Adriano Aparecido Bezerra Chaves, professor do curso de Enfermagem e de pós-graduação da Unicid, enfatiza que bancos de transplantes estão reprimidos devido os impactos da pandemia
A pandemia impactou os
bancos de sangue e de medula, postergando a doação de muitas pessoas. Outro
fator fundamental é que um doador de medula óssea consegue ajudar no tratamento de mais de 80 doenças,
como: leucemias, linfomas, mielomas múltiplos,
alguns tipos de anemia, doenças imunes e diversas síndromes.
De acordo
com o Prof. Dr. Adriano Aparecido Bezerra Chaves, do curso de Graduação em Enfermagem e de Pós-graduação da Universidade Cidade de São Paulo (Unicid), no período pós-pandêmico os pacientes que já possuíam
doenças oncológicas tiveram muitas adversidades para realizarem o seu
tratamento devido o percentual baixo de doadores. “Além disso, muitos doadores
apresentaram dificuldades de realizar as doações devido ao esforço no sistema
de saúde para tratar os casos emergenciais de pacientes graves com Covid-19.”
Com esse
cenário de demanda reprimida de transplantes que não ocorreram nos últimos dois
anos, o professor reforça que neste momento é importante que toda a população
possa ajudar de todas as formas as pessoas que necessitam de doação de medula
óssea.
Como doar?
Dr. Adriano
explica que a medula óssea é um tecido (conjunto de células) localizado na parte
mais interna dos ossos longos, como o fêmur e os achatados (ossos da bacia).
Ela é responsável pela produção de todas as células do nosso
sangue (tecido hematopoiético) a partir da
célula tronco hematogênica, que é muito importante e dá origem ao nome do
tratamento.
Para que
uma pessoa seja doadora de medula óssea é necessário realizar um cadastro e uma
coleta de sangue para que sejam analisadas as suas características celulares e
genéticas. Os interessados podem buscar por um hemocentro em qualquer cidade
brasileira e por meio do Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (REDOME) poderão tornar-se doadores.
“Os
hemocentros regionais ou mais conhecidos como bancos de sangue públicos
são responsáveis por cadastrar os interessados em se tornar doadores de medula
óssea. Os dados são agrupados em um registro único e nacional, o REDOME, e um indivíduo pode ser voluntário para a doação
de sangue, doação de medula ou de ambos. É importante que este desejo seja
explicitado no momento do cadastro”, explica Adriano.
Podem ser
doadores pessoas entre 18 e 35 anos que estão com um bom estado de saúde, que
não possuam doenças infecciosas, incapacitantes, neoplásicas, hematológicas ou
imunológicas. Existem algumas complicações de saúde que não são impeditivas,
mas que precisam ser verificadas individualmente.
Adriano
destaca que ser um doador de medula é um ato voluntário
de humanidade com pacientes que sofrem condições patológicas de doenças graves como leucemia e linfomas. “Essa ação traz um
sentimento de solidariedade e de ajuda a quem mais precisa”, considera.
Além disso,
o especialista aponta que existem alguns benefícios garantidos por lei aos
doadores de medula, confira:
- Doadores
de medula óssea, devidamente registrados em órgãos públicos, são isentos de
pagar a taxa de inscrição de concursos públicos. A regra obedece a Lei nº
13.656, de 2018;
- Também
tem todos os custos da doação cobertos pelo SUS (Sistema Único de Saúde);
- Realiza
uma grande quantidade de exames que podem identificar prováveis alterações de
saúde durante o desenvolvimento do processo.
Por fim, o professor de Enfermagem da UNICID salienta que quanto maior o número de doadores, maiores as chances para as equipes de transplante encontrarem compatibilidades entre eles e os receptores. “Por isso, campanhas de conscientização e participação da população no cadastro REDOME são tão importantes”, pontua.
Universidade Cidade de São Paulo – Unicid
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