Maior preocupação
é com os casos de alergia respiratória, como bronquite e asma, que crescem
exponencialmente nesta época do ano; especialista elenca os principais cuidados
a serem adotados
Ao menos 12 estados do Brasil devem registrar, ao
longo da próxima semana, calor intenso e umidade relativa do ar bem abaixo do
que é considerado ideal para a saúde humana. Projeções dos institutos de
meteorologia apontam que os índices devem ficar abaixo de 30% em cidades das
regiões Centro-Oeste, Nordeste e Sudeste.
Em Rondonópolis (MT), por exemplo, dados do Centro
de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (Cptec) indicam que as temperaturas
podem chegar aos 40ºC entre terça-feira (22) a quarta-feira (23), e a umidade
do ar cai para 13% - o que demanda atenção redobrada em relação às doenças
respiratórias, sobretudo.
"A baixa umidade atua como fator irritativo das nossas mucosas,
contribuindo para o desenvolvimento de quadros de rinite, sinusite, bronquite,
asma e laringite", explica a Dra. Cristiane Passos Dias Levy,
otorrinolaringologista do Hospital Paulista e especialista em alergias
respiratórias.
Nesse contexto, o frio, a poluição e alguns hábitos equivocados são fatores que
nos tornam ainda mais vulneráveis. "A falta de hidratação, o uso de
indiscriminado de descongestionantes nasais, o tabagismo e até mesmo a prática
de exercícios físicos, dependendo do horário e local, são aspectos agravantes e
que jamais podem ser ignorados", alerta a especialista.
Dessa forma, a adoção de uma rotina mais criteriosa é a melhor forma de evitar
tais desconfortos. A começar pela ingestão regular de água, que seria a dica
mais elementar em termos de prevenção a todas essas doenças.
"O ideal é beber, em média, oito copos de água ao longo do dia,
principalmente nos intervalos de exercícios físicos ou quando se faz o uso da
voz com muita intensidade, como é o caso de professores, radialistas e outros
profissionais que dependem da comunicação oral”, enfatiza Dra. Cristiane.
Evitar hábitos que potencializem a irritação das vias aéreas é primordial, ou
seja, fumar e fazer atividades físicas entre 10h e 16h (quando a umidade é
menor) e uso contínuo de descongestionante nasal. "Tudo isso contribui
para um ressecamento ainda maior das nossas vias aéreas, além de potencializar
eventuais problemas cardíacos. Portanto, devemos evitar sempre", observa a
médica.
Isso também vale, segundo ela, para ambientes com
ar-condicionado. Isso porque, o ressecamento das mucosas aumenta o risco de
infecções das vias aéreas.
Mesmo dentro de casa, a especialista explica que
esses meses de tempo seco requerem cuidados extras. "Nessa época do ano, é
muito importante manter a casa ventilada e livre de poeira, por conta dos
ácaros, principalmente. Deixar as janelas abertas sempre que possível e
reforçar a limpeza de objetos como tapetes, cortinas e bichos de pelúcia é
também essencial.”
Outra dica é usar toalhas molhadas ou vaporizadores, principalmente nos dormitórios, para manter a umidade adequada.
Abaixo segue o resumo das dicas:
- Tome bastante água para manter as mucosas das
vias aéreas hidratadas. O ideal é beber oito copos ao longo do dia (1,6 litro);
- Evite os descongestionantes nasais, sobretudo sem
indicação médica. Eles ressecam as mucosas nasais e potencializam irritações;
- Evite fumar, pois a fumaça do cigarro provoca
reações alérgicas, além de irritação das mucosas;
- Escolha horários de temperatura mais amena
(início da manhã ou final de tarde) para realizar suas atividades físicas;
- Mantenha a casa sempre arejada e tenha atenção
redobrada com a limpeza de itens que possam acumular poeira, por conta dos
ácaros;
- Permanência prolongada em ambientes com
ar-condicionado deve ser evitada, já que o ressecamento das mucosas aumenta o
risco de infecções das vias aéreas;
- Para elevar o nível de
umidade dentro de casa, use toalhas molhadas ou vaporizadores, principalmente
nos dormitórios.
Hospital Paulista de Otorrinolaringologia
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