vida, que podem ou não evitar a doença, como fazer exercícios físicos regularmente, evitar fumar, não consumir muita gordura e controlar o colesterol e pressão. “Os fatores de risco devem ser levados em consideração. À medida que a pessoa envelhece, a chance da doença aparecer é maior, assim como o histórico familiar é um grande fator, para regularmente estar consultando um especialista”, finalizou o Dr. Elcio Pires Junior.

 

Dr. Elcio Pires Junior - Coordenador da Cirurgia Cardiovascular nos Hospitais da Rede Dor: São Luiz Osasco, Alphamed e Hospital Central Sul; Coordenador da Cirurgia Cardiovascular e Cardiologia do Hospital Bom Clima de Guarulhos; Cirurgião Cardiovascular do Hospital Hospitalis de Barueri e Cirurgião Cardiovascular do Hospital Blanc de São Paulo. É membro especialista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular e membro internacional da The Society of Thoracic Surgeons dos EUA. Especialista em Cirurgia Endovascular e Angiorradiologia pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.


Meteorologia indica semana de calorão e baixa umidade no país; médicos chamam atenção para riscos à saúde

Maior preocupação é com os casos de alergia respiratória, como bronquite e asma, que crescem exponencialmente nesta época do ano; especialista elenca os principais cuidados a serem adotados

 

Ao menos 12 estados do Brasil devem registrar, ao longo da próxima semana, calor intenso e umidade relativa do ar bem abaixo do que é considerado ideal para a saúde humana. Projeções dos institutos de meteorologia apontam que os índices devem ficar abaixo de 30% em cidades das regiões Centro-Oeste, Nordeste e Sudeste.

Em Rondonópolis (MT), por exemplo, dados do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (Cptec) indicam que as temperaturas podem chegar aos 40ºC entre terça-feira (22) a quarta-feira (23), e a umidade do ar cai para 13% - o que demanda atenção redobrada em relação às doenças respiratórias, sobretudo.

"A baixa umidade atua como fator irritativo das nossas mucosas, contribuindo para o desenvolvimento de quadros de rinite, sinusite, bronquite, asma e laringite", explica a Dra. Cristiane Passos Dias Levy, otorrinolaringologista do Hospital Paulista e especialista em alergias respiratórias.

Nesse contexto, o frio, a poluição e alguns hábitos equivocados são fatores que nos tornam ainda mais vulneráveis. "A falta de hidratação, o uso de indiscriminado de descongestionantes nasais, o tabagismo e até mesmo a prática de exercícios físicos, dependendo do horário e local, são aspectos agravantes e que jamais podem ser ignorados", alerta a especialista.

Dessa forma, a adoção de uma rotina mais criteriosa é a melhor forma de evitar tais desconfortos. A começar pela ingestão regular de água, que seria a dica mais elementar em termos de prevenção a todas essas doenças.

"O ideal é beber, em média, oito copos de água ao longo do dia, principalmente nos intervalos de exercícios físicos ou quando se faz o uso da voz com muita intensidade, como é o caso de professores, radialistas e outros profissionais que dependem da comunicação oral”, enfatiza Dra. Cristiane.

Evitar hábitos que potencializem a irritação das vias aéreas é primordial, ou seja, fumar e fazer atividades físicas entre 10h e 16h (quando a umidade é menor) e uso contínuo de descongestionante nasal. "Tudo isso contribui para um ressecamento ainda maior das nossas vias aéreas, além de potencializar eventuais problemas cardíacos. Portanto, devemos evitar sempre", observa a médica.

Isso também vale, segundo ela, para ambientes com ar-condicionado. Isso porque, o ressecamento das mucosas aumenta o risco de infecções das vias aéreas.

Mesmo dentro de casa, a especialista explica que esses meses de tempo seco requerem cuidados extras. "Nessa época do ano, é muito importante manter a casa ventilada e livre de poeira, por conta dos ácaros, principalmente. Deixar as janelas abertas sempre que possível e reforçar a limpeza de objetos como tapetes, cortinas e bichos de pelúcia é também essencial.”

Outra dica é usar toalhas molhadas ou vaporizadores, principalmente nos dormitórios, para manter a umidade adequada.



Abaixo segue o resumo das dicas:

- Tome bastante água para manter as mucosas das vias aéreas hidratadas. O ideal é beber oito copos ao longo do dia (1,6 litro);

- Evite os descongestionantes nasais, sobretudo sem indicação médica. Eles ressecam as mucosas nasais e potencializam irritações;

- Evite fumar, pois a fumaça do cigarro provoca reações alérgicas, além de irritação das mucosas;

- Escolha horários de temperatura mais amena (início da manhã ou final de tarde) para realizar suas atividades físicas;

- Mantenha a casa sempre arejada e tenha atenção redobrada com a limpeza de itens que possam acumular poeira, por conta dos ácaros;

- Permanência prolongada em ambientes com ar-condicionado deve ser evitada, já que o ressecamento das mucosas aumenta o risco de infecções das vias aéreas;

- Para elevar o nível de umidade dentro de casa, use toalhas molhadas ou vaporizadores, principalmente nos dormitórios.



Hospital Paulista de Otorrinolaringologia


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