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segunda-feira, 17 de julho de 2023

Você já Ouviu Falar da "Língua Peluda"? Saiba o Que É Isso e Como se Prevenir Desse Problema


Um americano de 64 anos surpreendeu os médicos ao procurar o hospital duas semanas depois de perceber a própria língua ficar peluda e verde.  

O caso foi reportado em um artigo da revista científica New England Journal of Medicine. O paciente havia tomado antibióticos para um problema na gengiva duas semanas antes do início dos sintomas e era fumante há muitos anos. No primeiro atendimento, os médicos suspeitaram que a cor verde da língua poderia ser causada por um fungo, mas a análise posterior revelou que o problema era devido ao acúmulo de bactérias. 

 

O que é língua pilosa?

A cirurgiã-dentista e especialista em saúde bucal, Dra. Bruna Conde, explica que a língua pilosa é uma condição inofensiva, em que as papilas gustativas na superfície da língua crescem anormalmente, tornando-se mais longas e parecidas com pelos. Essas papilas são responsáveis por detectar sabores e texturas na comida, mas, quando crescem em excesso, podem criar uma aparência desagradável na língua. 

De acordo com a Academia de Medicina Bucal dos EUA, a língua pilosa é uma condição relativamente comum que afeta cerca de 13% da população. Embora possa ocorrer em pessoas de qualquer idade, é mais comum em adultos, especialmente em homens. 

A entidade explica que a língua pilosa ocorre devido a um descolamento defeituoso do tecido que cobre a língua. Normalmente, a língua é coberta por pequenas estruturas cônicas chamadas de papilas filiformes, que têm aproximadamente um milímetro de comprimento.

 

Causas da língua pilosa

A principal causa da língua pilosa é a má higiene oral. Quando a higiene bucal é inadequada, podem se acumular células mortas na língua, o que pode levar a um acúmulo de bactérias e crescimento excessivo das papilas gustativas. Além disso, o uso prolongado de antibióticos, tabagismo, consumo excessivo de álcool e certas condições médicas, como HIV e diabetes, também podem aumentar o risco de desenvolver língua pilosa. 

Os sintomas da língua pilosa geralmente são limitados à aparência da língua, que pode parecer descolorida, cabeluda e até mesmo com alguma coloração. Em alguns casos, pode haver um sabor desagradável na boca ou mau hálito associado à condição. 

As papilas da língua podem sofrer alteração da cor por diversas razões, que incluem falta de saliva, tabagismo, excesso de café ou chá e má higiene bucal. A alteração da cor, associada ao crescimento das papilas, pode levar a uma condição chamada língua negra pilosa. 

Em casos mais graves, a língua pilosa pode apresentar uma alteração de cor bem acentuada, dando a impressão de pelos escuros na superfície da língua. A Dra. Bruna Conde comenta que, quando as papilas gustativas não se desprendem adequadamente, alimentos, bactérias e, às vezes, fungos podem se acumular na superfície da língua, resultando em diferentes cores, como marrom, branco, verde , dependendo da causa específica. 

 

Tratamento e prevenção

O tratamento da língua pilosa geralmente envolve melhorar a higiene oral e remover as células mortas que se acumularam na língua, essa é a primeira estratégia de defesa contra esse problema. Isso deve ser acompanhado e orientado pelo dentista pois excesso de força e produtos utilizados de forma errada pioram o quadro. 

Realizar raspagem profissional da língua com o dentista, beber menos café, diminuir consumo de cigarro,  ter uma alimentação saudável, ter uma boa hidratação,  além de melhorar a higiene bucal, fará com que a maior parte da coloração desapareça.  Além disso, evitar o uso prolongado de antibióticos e limitar o consumo de álcool também pode ajudar a prevenir a língua pilosa. 

“Caso desconfie de que tem algo errado com a saúde da sua boca, não pense duas vezes antes de buscar ajuda especializada de um profissional de saúde bucal. Afinal, problemas que começam com sintomas aparentemente simples, como a língua pilosa, podem indicar condições mais graves que precisam ser tratadas o quanto antes.” Finaliza a Dra. Bruna Conde.

 

Dra. Bruna Conde - Cirurgiã-Dentista.
CRO SP 102038


Hipertrofia dos pequenos lábios, praia e biquíni liso: além da vergonha da aparência volumosa, condição pode causar dor e ardência, alerta ginecologista Thalia Maia


Férias são períodos de lazer, de deixar as preocupações de lado e curtir esse tempo para voltar à labuta com as baterias recarregadas. Mas, se o destino escolhido incluir a praia, tem mulher que pode não aproveitar tanto quanto gostaria, como as que apresentam hipertrofia dos pequenos lábios vaginais e em casos mais graves associado a hipertrofia de capuz e clitóris. Segundo a Ginecologista Thalia Maia, essa condição faz com que a genitália feminina fique mais exposta ao contato com a areia e a água do mar, causando dor por tração em calcinhas e biquinis.

 

“A mulher com hipertrofia dos pequenos lábios ou do clitóris, por exemplo, costuma evitar o uso de biquínis ou maiôs de banho lisos. Os de cor branca, então, acabam evidenciando mais a aparência volumosa da região genital e a coloração íntima. Isso causa um constrangimento grande para as mulheres que sentem desconforto íntimo e estão insatisfeitas com o próprio corpo”, analisa a profissional.

 

Para esses casos, a médica recomenda a cirurgia feminina cosmética genital

avançada a laser, que é a redução dos pequenos lábios, capuz e clitóris.

“Para quem não deseja se submeter a procedimentos de correção, mas se incomoda com o volume, uma dica é usar biquinis com estampa! para as que desejam procedimentos, a ginecologia moderna tem métodos avançados e de rápida recuperação para que a mulher se sinta mais confiante com seu corpo, incluindo a região íntima”, conclui Thalia Maia. 

 



Dra. Thalia Maia – Médica Ginecologista - Médica Ginecologista formada pela UFRJ, UNB e USP, Proprietária da Clínica @grupoelasbrasilia, atua principalmente em Cosmetoginecologia Cirúrgica e procedimentos com laser. Delegada da ABCGIN - representante Brasília.


Clínica – Elas Brasília
Capital Financial Center, Torre A Sala 06 e 07 Mezanino - SIG Quadra 4 - Brasília, DF, 70610-440
Contato: 61 99670-7120
https://grupoelas.com.br/thaliamaia/


Quais as causas do câncer?

Quais são as novas técnicas que estão revolucionando os tratamentos?

 

Você já deve ter se perguntado quais as causas do câncer. Com 704 mil novos casos previstos para o Brasil pelo Instituto Nacional do Câncer – INCA, a cada ano entre 2023 e 2025, você provavelmente deve conhecer alguém acometido pela doença.

As causas são uma questão complexa e multifatorial. O câncer acontece devido a uma série de mutações genéticas que afetam o funcionamento normal das células do corpo humano. Essas mutações podem ser adquiridas ao longo da vida de uma pessoa (mutações somáticas) ou podem ser herdadas (mutações germinativas). O processo de formação do câncer é chamado de carcinogênese e normalmente ocorre lentamente, podendo levar vários anos para que uma célula cancerosa prolifere e dê origem a um tumor visível. Fatores internos (sistema imunológico comprometido, predisposição genética e hormônios) e riscos ambientais (alimentação inadequada, tabagismo, consumo de álcool, falta de exercícios físicos, exposição à radiação e agentes químicos) contribuem para o surgimento da doença.


Como diminuir o risco de câncer?

Para a prevenção do câncer, o INCA recomenda que:

Não fumar. Os fumantes são 10 vezes mais susceptíveis de ter câncer de pulmão se comparados àqueles que nunca fumaram.

Abandonar dietas pouco saudáveis. Prefira alimentos com fibras, grãos e com pouca gordura. Consuma frutas diariamente. Seja fisicamente ativo e mantenha um peso adequado.

Evitar a exposição excessiva ao sol. Use protetor solar (FPS 15-30) e roupas minimizando sua exposição.

Evitar o consumo de álcool. Beber grandes quantidades de álcool pode provocar câncer de boca, esôfago e fígado. Consuma com moderação especialmente se você também fuma.

Evitar a exposição ocupacional. Siga as normas para evitar exposição às radiações, agentes químicos e pesticidas.


Como a medicina de precisão vem contribuindo para os novos tratamentos? 

A medicina de precisão, ou personalizada, faz uso dos avanços de ferramentas em áreas como a genética e a bioinformática. O seu alvo principal é a área do câncer, na qual várias alterações genéticas já foram identificadas como causadoras da doença, permitindo um tratamento preciso e individualizado. O câncer é muito mais complexo do que se imaginava. Há diferenças marcantes dos mesmos tipos de tumor entre os pacientes. São como “digitais”, específicas para cada indivíduo. 

Com a medicina de precisão, os indivíduos são tratados como únicos, ao contrário, o tratamento se ajusta ao paciente. A medicina de precisão traz uma gama de benefícios. Por exemplo, numa abordagem de prevenção, ela permite investigar a susceptibilidade a determinadas patologias, mesmo antes de se manifestarem clinicamente, possibilitando um acompanhamento e até a sua prevenção. Já na questão de tratamentos, a medicina de precisão indica uma escolha de tratamento que tenha maiores chances de resultado, uma vez que é personalizada. Além disso, a medicina de precisão promove o desenvolvimento de tratamentos alternativos personalizados para indivíduos.

Dentre as novas terapias que estão revolucionando a medicina está o Teste Onco-PDOTM, desenvolvido pela Invitrocue Brasil. Trata-se de um cultivo celular tridimensional, que melhor reflete in vitro as condições observadas in vivo do seu tumor de origem. O Teste Onco-PDO leva em conta que cada paciente é único, e isso ajuda o médico a traçar a melhor escolha para aquele paciente específico. Alguns tumores mostram-se resistentes a certos medicamentos e saber previamente as respostas das células tumorais do paciente aos diferentes tratamentos em laboratório contribui para a tomada de decisão dos médicos oncologistas. O benefício é que o Teste Onco-PDO permite verificar especificamente o efeito de diversos medicamentos no tumor do paciente e trabalhar diretamente com as células vivas que formam o câncer em cada caso. O teste é especialmente indicado para pacientes em estágio avançado, para aqueles em que se observou o retorno do crescimento do tumor após a primeira linha de tratamento, mas pode ser realizado nos demais estágios também. 

Disponível no Brasil para câncer de mama, pulmão, colorretal, pancreático, gástrico, próstata e ovário, o Teste Onco-PDO permite que o médico escolha 8 de 60 drogas para testagem e o resultado demonstra como as células responderam em laboratório. O relatório, gerado em até 21 dias, fornece informações de como os organoides derivados do paciente reagiram aos diferentes tratamentos testados. O Teste Onco-PDO está disponível para coletas em todo o Brasil. Para mais informações, consulte a Invitrocue Brasil.

 

Invitrocue Brasil
www.invitrocuebrasil.com.br


"Um corpo que não funciona": como a infertilidade é vivida pelas mulheres

Um sentimento de impotência frente a "um corpo que não funciona". Um "útero vazio", "uma peça com defeito", em um mundo onde "só existem as crianças dos outros". A incapacidade de gerar um filho naturalmente, pode ocasionar diversas experiências de incompletude a um casal, mas é especialmente para as mulheres que ela parece trazer um maior impacto.

Na atualidade, a infertilidade é enxergada como um problema de saúde pública, sendo caraterizado como a ausência de gravidez após um ano de relações sexuais regulares e sem uso de contracepção. E, de fato, para as mulheres, a condição comporta diversos significados que repercutem em intenso sofrimento mental, segundo explicou a psicóloga da Famivita, Mikeller Freire, especialista em Terapia Cognitivo Comportamental (TCC), com formação em andamento no campo da Psicologia Perinatal e Parentalidade.

"Recebemos dezenas de relatos de mulheres diariamente. Muitos deles relacionados à baixa autoestima, culpabilização, raiva de si mesmas. A maioria se sente privada de algo que todas as mulheres têm e não compreendem por que justamente a elas lhes foi tirada a oportunidade de serem mães, de concretizarem o sonho da sua vida", pontuou Mikeller.

Noutra esfera do problema, a relação que elas têm com o próprio corpo pode mudar, já que algumas técnicas de reprodução podem ser bastante agressivas e implicam em consequências físicas. Dor, ganho de peso, sensação de inchaço e outras transformações devido ao efeito de tratamentos para a infertilidade fazem parte desse cenário. E, piorando tal contexto, para algumas mulheres a batalha contra a balança começa desde que se iniciam as tentativas de engravidar, porque o peso pode influenciar as chances da gestação.

Não se pode esquecer, além disso, o fator financeiro – um adicional de ansiedade, posto que muitas pacientes passam por procedimentos caros, como a Fertilização In Vitro (FIV), e a angústia é crescente quando, transferência após transferência, o casal recebe um resultado negativo. "Nesses casos, o que observamos é que mesmo quando o problema tem a ver com organismo masculino, a mulher tende a se culpar, como se o corpo dela não tivesse respondido como deveria", apontou a psicóloga.

Algo essencial para minimizar o sofrimento emocional, segundo assinalou Mikeller, é dispor de uma rede de apoio de qualidade. "Com o companheiro, percebemos o quão importante é a dedicação e a comunicação presente nesse laço. Como o casal está passando por isso junto, é nítida a relevância de que um ajude o outro, ao longo da jornada. Por outro lado, além do cônjuge, muitas mulheres buscam outras figuras que possam escutá-las e acompanhá-las, e é aí que surge um problema: a escolha de não compartilhar a situação por medo de serem julgadas, cobradas ou mal compreendidas. Isso resulta no fato de que muitas mulheres se sentem solitárias nessa caminhada”, destacou Mikeller. 


Estigmatização, sexualidade e intervenção psicológica

Boa parte das vezes, a questão da fertilidade é vista como um ponto de viragem, em que se passa de um indivíduo ou casal para a formação de uma família. Desse modo, enfatizou a psicóloga, ter um filho vai ao encontro de concretizar o futuro e transmitir seus valores, configurando-se como algo muito simbólico principalmente para a mulher, que deseja vivenciar a barriga crescendo e toda a mudança que a gestação oportuniza.

“A maternidade é tecida no seio social como uma conquista de se ser mulher e uma etapa quase que intrínseca ao existir feminino. Por isso, ela assume um viés estigmatizante do ponto de vista das expectativas da sociedade, que muitas vezes passa a cobrar isso delas, aumentando o sofrimento. A própria questão da feminilidade pode ser encarada como muito próxima da fertilidade. Então, quando há a incapacidade de gerar um filho, muitas se sentem como se fossem 'menos mulher', conforme acompanhamos em nosso dia a dia de atendimento”, afirmou Mikeller.

Problemas ao nível da sexualidade também representam um desafio. “As relações sexuais podem ganhar um novo tom: um momento tão íntimo e que deveria ser pautado no prazer, acaba se tornando uma fonte de ansiedade e desconforto, já que, muitas vezes, o casal passa a programar as relações para o período fértil – quando há mais chances de engravidar. Isso pode contribuir para que a relação seja vista como algo maquinal, prejudicando a intimidade e desgastando o relacionamento”, explanou.

Assim, para algumas mulheres, num ponto extremo, a infertilidade pode significar não só a perda da autoestima, mas da segurança financeira, da capacidade de se projetar no futuro e às vezes até mesmo da relação. Por isso, de acordo com Mikeller, a intervenção psicológica precisa estar atenta no sentido de contemplar as várias faces do problema, sejam sociais, mentais ou conjugais, podendo contribuir para uma melhoria na qualidade de vida dessas mulheres, colaborando para que atravessem isso de forma mais amena.

“Ter um acompanhamento multiprofissional é fundamental para influenciar positivamente a forma que a mulher se relaciona consigo e com seu corpo, promovendo também práticas centradas no bem-estar físico e em sensações prazerosas”, finalizou Mikeller.

 

Apraxia da fala: por que é tão importante observar as primeiras palavras de nossos bebês?

Divulgação/Hospital Paulista
Atenção dos pais é fundamental, seja para identificação ou para o tratamento desse distúrbio do neurodesenvolvimento, que afeta sobretudo as crianças; especialistas do Hospital Paulista explicam principais características e procedimentos recomendados

 

Imagine você querer falar uma palavra, mas ela sair errada toda vez que a articula em voz alta? Tipo assim: quero verbalizar a frase “eu gosto”, mas na hora o que sai é “eu troco”, por exemplo – mesmo contra a própria vontade, mesmo sabendo que está errado.

É como se apertássemos a tecla “D” do computador, mas na tela aparecesse o “G” ou qualquer outra letra, dependendo do momento. Ou, ainda, como se a gente estivesse pensando num “gato”, mas falasse “rato” na hora de nominá-lo verbalmente. Ou seja, um lapso impossível de corrigir e que se repete a despeito da nossa consciência.

Isso acontece com muitas crianças em fase de desenvolvimento da oralidade. Pouco conhecida e ainda também pouco estudada, a chamada Apraxia da Fala Infantil (AFI) é um distúrbio do neurodesenvolvimento que vem sendo diagnosticado com cada vez maior frequência no Brasil e no mundo.

Embora quase sempre os sintomas estejam associados a quadros de síndromes, como, por exemplo, a de Down, Transtorno do Espectro Autista (TEA) e algumas epiléticas, a AFI também pode se manifestar de forma isolada em crianças, sem tais características e por razões ainda desconhecidas.

"A incidência de forma isolada em pré-escolares corresponde a aproximadamente 1-2 crianças para cada 1000, em média, segundo dados da ASHA (American Speech-Language-Hearing Association). Os meninos, conforme esse estudo, têm maior proporção de prevalência: 2-3 meninos para cada menina diagnosticada", destaca Dr. Gilberto Ferlin, otorrinolaringologista e foniatra do Hospital Paulista - referência neste tipo de atendimento.

A observação por parte dos papais e mamães, segundo o especialista, é fundamental para identificação desse distúrbio, que inicialmente pode ser encarado como um atraso da fala ou uma dificuldade decorrente da ansiedade da criança em querer se expressar. A avaliação foniátrica possibilita o correto diagnóstico de AFI entre outras alterações de fala e comunicação. O tratamento, por sua vez, demanda o suporte de um profissional especialista em fonoaudiologia ou até mesmo de uma equipe multidisciplinar.

"Em algumas situações, o caso pode demandar intervenção de terapeuta ocupacional, psicólogo, pedagogo, fisioterapeuta, odontopediatra e até nutricionista, compondo a equipe multidisciplinar, a depender da gravidade e necessidades do paciente. Nesse contexto, o papel dos pais também é fundamental no processo terapêutico, como complemento das atividades fora do ambiente hospitalar, potencializando os benefícios para o paciente", observa Dr. Ferlin.


Adultos podem ter?

Da mesma forma que as crianças, adultos também podem vir a ser prejudicados com a apraxia da fala. Mas as razões costumam ser diferentes, conforme explica a fonoaudióloga Kezia Neves Pereira, também do Hospital Paulista.

"O não tratamento da AFI pode acarretar dificuldades que irão persistir na idade adulta. Mas a maioria desses casos refere-se à apraxia de fala adquirida. Isto é, decorrente de eventos neurológicos secundários, como um AVC, por exemplo, ou também doenças degenerativas, tumores e traumas", explica.

Em todos os casos, porém, a fono enfatiza ser necessária a intervenção terapêutica fonoaudiológica, que tem entre seus objetivos melhorar a organização e o planejamento dos gestos articulatórios.

"O foco principal é adequar e conscientizar o paciente em relação à produção articulatória da fala, para que ele seja capaz de produzir os fonemas e as palavras corretamente. Dessa forma, a gente busca aumentar a produção de fala e a inteligibilidade.”


Nos bebês, importante notar

Aos papais e mamães que têm filhos em fase de desenvolvimento da fala, eis aqui quatro aspectos importantes, elencados pelos especialistas, que devem ter atenção:

  1. Demora para começar a balbuciar, após os 8 meses. As primeiras palavras devem surgir por volta de 1 ano de idade;
  2. Dificuldade por parte da criança em entender o que os outros falam;
  3. Troca de sílabas ou na ordem das palavras durante a composição de uma frase;
  4. Dificuldade por parte da criança em relatar fatos de sua rotina ou de recontar uma história. Aos 3 anos e meio, uma criança deve ter sua fala compreendida por um adulto que não a conheça.

Caso esses sintomas estejam presentes, a recomendação é procurar atendimento médico especializado.

 

Hospital Paulista de Otorrinolaringologia


AVC: Só no 1º semestre, 50 mil morreram no Brasil

90% dos casos de AVC podem ser evitados.
Divulgação


 Rede Brasil AVC explica os sintomas; caso recente de ex-goleiro do Manchester United e do Ajax reforça necessidade de socorro ágil

 

Principal motivo de incapacidade no mundo e uma das principais causas de morte, o AVC (Acidente Vascular Cerebral) já matou 50.291 brasileiros somente no primeiro semestre deste ano, segundo dados do Portal da Transparência dos Cartórios de Registro Civil do Brasil. Em 2022, mais de 114 mil pessoas morreram vítimas da doença no País.

Existem dois tipos de AVC: o isquêmico, que ocorre quando falta sangue em alguma área do cérebro e que corresponde a 80% e 85% dos casos; e o hemorrágico, quando um vaso (do tipo artéria, raramente uma veia) rompe. Essas condições podem resultar em danos cerebrais permanentes e ter um impacto econômico e social, afetando não apenas o paciente, mas toda a família.

Identificar rapidamente os sinais do AVC e o socorro ágil evitam o comprometimento mais grave que pode deixar sequelas permanentes, como redução de movimentos, perda de memória, prejuízo à fala e diminui drasticamente o risco de morte. Foi o que ocorreu com o ex-goleiro do Manchester United e do Ajax, Edwin Van der Sar, de 52 anos. O jogador sofreu um acidente vascular cerebral durante suas férias e teve que ser transportado de helicóptero até o hospital mais próximo. O socorro rápido o impediu de deixá-lo com sequelas mais graves e não correr mais risco de morte.

A neurologista e presidente da Rede Brasil AVC e da WSO (World Stroke Organization), Sheila Martins, alerta sobre a importância de entender os sinais que o corpo emite. Os principais sintomas de um AVC são perda de força súbita e/ou dormência súbita de um braço e/ou perna e/ou face, especialmente em metade do corpo; dificuldade de falar ou entender a fala; tontura; alterações visuais súbitas em um olho, nos dois olhos ou na metade de cada olho; dor de cabeça súbita e intensa, diferente do habitual.


Socorro ágil

Quando o Acidente Vascular Cerebral ocorre, o tempo é precioso, já que, a cada minuto em que o AVC isquêmico não é tratado, a pessoa perde 1,9 milhão de neurônios. “O socorro ágil evita sequelas permanentes, como redução de movimentos, perda de memória, prejuízo à fala e diminui drasticamente o risco de morte”, explica a especialista.

Uma dica para identificação do problema é, ao suspeitar que uma pessoa esteja sofrendo um AVC, pedir a ela para sorrir. “Se ela apresentar um sorriso com uma deformidade da rima labial, pode ser um desvio causado pelo AVC. Verifique também se a pessoa consegue levantar os braços como se ela fosse abraçar ou se algum membro não se move e se apresenta fala enrolada”, destaca. “Identificando alguma ou mais de uma dessas situações, ligue imediatamente para o SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), no 192”, completa.



Prevenção

A prevenção do AVC é fundamental para reduzir sua incidência e minimizar os efeitos debilitantes associados a essa condição. Em 90% dos casos, o problema pode ser evitado se os principais fatores de risco forem controlados, como pressão alta, diabete e excesso de peso. “Ao adotar um estilo de vida saudável, controlar os fatores de risco e buscar atendimento médico adequado, reduzimos significativamente o impacto do AVC em nossa sociedade”, conclui a presidente da Rede Brasil AVC.


Rede Brasil
www.redebrasilavc.org.br


World Stroke Organization (Organização Mundial de AVC)
www.world-stroke.org


Própolis traz benefícios para a saúde e ajuda a combater resfriados, sugere estudo

Marca Baldoni - Divulgação
Substância natural produzida pelas abelhas tem ação antiviral, anti-inflamatória e antioxidante, e pode auxiliar no tratamento do resfriado, de acordo com pesquisa publicada no Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos


O mel é o produto mais conhecido e consumido entre os que são produzidos pelas abelhas, mas está longe de ser o único composto que essas pequenas operárias da natureza fazem em suas colmeias. Outro importante alimento fabricado por elas é a própolis, uma substância natural, que tem sido testada para prevenção e tratamento de uma série de doenças.

Um estudo conduzido por um grupo de pesquisadores ligados a universidades da cidade de Barcelona, na Espanha, publicado na plataforma PubMed, ligada à Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos, investigou o papel da própolis contra uma das doenças sazonais mais comuns, o resfriado.

A própolis é produzida pelas abelhas a partir de resinas e bálsamos de plantas e troncos, com a função de proteger a colmeia contra possíveis invasores, como formigas, e de micro-organismos, como fungos e bactérias. Por conta disso, algumas substâncias presentes neste produto, como seus flavonoides, dão ao composto um alto poder antioxidante e anti-inflamatório, e propriedades antibacterianas.

É importante reforçar, porém, que os estudos ainda estão em fases iniciais e precisam passar por diversas etapas de validação. Mas os primeiros resultados são bastante animadores. A própolis demonstrou que pode diminuir os níveis de citocinas inflamatórias, ajudar na redução de edemas, que causam inchaços na garganta, e impedir o influxo de células inflamatórias nas mucosas.

O outono e o inverno são testes de fogo para a imunidade e para o sistema respiratório. O primeiro, que une a baixa umidade relativa do ar, causada pela ausência de chuvas, com mudanças repentinas de temperatura, aumenta o aparecimento de uma série de problemas, como rinites, sinusites e outros distúrbios alérgicos.

O frio do inverno, por sua vez, costuma confinar as pessoas em locais apertados, em geral, fechados, e com pouca circulação de ar, como escritórios com janelas fechadas e o próprio transporte coletivo. Por conta disso, esse é o período do ano com maior incidência de doenças respiratórias, como gripes e resfriados.

“Sempre é importante manter a calma e ter bastante cautela quando falamos sobre resultados preliminares de estudos, principalmente quando determinado produto ainda não foi testado em humanos. Mas como se trata de uma pesquisa randomizada, com duplo cego, controlada por placebo e que pode ser escalada para testes em humanos, com alguma dose de cuidado, podemos nos animar com o saldo prévio das pesquisas feitas na Espanha”, diz Daniel Cavalcante, doutor em Tecnologia de Alimentos e CEO da Baldoni.

“Portanto, encaro os resultados como encorajadores, por colocarem a própolis como uma alternativa promissora no tratamento de resfriados já nos estágios iniciais”, destaca o executivo.

Em seu mix de produtos, a Baldoni, líder do mercado nacional de produtos derivados de mel e pioneira no gerenciamento desta categoria, conta com extratos de própolis silvestre e de própolis verde. A variedade silvestre do composto é produzida pelas abelhas a partir da seiva das árvores, caules e folhas de plantas genuinamente brasileiras. É rica em vitaminas, aminoácidos e bioflavonóides - esses últimos, também conhecidos popularmente como “vitaminas P”, são compostos importantes para o bom funcionamento do organismo.

Já a própolis verde é produzida na colmeia a partir da resina do Alecrim-do-campo e contém mais de 70 substâncias benéficas ao organismo, como o artepillin-C, substância que está sendo pesquisada como um possível tratamento para diversas doenças, incluindo o câncer.

 

Baldoni

www.baldoni.com.br

 

Julho amarelo: saiba como prevenir as hepatites virais

Os diferentes tipos da doença atingem o fígado, causando infecções graves


Estamos no “Julho amarelo”, mês de conscientização sobre as hepatites virais, que são caracterizadas pela inflação do fígado causada por vírus. A doença pode ser classificada nos tipos A, B, C, D e E, sendo os três primeiros os mais comuns no Brasil. 

 

As hepatites também podem ser classificadas em aguda, com duração de até seis meses, e crônica, com mais de seis meses.

 

Dados do Ministério da Saúde apontam que de 2000 a 2021, foram notificados 718.651 casos confirmados de hepatites virais no Brasil. Destes, 168.175 (23,4%) são referentes aos casos de hepatite A, 264.640 (36,8%) aos de hepatite B, 279.872 (38,9%) aos de hepatite C e 4.259 (0,6%) aos de hepatite D.

 

“A doença nem sempre é sintomática, mas quando presente pode apresentar sintomas clínicos pouco específicos como fadiga, dor abdominal, náusea e febre. Nem todos os quadros evoluem com ictérica, que se caracteriza por pele e olhos amarelados”, explica Dra. Maria Beatriz de Oliveira, hepatologista do Hospital viValle, em São José dos Campos.

 

Os tipos B e C podem causar doenças graves, infecção aguda, câncer e cirrose, sendo responsáveis por 74% dos casos de hepatites virais do país.

 

“As hepatites B e C tem grande potencial para se tornar crônica. Estima-se que 57% os casos de cirrose hepática, e 78% dos casos de câncer primário do fígado, sejam causados por esses vírus”, destaca a especialista do viValle, unidade da Rede D’Or e um dois principais hospitais da região do Vale do Paraíba.  

 

Em relação à letalidade, de acordo com o Instituto Brasileiro do Fígado (Ibrafig), o mais perigoso é o tipo C, que responde por 76% das mortes em decorrência da doença. 

 

Ainda de acordo com o órgão, até um milhão de pessoas no Brasil convivem com a doença sem saber, já que as hepatites virais podem não apresentar sintomas nas fases iniciais da infecção.


 

Contágio e prevenção

 

Hepatite A

Transmitido por via oral-fecal, água ou alimentos contaminados e por meio sexual (prática oral-anal).

 

Geralmente está relacionada a baixas condições socioeconômicas e de saneamento básico. A prevenção consiste em hábitos de higiene, como lavar as mãos, higienizar corretamente louças e alimentos, evitar contato com água contaminada (como enchentes e esgoto), e usar preservativos nas relações sexuais.

 

Hepatite B

A transmissão ocorre pelo sangue e outras secreções corporais contaminadas, principalmente por via sexual, parenteral (compartilhamento de agulhas e itens cortantes) e vertical (materno-fetal).

 

A principal forma de prevenção é a vacina, disponível no Sistema Único de Saúde. Além disso, uso da camisinha em todas as relações sexuais e não compartilhamento de objetos de uso pessoal, como lâminas de barbear e depilar, escovas de dente, material de manicure e pedicure, agulhas e seringas.

 

Hepatite C

Transmitida principalmente por via sanguínea, por isso, para evitar a infecção é importante não compartilhar com outras pessoas qualquer objeto que possa ter entrado em contato com sangue, assim como no tipo B.

 

“A hepatite C tem maior taxa de detecção em indivíduos acima dos 40 anos de idade, ou que apresentem fatores de risco como a realização de procedimentos de hemodiálise ou cirúrgicos sem os devidos cuidados de biossegurança, ter diabetes ou hipertensão, compartilhamento de objetos para o uso de drogas, dentre outros”, complementa Dra. Maria Beatriz.

 

Outro ponto importante é que pacientes que receberam sangue ou hemoderivados anterior a 1992 tem indicação para realizar o teste sorológico.

 

Gestantes também precisam fazer, durante o pré-natal, os exames para detectar as hepatites B e C, o HIV e a Sífilis.

 

Hepatite D (Delta)

A forma de transmissão é por meio do sangue e outras secreções corporais contaminadas. Neste tipo é necessário que o paciente tenha infecção prévia pelo vírus B, sendo novamente a vacinação a forma mais eficaz de evitar a doença, além do uso de preservativo e não compartilhamento de lâminas e objetos perfuro-cortantes.

 

Hepatite E

A transmissão é por via oral-fecal, por isso, assim como tipo A, as medidas de higiene e saneamento básico são essenciais para prevenção. 

Geralmente tem um caráter benigno, mas pode ser mais grave em gestantes, pois há maior risco de insuficiência hepática, perda fetal e mortalidade.


Dia dos Avós ressalta a importância da imunização na terceira idade

 Vacinas contra gripe, herpes zoster entre outras devem integrar o calendário de vacinação de pessoas com mais de 60 anos


O Dia dos Avós, celebrado em 26 de julho, é uma oportunidade para honrar e contemplar a presença e sabedoria dos avós em nossas vidas e também é uma data que destaca a importância da imunização na terceira idade e reforça o compromisso de garantir a saúde e o bem-estar das pessoas que estão nessa faixa etária. 

Segundo a enfermeira especialista em vacinação da Clínica Vacinne, Kátia Oliveira, com o avanço da idade, o sistema imunológico se torna mais suscetível a doenças e complicações, portanto a vacinação se torna ainda mais crucial nessa fase da vida. "As vacinas são uma medida preventiva fundamental para proteger os avós contra doenças infecciosas. Essas doenças podem levar a complicações graves e afetar significativamente a qualidade de vida dos idosos. A imunização reduz adequadamente o risco de contrair essas doenças e ajuda a minimizar seus efeitos". 

Segundo Kátia uma das vacinas mais importantes nessa faixa etária é a vacina contra a gripe, também conhecida como vacina influenza. “Uma gripe pode ser especialmente perigosa para os idosos, pois pode levar a complicações graves, como pneumonia. Esse é um imunizante atualizado anualmente e que combater as cepas mais comuns do vírus, oferecendo uma proteção eficaz”, explica. 

Outra vacina essencial para os idosos é a vacina contra o herpes zoster, mais conhecida como cobreiro, que é uma doença viral dolorosa que causa erupções cutâneas e bolhas. “Essa condição pode ser extremamente desconfortável e persistente em pessoas mais idosas. A vacina contra o herpes zoster reduz o risco de desenvolver a doença e, caso ela já tenha sido contraída, o imunizante ajuda a diminuir a gravidade e a duração dos sintomas, sendo muito importante para essa faixa etária”, conta a especialista. 

Kátia reforça que além das vacinas contra gripe e herpes também existem outras vacinas importantes para a terceira idade, como a pneumocócica, que combate a bactérias que desencadeiam a pneumonia e a meningite. "A vacina Pneumocócica 13 (VPC13) oferece proteção contra otite, pneumonia, meningite e septicemia/bacteremia causada por 13 sorotipos de pneumococos. Por outro lado, a vacina Pneumocócica 23-Valente (VPP23) imuniza contra doenças causadas por 23 sorotipos de pneumococos. Ao proteger-se por meio da imunização, os avós podem reduzir o risco de complicações graves e desfrutar de uma vida saudável", reforça Kátia.

 

Principais vacinas que devem compor o calendário da terceira idade

Vacina contra a gripe

Vacinas Pneumocócicas 13 (VPC13) e 23 (VPP23) 

Vacina Herpes zoster

Vacina Tríplice bacteriana acelular do tipo adulto (dTpa) ou dTpa-vip / Dupla adulto (dT)

Vacina Hepatite B

 

Dicas de saúde para a terceira idade:

Mantenha uma alimentação equilibrada: consuma uma variedade de alimentos nutritivos, incluindo frutas, vegetais, grãos integrais, proteínas magras e laticínios com baixo teor de gordura. Isso ajuda a garantir a ingestão adequada de nutrientes essenciais.

Hidrate-se tranqüilizado: beba bastante água ao longo do dia para manter-se hidratado. A desidratação pode ser mais comum em pessoas mais velhas e pode levar a problemas de saúde.

Pratique atividade física regularmente: realize exercícios físicos de acordo com sua capacidade e condição física. Isso pode incluir caminhadas, natação, ioga, tai chi ou outros exercícios de baixo impacto. Consulte um profissional de saúde antes de iniciar qualquer programa de exercícios.

Mantenha a mente ativa: estimule seu cérebro com atividades mentais, como leitura, palavras cruzadas, jogos de tabuleiro e aprendizado de novas habilidades. Manter a mente ativa pode ajudar a preservar a memória e a cognição.

Durma bem: tenha uma rotina regular de sono e garanta um ambiente propício para um descanso adequado. Dormir o suficiente é essencial para a saúde física e mental.

Realize exames de rotina: faça check-ups médicos regularmente, incluindo exames de sangue, exames de pressão arterial, exames de visão e audição, e qualquer outro exame recomendado pelo seu médico.

Mantenha uma vida social ativa: procure interagir com outras pessoas, participe de atividades comunitárias e mantenha conexões sociais saudáveis. Isso pode ajudar a prevenir o isolamento social e promover um senso de bem-estar emocional.

Cuide da saúde mental: priorize sua saúde mental e emocional. Busque apoio se estiver sentindo sentimentos de tristeza, ansiedade ou estresse. Falar com um profissional de saúde mental pode ser benéfico.

Evite o fumo e o consumo excessivo de álcool: se você fuma, considere parar. Evite o consumo excessivo de álcool, pois ambos podem ter efeitos nocivos à saúde.

Esteja atualizado com as vacinas: mantenha suas vacinas em dia, incluindo as recomendadas para a terceira idade, como a vacina contra a gripe, a vacina pneumocócica e a vacina contra o herpes zoster.

 

Estudo da IDC Brasil revela queda de 11% nas vendas de celulares no primeiro trimestre de 2023

 Mesmo com diminuição do ticket médio dos aparelhos, de janeiro a março deste ano, foram vendidos 9,94 milhões de smartphones e feature phones no Brasil, cerca de 1,24 milhão de unidades a menos do que no mesmo período do ano passado; receita no período foi de R$ 15,2 bilhões, 32,8% menor do que nos três primeiros meses de 2022

 

No primeiro trimestre de 2023, o mercado brasileiro de aparelhos celulares registrou baixa de 11% em unidades vendidas. No período, foram comercializados 9,94 milhões de smartphones e feature phones, cerca de 1,24 milhão a menos do que nos mesmos meses do ano anterior. Em termos de receita, janeiro, fevereiro e março desse ano somaram cerca de R$ 15,2 bilhões, resultado 32,8% menor do que no mesmo período de 2022, quando o ticket médio dos dispositivos estava maior e as vendas foram melhores. Os dados são parte do estudo IDC Brazil Mobile Phone Tracker Q1/2023, da IDC Brasil, líder em inteligência de mercado, serviços de consultoria e conferências com as indústrias de Tecnologia da Informação e Telecomunicações. 

O estudo mostra que a faixa de preço dos celulares mais vendidos no trimestre foi a de R$ 700 a R$ 999, representando 26% do total de vendas. Já em relação à conectividade, o volume de smartphones habilitados ao 5G vem crescendo rapidamente no mercado, sendo que, nos primeiros três meses do ano, teve uma alta de 31% em relação ao último trimestre de 2022. “O consumidor tem demonstrado um maior interesse em adquirir um smartphone com 5G habilitado. Entendemos que o aumento da disponibilidade desses aparelhos no mercado contribui para uma maior competitividade de preço, deixando ainda mais atrativo ao consumidor os aparelhos com esse recurso”, avalia Andréia Chopra, analista de Pesquisa e Consultoria de Consumer Devices da IDC Brasil. 

A analista destaca que o preço ainda é fator prioritário para o consumidor, mas que as especificações do aparelho são cada vez mais levadas em consideração. “Para os consumidores que ainda não têm recursos para adquirir um smartphone, o feature phone segue como uma alternativa. Porém, observamos que esse mercado vem perdendo força a cada ano e deve se manter prioritariamente entre os consumidores que não se adaptaram ao smartphone ou que necessitam apenas das funções básicas do aparelho”, explica. Dos 9.947.195 aparelhos vendidos entre janeiro e março de 2023, 9.514.227 foram smartphones e apenas 432.968 foram feature phones. Em termos percentuais, as categorias tiveram redução de unidades vendidas, respectivamente, 10,6% e 19,32% no comparativo com o 1º trimestre de 2022. 

Já o mercado cinza teve uma retração de 20,18% nas vendas nos primeiros três meses de 2023 em relação ao mesmo período do ano passado. “A queda no resultado do grey market foi uma situação pontual e não indica que vá se tornar tendência. Este segmento ainda deverá ter uma participação sólida no Brasil. No início desse ano, as ações promocionais tornaram mais atrativas as aquisições de um celular no mercado oficial para os potenciais compradores do mercado cinza”, revela Andréia. 

No primeiro trimestre de 2023, em comparação aos mesmos meses de 2022, o preço médio dos aparelhos celulares no Brasil diminuiu 24,4%. Os feature phones passaram de R$ 151 para R$ 168, um aumento de 11,14%, enquanto os smartphones decaíram 24,9%, de R$ 2.116 para R$ 1.589. “No final do ano passado observamos os fabricantes passarem a apostar mais na venda de aparelhos acima de mil reais. Com a expectativa de que o consumidor não teria a mesma condição financeira no início de 2023, parte dos principais fabricantes optou por disponibilizar um maior volume de modelos mais baratos ou realizou promoções que contribuíram para uma redução no preço médio dos smartphones no período”, reflete a analista.

 

Projeções da IDC Brasil 

Para o segundo trimestre, a IDC Brasil prevê um resultado próximo aos primeiros três meses do ano, mas ainda assim, inferior ao mesmo período do ano anterior. “O resultado dos três primeiros meses de 2023 ficou acima das nossas expectativas e isso pode ser um indício de que parte significativa dos consumidores está mais disposta a realizar a troca ou aquisição de um novo smartphone já no segundo trimestre”, explica Andréia. A analista considera que os aparelhos habilitados com 5G terão um valor promocional ainda mais atrativo, a partir do segundo trimestre, e vão ganhar a prioridade entre os consumidores. 

Já o segundo semestre de 2023 tende a ser bastante desafiador, apesar da expectativa de melhora em relação à segunda metade de 2022. “De julho a dezembro do ano passado, as vendas de smartphones alcançaram um dos piores resultados recentes. Além das implicações da alta taxa de juros e inflação ao consumidor, tivemos um período em que a proximidade entre as datas importantes do comércio – Black Friday e Natal – e a Copa do Mundo afetou diretamente as vendas de final de ano”.

 


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ECF: cinco cuidados para evitar erros nessa obrigação

Nenhuma empresa deseja ter problemas com o Fisco. Entretanto, todo ano, muitos erros são cometidos no preenchimento das obrigações fiscais, assim como ocorre na ECF (Escrituração Contábil Fiscal). Tida como uma das declarações contábeis mais importantes no fornecimento das informações sobre a movimentação financeira e fiscal das empresas, ela demanda extremo cuidado para evitar o fornecimento de dados incorretos dentro do prazo estabelecido – o qual, este ano, é em 31 de julho, mas que provavelmente será estendido até o dia 31 de agosto.

Tendo substituído a Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ) em 2014, esta escrituração contábil fiscal retrata a apuração do imposto de renda e contribuição social das empresas que operam sob o regime de Lucro Presumido, Imunes e Isentas e Lucro Real – assegurando transparência e conformidade com a legislação vigente.

É importante ressaltar que os dados que são base para elaboração da ECF advêm da ECD (Escrituração Contábil Digital), responsável por registrar todas as transações e fatos econômicos ocorridos ao longo do ano-calendário. Por isso que, qualquer preenchimento errado neste documento, irá ocasionar problemas sérios com os órgãos fiscalizadores.

Neste ano, a própria Receita Federal disponibilizou, para cerca de 445 mil empresas, os dados pertinentes ao faturamento bruto obtidos via declarações enviadas pelos contribuintes, EFD-ICMS/IPI e EFD-Contribuições, visando fornecer subsídios para o preenchimento da ECF – em uma iniciativa que busca reduzir possíveis equívocos que prejudiquem sua conformidade. Em conjunto a isto, confira cinco cuidados essenciais que devem ser tomados pelos negócios:


#1 Apuração mensal de imposto de renda e contribuição social: por demonstrar a apuração do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) das empresas, a apuração mensal destas informações deve ser feita de maneira cuidadosa e robusta. É preciso se certificar de que todas as adições, exclusões e pagamentos estimados foram informados e pagos/compensados devidamente durante o ano, assim como o ganho de capital e receitas financeiras adquiridas no período.


#2 Compensações dos impostos: a ECF tem relação direta com a Declaração de Compensação (DCOMP) e com o Pedido Eletrônico de Restituição ou Ressarcimento (PER) para as empresas que desejam compensar os impostos pagos. Mas, alguns cuidados devem ser tomados nesse processo. Afinal, enquanto para empresas do lucro real trimestral, as compensações ainda são permitidas via Dcomp, é vedada a compensação na hipótese de Lucro Real estimativa mensal.


#3 Adição do Transfer Pricing: este é um item pouco lembrado pelas empresas ao preencherem o ECF. Contudo, com a crescente participação brasileira nas cadeias globais de valor, se tornou extremamente importante se atentar ao informe correto do controle das operações comerciais e financeiras praticadas com as empresas no exterior – de forma que estejam em compliance com as leis do Transfer Pricing.


#4 Cruzamento dos valores pagos à Receita Federal x valores apurados de IR: todos os valores enviados à Receita Federal serão cruzados com aqueles informados no imposto de renda e, ainda, os declarados na ECF. Por isso, a checagem dessas obrigações acessórias é essencial para garantir qualidade na entrega, evitando que haja ônus para a empresa sendo autuada pelo não pagamento de tributos. Considerando a tamanha fiscalização do Fisco, qualquer erro, por menor que seja, pode trazer danos enormes ao negócio.


#5 Prazo: como o prazo da entrega da ECD foi prorrogada para o dia 30 de junho, o limite de envio da ECF provavelmente também será estendida para o dia 31 de agosto. Apesar de terem mais tempo para cumprir com este tempo, é preciso utilizá-lo com sabedoria, aproveitando esse novo prazo para, realmente, assegurar que todas as informações foram prestadas corretamente. As multas são pesadas, podendo variar de 0,25% por mês-calendário, ou fração do lucro líquido antes do IRPJ e da CSLL do período a que se refere a apuração, limitada a 10%. Caso a ECF seja entregue com atraso, será aplicada multa de até 3%, não inferior a R$ 100,00, caso haja valor incorreto, omitido ou inexato.

Embora muitos associem a ECF, principalmente, ao trato da apuração do imposto de renda, é importante ressaltar que ela também traz outras informações de cunho relevante para RF – agregando todos os dados essenciais que elevam a visibilidade sobre as operações da companhia.

Por isso, para garantir seu preenchimento correto, é fundamental conter um alicerce de BPO (Business Process Outsourcing) através de profissionais com capacidade de processar e apresentar essas informações ao Fisco de maneira segura, para que não haja ônus para a empresa nesse aspecto. Essa é a melhor forma de garantir a entrega deste documento completo, evitando prejuízos à conformidade da companhia.




Jessica Becalette - Coordenadora contábil na ECOVIS® BSP.

Lucas Leme - sócio e supervisor de contabilidade na ECOVIS® BSP.


BSP
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