Dados mostram necessidade de procedimentos cada vez mais especializados e novas tecnologias menos invasivas
Créditos: envato
Hospital
universitário busca captar R$ 8,7 milhões para projeto que moderniza
diagnósticos minimamente invasivos e pode beneficiar mais de 1,2 mil idosos
A cada hora, 11 pessoas morrem por acidentes
vasculares cerebrais (AVCs) no Brasil. Segundo um levantamento do Ministério da
Saúde, somente nos seis primeiros meses de 2022 foram registradas mais de 56,3
mil mortes pela doença. O derrame cerebral é também responsável pela maior
incidência de danos neurológicos e incapacidade no mundo, com uma taxa de 70%
de pessoas que carregam algum prejuízo funcional e 30% que apresentam
dificuldades de locomoção. Dados como esses mostram a necessidade de
procedimentos cada vez mais especializados e impulsionam para que o SUS tenha
uma nova tecnologia disponível: a trombectomia.
"É um procedimento endovascular, ou seja, uma
cirurgia realizada por cateterismo, sem grandes cortes, em que o objetivo é
realizar a retirada do trombo ou coágulo que está causando o entupimento de um
vaso sanguíneo cerebral", explica a neurocirurgiã do Hospital
Universitário Cajuru, Luana Gatto. De acordo com a médica, a alteração súbita
do fluxo sanguíneo cerebral pode ser isquêmica, quando há o bloqueio de uma
artéria, ou hemorrágica, quando um vaso sanguíneo é rompido. No caso de um
derrame cerebral isquêmico, que corresponde a 85% dos casos, a inserção de um
cateter no vaso sanguíneo do paciente, para remover o bloqueio e restaurar o
fluxo sanguíneo, pode salvar muitas vidas.
O procedimento faz parte do serviço de
hemodinâmica: uma estrutura fundamental nesse processo de tratamento de doenças
cardiovasculares e neurológicas. Uma das causas mais comuns de mortes no país,
as doenças cardíacas podem ser ainda mais suscetíveis em idosos, já que a cada
duas pessoas com mais de 80 anos, ao menos uma é hipertensa - de acordo com a
Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo. "Com o avanço da
tecnologia e de novas técnicas de tratamento é possível realizar intervenções
minimamente invasivas em doenças que antes eram tratadas apenas com cirurgias
abertas de grande porte", explica o cardiologista Rômulo Francisco de
Almeida Torres, do Hospital Universitário Cajuru, de Curitiba (PR).
"A agilidade do procedimento e da recuperação
impacta diretamente no melhor resultado para a saúde do paciente", afirma
o médico. Dedicados em diagnosticar e tratar doenças de forma certeira, os
profissionais da saúde que trabalham na hemodinâmica do hospital paranaense com
atendimento 100% SUS reconhecem que o setor é importante, principalmente para o
tratamento de pessoas com a idade mais avançada. "Quanto mais idosa a população,
mais patologias associadas ao envelhecimento são observadas", analisa
Rômulo.
Investimento em tecnologia
Para oferecer mais segurança aos pacientes idosos
com doenças cardíacas, neurológicas e vasculares, um projeto do Hospital
Universitário Cajuru deve promover justamente a modernização do setor de
hemodinâmica. Com a aquisição de novos equipamentos, a intenção é que 1,2 mil
idosos passem a ser beneficiados a cada ano – mas o volume de atendimentos será
ainda maior considerando as demais faixas etárias. Para o investimento se
tornar realidade, a instituição lança mão de campanhas para captação de R$ 8,7
milhões, a partir do Fundo Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa. ”A
destinação de valores via percentual de Imposto de Renda devido, seja de pessoa
física ou jurídica, é fundamental para darmos sequência ao nosso atendimento
humanizado e de qualidade. Dessa forma, o contribuinte consegue escolher em que
seu dinheiro será aplicado e ter a certeza de que foi em um projeto que
realmente beneficia a população", afirma o diretor-geral do hospital,
Juliano Gasparetto.
Além de uma significativa melhoria na assistência,
Juliano Gasparetto explica que o novo equipamento e as novas instalações da
hemodinâmica irão gerar oportunidades de aprendizado para residentes,
estudantes e, também, profissionais que atuam no setor. “Somos uma instituição
filantrópica e 100% SUS, atuando com um déficit de cerca de R$ 1,5 milhão ao
mês. Por isso, a contribuição da população e de empresas é fundamental para que
nosso hospital-escola continue a salvar vidas", complementa.
Para mais informações sobre como ajudar o Hospital
Universitário Cajuru, o contato pode ser feito pelo telefone (41) 99685-9405 ou
pelo e-mail mobilizacao.recursos@hospitalcajuru.com.br
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