Especialista em nutrição da Sodexo On-site Brasil
recomenda alimentos que devem ser consumidos para uma dieta rica em nutrientes
desde a infância até +60
Sabemos que os alimentos são fortes aliados para
garantir mais saúde e qualidade de vida em todas as fases da vida. Com as
temperaturas mais frias nesse período do ano, é muito importante continuar
cuidando da alimentação para manter a imunidade do corpo contra resfriados e
gripes. Além disso, muitas pessoas se queixam que nos meses do outono e inverno
sentem mais fome e ficam preocupadas com o aumento de peso e qualidade dos
ingredientes ingeridos. Mas isso acontece porque o corpo precisa de mais
energia para manter a temperatura estável, e consequentemente, de uma quantidade
maior de alimentos.
Com o objetivo de levar sua expertise em
alimentação para promover mais bem-estar no dia a dia das pessoas, a Sodexo
On-site, líder em serviços de Qualidade de Vida por meio da alimentação e facilities,
reuniu dicas de alimentação para os meses do friozinho em conjunto com a
nutricionista clínica do programa Mais Saúde Sodexo Giselle Cassitas Duarte,
que também é pós-graduada em Nutrição Funcional e
Fitoterapia, confira:
De olho nas crianças e adolescentes
Todos sentem muito as mudanças climáticas, porém as
crianças são mais sensíveis às alterações de temperatura e acabam sofrendo com
doenças sazonais. Uma boa alimentação pode ajudar a manter a imunidade dos
pequenos e minimizar os efeitos do frio. É durante a infância que são formados
os hábitos alimentares que a criança irá levar para toda a vida. “Uma
alimentação saudável favorece a formação de um intestino saudável, que é o
primeiro grande passo para uma boa saúde. Se os processos de digestão e
absorção não estão funcionando adequadamente, é provável que os nutrientes não
cheguem à célula, e consequentemente a nutrição estará comprometida”, explica
Giselle.
Nessa fase é importante priorizar a alimentação
nutritiva e balanceada, com alimentos in natura, frutas e vegetais fontes de
vitaminas como a vitamina A,C e complexo B, para que as crianças tenham o
costume de ter uma boa alimentação ao longo dos anos. Além disso, também é
essencial priorizar a água como fonte de hidratação, e no caso de sucos, preferir
os naturais da fruta ou de polpa sem açúcar.
“Uma dieta com pouca variedade de alimentos pode
levar à deficiência de algumas vitaminas que podem prejudicar o crescimento,
desenvolvimento e a imunidade do corpo. A grande aposta nessa fase é trazer
pratos com variedade de cores e alimentos que chamem a atenção das crianças
como espinafre, couve, alface e brócolis, cenoura e abóbora. Frutas como
laranja, mamão, kiwi, abacaxi e melão também são importantes e devem ser
inseridas na alimentação”, afirma a nutricionista.
Já durante a adolescência, é preciso evitar o
consumo frequente de alimentos superprocessados, principalmente com altas
concentrações de açúcar e gordura vegetal/ hidrogenada/trans. Nessa fase,
também há o surgimento de acne e a ingestão desses alimentos pode piorar o
quadro. Deve-se garantir o consumo de frutas, vegetais e de vitamina A,
encontrada em ovos, fígado, leite, e nos carotenoides, como manga, batata doce,
abóbora, cenoura, espinafre e couve. O ideal é consumi-los junto a uma fonte de
gordura boa, para aumentar ainda mais a absorção dessa vitamina, como por
exemplo, purê de abóbora com azeite de oliva extra-virgem ou um lanchinho de
manga com castanha do Pará. “Também é necessário incluir na rotina a vitamina
C, encontrada no limão, acerola, morango e abacaxi, e vitamina D, produzida
durante a exposição ao Sol e presente em vegetais verde escuro e na gema do ovo
que ajudam a fortalecer as defesas do corpo”, exemplifica a nutricionista.
Adultos
Tanto a mulher quanto o homem precisam de energia e
disposição para sua rotina frenética diária de estudos, trabalho e cuidados com
a casa/família na fase adulta. O ideal é priorizar a alimentação balanceada,
com a ingestão de alimentos de todos os grupos e equilibrar proteínas,
carboidratos, gorduras boas e fibras para manter o bom funcionamento do corpo e
imunidade.
Além disso, aos 20 anos o metabolismo funciona
muito bem, por isso muitas pessoas tendem a descuidar da sua alimentação,
puxadas pela correria do dia a dia. Segundo a Organização Mundial de Saúde, em
2025, a estimativa é de que 2,3 bilhões de adultos ao redor do mundo estejam
acima do peso, sendo 700 milhões de indivíduos com obesidade. A maior taxa de
crescimento foi entre adultos de 25 a 34 anos (84,2%) e de 35 a 44 anos
(81,1%). Hoje, no país, 20,7% das mulheres têm obesidade e 18,7% dos homens.
“Quando estamos na fase adulta, devemos cuidar
muito da alimentação para combater a obesidade e já ir preparando o corpo para
o envelhecimento saudável e com qualidade de vida. A obesidade também traz
muitas doenças e pré-condições que podem ser agravar. Se praticamos hábitos
ruins durante essa fase, principalmente em meses que sentimos mais necessidade
de alimentos, fica mais difícil mudá-los para a próxima etapa da vida”, conclui
Giselle.
A especialista explica que assim como as crianças e
adolescentes, os adultos também devem consumir alimentos que tragam vitaminas e
minerais para manter as defesas do corpo em dia. “A vitamina A tem função
anti-inflamatória e combate os radicais livres, enquanto a vitamina C ajuda a
proteger as estruturas das células das ações dos radicais livres que em excesso
podem ser tóxicas ao nosso organismo, pois contribuem para o surgimento de
alguns problemas de saúde, como o enfraquecimento do sistema imunológico e o
envelhecimento”, explica.
Outros importantes nutrientes que devem receber
atenção são o cálcio, através do consumo diário de vegetais verde-escuros e de
leite e seus derivados, como queijos
e iogurtes, dando preferência para as opções mais naturais, com menos
ingredientes e aditivos químicos e também a alimentos que sejam fontes
de gorduras boas que, aliadas à uma alimentação equilibrada, podem ajudar a
manter os níveis de colesterol estáveis. Estas gorduras podem ser encontradas
no abacate, em sementes como linhaça, nozes e chia, oleaginosas como Castanha
do Para e amêndoas.
60+
Na idade mais avançada, deve-se estar atento à
ingestão de proteínas, mesmo que em forma de suplementação, e garantir o
consumo de alimentos ricos em cálcio. “A proteína é essencial para a manutenção
da massa muscular, que necessita estar fortalecida para atuar na proteção dos
ossos, e ainda ajuda na absorção do cálcio, prevenindo a osteopenia e
osteoporose. Por isso, o consumo de leite e seus derivados, e vegetais como
couve, agrião e brócolis são essenciais na alimentação diária”, finaliza
Giselle.
Além disso, conforme a idade avança há um declínio
imunológico natural do corpo, por isso os idosos são mais vulneráveis a gripes
e ao desenvolvimento de complicações e agravamento de doenças crônicas como
diabetes, doenças pulmonares, entre outras.
“Idosos devem reforçar o consumo de frutas que são
fontes de vitamina C como limão, acerola, morango, caju, além de legumes, como
cenoura e tomate, pois são ricos em nutrientes que ajudam na formação das
células do sistema imunológico”, explica.
A nutricionista também separou algumas dicas
gerais, independente de idade, que ajudarão a manter a qualidade da alimentação
e fortalecer a imunidade do corpo:
Alimente-se sempre!
“Com o aumento do apetite no inverno, há uma
preocupação com a quantidade e qualidade dos ingredientes consumidos,
principalmente se a pessoa começa a ganhar peso. Cada organismo funciona
diferente, por isso dietas restritivas, jejum ou suplementações devem sempre
ser orientados e acompanhados por um nutricionista. Assim evitamos danos ao
corpo, perda de massa muscular e a baixa ingestão de nutrientes importantes
para o sistema de defesa do nosso corpo”, afirma Giselle.
A profissional explica que o ideal é investir em
alimentos quentes que dão maior saciedade e que contenham mais fibras. Com a
queda nas temperaturas, a salada muito consumida no verão pode não ser uma boa
escolha nesse período, pois existe o risco de consumi-la em menor quantidade,
devido à temperatura fria! E o ideal é manter a ingestão de legumes e vegetais
folhosos no inverno também, e aqui sugiro mudar a forma de preparo: grelhados,
refogados, salteados ou em pratos como omeletes, tortas e suflês. “Além disso,
podemos compor a dieta com pequenas refeições que tragam gorduras boas, que
podem ser encontradas nas sementes oleaginosas como castanhas, nozes, avelãs,
além do abacate e do azeite de oliva extra-virgem”, explica.
As sopas também são boas opções e podem trazer uma
variedade de sabores que agrada a todos. “Para ser uma alimentação completa e rica em ingredientes é fundamental
que a sopa tenha alguma proteína, seja carne bovina, frango ou ovo. E sempre
aposte em apenas uma fonte de carboidrato como batata (doce ou comum), inhame,
mandioquinha ou arroz integral”.
Consuma água sempre!
Especialistas em
alimentação sempre alertam para cuidados com a hidratação em todos os períodos
do ano e idades. É fator crucial para o bom funcionamento do organismo,
intestino e funções cerebrais.
“Para uma pessoa
adulta é indicado consumir dois a três litros por dia, mas o ideal é fazer uma
conta individual bem fácil: Você multiplica seu peso corporal pelo número 33
(ml), e o resultado é a quantidade de água em litros. Por exemplo, uma pessoa
que pesa 70kg teria que tomar cerca de 2,400 litros de água por dia (70 x 33 =
2.310L).
Quando há ingestão de
bebida alcoólica, precisamos redobrar a atenção a esse número, intercalando o
consumo de água com o consumo da bebida alcoólica, por exemplo. “Outra coisa
que as pessoas esquecem é que a hidratação deve ser fracionada: iniciar pela
manhã e consumir ao longo do dia, o que também ajuda a atingirmos a necessidade
diária recomendada”, comenta Giselle.
Os queridinhos da
estação também são as bebidas quentes, principalmente com chocolate. “Quem não
gosta de um chocolate quente no frio”? Mas devemos prestar atenção na
quantidade e qualidade que é consumida. Aposte sempre em chocolates mais
amargos como os 60% cacau e sem gordura trans/hidrogenada, por exemplo, que são
mais saudáveis. Uma alternativa ao chocolate quente seria aquecer o leite da
sua escolha e usar o cacau em pó sem açúcar ou com 70% de cacau, ao invés do
achocolatado, que possui alta concentração de açúcar, explica Giselle.
Giselle
Cassitas Duarte - Pós-graduada em Nutrição Funcional e
Fitoterapia e graduada em Nutrição Experiência em nutrição clínica e análise,
pesquisa e elaboração de novos produtos alimentícios.