terça-feira, 30 de maio de 2023

Meu chefe é mais novo que eu, e agora?

Saiba como lidar quando jovens ocupam cargos de liderança diante de colaboradores 50+, por meio de especialista de RH

 

No último 1º de maio foi celebrado, como de costume, o Dia do Trabalhador, data que aborda diversos questionamentos sobre os assuntos de carreira. Um dos temas que merecem atenção é a maneira como os mais jovens, às vezes, absorvem determinadas habilidades e, consequentemente, se destacam a ponto de ocupar a liderança de colaboradores acima dos 50 anos - esses que já representam 55,9 milhões no mercado de trabalho, como mostram os números do estudo Mercado de Trabalho 50+, elaborado pelo Instituto de Longevidade MAG.

 

A geração mais experiente, por quase toda a vida, é acostumada a receber orientações de gestores que são mais velhos. Mas, com toda a inovação do mercado de trabalho, tecnologias e a abertura de oportunidades para os mais novos, a chance de um colaborador mais jovem se tornar o gestor de um time de profissionais da geração X e Baby Boomer pode ser cada vez mais possível.

 

Quem avalia este cenário é a especialista de Recursos Humanos, da RB Serviços, Gisele Zacharias, “a razão para isso é que os mais novos conseguem ter habilidades comportamentais e técnicas que são indispensáveis hoje em dia, ao se destacarem em suas determinadas funções e, quando surge oportunidade, mesmo com a faixa etária menor, as empresas irão reter este talento, já que elas acreditam no potencial e responsabilidade de funcionários novatos até mais que do que eles mesmos costumam acreditar”, conta.

 

A participação dessa população no mercado de trabalho, ainda segundo o estudo do Instituto Longevidade MAG, está crescendo cada vez mais, com taxas de 0,5 p.p. por ano. As projeções mostram que está nítido que a geração X e Baby Boomer precisam estar preparadas para a concorrência jovial como, também, ter mais resiliência quando for preciso receber orientações da Geração Y e Z. 

 

Meu chefe é mais novo que eu, e agora? É neste momento que o colaborador precisa rever suas habilidades, sem se diminuir, para compreender quais são seus pontos fracos e fortes se comparados ao do gestor mais jovem escalado para aquela liderança. O autoquestionamento não deve apenas vir para melhor se educar sobre este novo formato, mas, também, para se atualizar por meio das novas tendências de soft e hard skills que são tidas como atividades indispensáveis do departamento”, explica Gisele Zacharias.

 

Relatório do Fórum Econômico Mundial, feito com a Fundação Dom Cabral no Brasil, sobre o Futuro dos Empregos, divulgado na última semana, desenha bem que as oportunidades serão voltadas ao mercado tecnológico e sustentável daqui para frente, pontos que trazem um olhar de preocupação para aqueles que são mais resistentes à indústria 4.0, sejam eles mais velhos ou mais novos. 

 

Os números do relatório mostram que, segundo os empregadores, 44% das maneiras de se trabalhar serão reformuladas, até 2027. “O dado já consegue trazer um olhar mais crítico sobre qual caminho deve-se seguir e capacitar. Seja para os mais jovens ou os mais velhos, quando o assunto é tecnologia ambos devem entender que não sabem muito diante do que está por vir, sendo assim ainda há tempo das gerações se igualarem”, explica a especialista.

 

Para contradizer os números, quando o assunto é sobre os mais velhos serem menos habilidosos à tecnologia e não ocuparem a oportunidade de cargos de liderança para os mais novos, o Diagnóstico Comportamental dos Profissionais de TI, realizado pelo IT Mídia, prova ao contrário já que os diretores de TI, com 50 anos representam 55%.

 

“É por isso que o etarismo pode perder cada vez mais seu espaço, porque da mesma maneira que um jovem pode ter mais chances de ser notado devido suas habilidades com a tecnologia e sua maneira de se comportar, os mais experientes também podem se esforçar na mesma medida para não perderem oportunidades. Ou seja, a dica é que ambos não deixem de se atentar as tendências do mercado de trabalho”, finaliza.

 

Dicas da especialista em Recursos Humanos para os mais velhos lidarem com a juventude na liderança:

 

- Mantenha a calma: ter um gestor mais novo não quer dizer que ele seja imaturo, superior por estar em cargo de liderança ou que você deva se preocupar com as tomadas de decisões feitas por ele.


- Perceba as oportunidades: um líder mais novo pode contribuir com diferentes visões sobre assuntos mais inovadores.


- Seja apoiador: esqueça hierarquia e o conflito de geração, apenas compartilhe respeito ao trabalho do jovem gestor, incentive, tente participar compartilhando sua experiência e saiba impor com educação sua visão de negócio, mesmo que, às vezes, você tenha mais embasamento e tempo de experiência do que o novo gestor;


- Mão dupla: da mesma maneira que este líder pode te ensinar sobre tendências que talvez não tenha familiaridade, você também pode compartilhar das suas experiências para melhor apoiá-lo e prepará-lo durante este cargo;

- Tenha empatia: veja o trajeto, histórico profissional e pessoal, que este jovem percorreu para ocupar esta missão, escute, apoie mesmo que ele não seja chefe de primeira viagem e, principalmente, sejam unidos como um verdadeiro time, visando sempre alavancar os negócios da empresa.


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