Pesquisa do CEUB
mapeou as áreas do corpo mais afetadas devido às quedas e manobras. Práticas
preventivas podem prolongar o desempenho destes atletas
Já imaginou quantos desafios os atletas de esportes
radicais enfrentam? Além dos torneios acirrados, o competidor de Skateboarding
encara uma rotina de quedas, lesões e fraturas. Pensando nisso, o egresso de
Fisioterapia do Centro Universitário de Brasília (CEUB), Yuri Fonseca (35)
desenvolveu um estudo que aponta uma série de lesões sofridas pelos praticantes
do esporte. Tornozelo, joelho e lombar foram apontados pelos skatistas como as
áreas do corpo mais afetadas nas quedas e manobras.
Aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa do
Conselho Nacional de Saúde (CNS), o estudo entrevistou 22 participantes do sexo
masculino, que tem entre 16 e 43 anos. Alguns são do Distrito Federal e
praticam a modalidade há pelo menos um ano. Entre os entrevistados, a dor no
joelho foi relatada por 59,09%, no tornozelo por 50% e dor lombar por 36,36%. A
entorse do tornozelo foi relatada por 81,81% da amostra e no joelho por 40,90%.
Fraturas no antebraço, dedos da mão e tornozelo foram relatadas por 22,72% dos
praticantes, sendo que 13,63% relataram fratura no punho e cotovelo.
Praticante do esporte radical, o autor do estudo e
fisioterapeuta Yuri Fonseca afirma que a partir do conhecimento de cada lesão,
o processo de reabilitação dos pacientes se torna mais eficaz. “Muitas vezes o
tratamento fisioterapêutico desse paciente não leva em consideração o retorno
ao esporte. Andei de skate por 27 anos. Tive várias lesões e como o skate se
tornou um esporte olímpico, conhecer e observar os relatos de lesões dos
praticantes é um caminho para o desenvolvimento de novos tratamentos”, explica.
Segundo a orientadora do projeto, Monique Azevedo, docente de Fisioterapia do CEUB, a prática do esporte ocasiona lesões específicas e a fisioterapia pode entrar com um trabalho preventivo para evitar lesões futuras, a partir de conhecimentos da biomecânica e prevenção fisioterapêutica. "Conseguimos mapear lesões mais prevalentes e as condições desses praticantes, como alongamento antes da prática e fatores de rotina de cada atleta. A implementação de práticas preventivas na fisioterapia funcionará para prolongar a qualidade do desempenho destes atletas", completa.
Sobre o Skateboarding
A modalidade de Skateboarding tornou-se um esporte olímpico na edição dos jogos
em 2021. No Brasil, são 8,5 milhões de praticantes, com média de 1,8
praticantes em cerca de 11% dos domicílios. Por se tratar de uma atividade que
demanda um grande recrutamento muscular, coordenação de contração neuromuscular
e capacidade de usar o ciclo alongamento e encurtamento e diversas lesões podem
ocorrer durante a prática.
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