Brasil tem mais de 54 milhões consumidores idosos; cerca de
7,5% das pessoas entre 55 e 64 anos decidiu abrir um negócio no país
No Dia Mundial do Idoso e Dia
Internacional da Terceira Idade (01/10), os números da economia da longevidade
no Brasil chamam atenção: o mercado movimentado por quem tem mais de 50 anos já
reúne 54 milhões de pessoas e pode chegar a 90 milhões até 2045. Segundo
levantamento do IBGE, a parcela de pessoas com 60 anos ou mais saltou de 11,3%
para 14,7% da população, em 2021, passando de 22,3 milhões para 31,2 milhões,
um crescimento de 39,8% no período.
A perspectiva de crescimento da
população idosa sinaliza oportunidades de negócio na chamada “economia da
longevidade”, que movimenta R$ 1,6 trilhão por ano no país. De acordo com o
Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), os números só tendem a
crescer. Um levantamento do instituto aponta que a proporção de idosos (mais de
65 anos) no Brasil pode saltar dos 7,3%, em 2010, para 40,3% em 2100.
Devido ao crescimento dessa faixa
etária, as demandas e a oferta de serviços voltados para esse público surgem
nas mais diversas áreas, sendo que muitas se concentram no setor de saúde e
qualidade de vida. Dentro da lógica de que viver mais é uma conquista, mas é
também preciso viver melhor, a operadora MedSênior especializada em assistência
de saúde, aposta em serviços para pessoas acima de 49 anos.
Com forte atuação na medicina
preventiva, a MedSênior tem apostado na verticalização de serviços voltados
para o envelhecimento saudável da população brasileira. “Nosso propósito e a
sustentabilidade do negócio que desenvolvemos caminham juntos, apoiados nas
bandeiras do envelhecimento saudável e da cultura da prevenção”, explica Maely
Coelho, diretor-presidente da empresa.
Ele explica ainda que a construção da
medicina preventiva se dá no dia a dia a partir da adesão de um beneficiário ao
plano de saúde. “O cliente passa por uma avaliação e já é encaminhado, de
acordo com seu perfil, para os programas de saúde preventiva que desenvolvemos
nas mais diversas áreas. Há iniciativas focadas em doenças crônicas, na questão
da mobilidade, na memória, entre tantas outras”, diz.
A operadora de saúde voltada para a
terceira idade teve início na capital do Espírito Santo, em 2010, e já está
presente em mais sete estados, sendo que recentemente expandiu o negócio para
São Paulo. A fórmula que sustenta o negócio tem sido bem-sucedida ao longo dos
anos: mesmo durante a pandemia, a MedSênior conquistou crescimento de 40% ao
ano e aumentou a sua carteira de clientes para 90 mil beneficiários.
Inovação aliada ao crescimento do
negócio
O médico Thiago Maia, líder de saúde e
operabilidade da MedSênior, explica ainda que o investimento em inovação é
parte importante da estratégia do negócio, gerando resultados na vida dos
beneficiários. Um exemplo é o estudo piloto realizado com 50 idosos diabéticos,
que reduziu de forma significativa as descompensações de glicemia que trazem
danos irreversíveis como a cegueira e afetam diretamente os rins, coração e os
sistemas vascular e neurológico. “Alguns pacientes tiveram uma reversão de
danos na retina que levariam à cegueira. Isso graças à estabilização e o
controle da glicemia que conseguimos realizar por meio do programa
multidisciplinar realizado com cerca de 600 pessoas”, conta.
Crescimento de Idosos por região
De acordo com o levantamento, as
pessoas com 60 anos ou mais estão mais concentradas no Sudeste (16,6%) e no Sul
(16,2%). Por outro lado, apenas 9,9% dos residentes do Norte são idosos. Na
comparação com 2012, a participação da população idosa cresceu em todas as
grandes regiões. Entre os estados, aqueles com maior concentração de idosos
são: Rio de Janeiro (19,1%) e Rio Grande do Sul (18,6%), sendo que Roraima tem
a menor participação desse grupo etário em sua população (7,7%).
Ativos e empreendedores
Além de consumidores potenciais, quem
tem mais de 50 também está empreendendo. Um levantamento do Sebrae mostrou que
aproximadamente 7,5% das pessoas entre 55 e 64 anos decidiram abrir um negócio.
Em 2019, apenas 3,5% desse público havia encarado o desafio. Até 2040, a
expectativa é que metade da força de trabalho no Brasil seja formada por
pessoas com mais de 50 anos. Em 11 anos, a média da população idosa brasileira
será maior do que a de crianças com menos de 10 anos, como mostram os dados do
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea): em 2060, um a cada três
brasileiros será idoso.
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