Pílulas
anticoncepcionais à base de estrógenos aumentam duas a seis vezes mais chances
de mulheres desenvolverem tromboses do que aquelas que não tomam este tipo de
contraceptivo; saiba o porquê
As
pílulas anticoncepcionais à base de estrógenos aumentam as chances de as
mulheres desenvolverem coágulos sanguíneos (tromboses) de duas a seis vezes
mais do que as mulheres que não tomam a pílula. Além do controle de natalidade
com uso deste tipo de contraceptivo, outros fatores também aumentam o risco de
tromboses nas mulheres. Estes outros fatores incluem histórico familiar ou
pessoal de coágulos sanguíneos ou distúrbio de coagulação do sangue; parto por
cesariana; imobilidade prolongada devido, por exemplo, a um repouso mais longo
que o usual no leito antes da gravidez ou na recuperação pós-parto; e certas
condições médicas de longo prazo, como doenças cardíacas ou pulmonares ou
diabetes. Na vigência destas condições, mulheres devem consultar seus médicos
quanto à possibilidade de medidas para reduzir este risco.
Segundo
o dr. Erich Vinícius de Paula, médico hematologista e professor da Faculdade de
Ciências Médicas da Universidade de Campinas (Unicamp), a gravidez também
coloca as mulheres sob maior risco de desenvolver tromboses. “O risco de
mulheres desenvolverem um coágulo sanguíneo nas veias, o que chamamos de
trombose venosa, é cerca de quatro vezes maior durante a gravidez e até seis
semanas após o parto. Cerca de uma em cada mil mulheres grávidas desenvolverá
tromboses venosas, e esse risco aumenta à medida que envelhecem e a cada nova
gravidez”, explica.
Durante
a gravidez, o sangue da mulher coagula mais facilmente, o que é entendido como
uma forma natural de diminuir a chance de perda de sangue durante o trabalho de
parto. As mulheres grávidas também podem apresentar alterações no fluxo
sanguíneo para as pernas nas fases mais tardias da gravidez, porque o bebê em
crescimento pressiona os vasos sanguíneos ao redor da pélvis, lentificando o
fluxo sanguíneo, o que aumenta o risco de trombose. Além disso, a limitação ou
falta de movimento devido ao possível repouso no leito após ou durante o parto
também limita o fluxo sanguíneo normal nas pernas, e contribui para o maior
risco de trombose na gravidez.
“As
mulheres na menopausa também enfrentam um risco aumentado de coágulos
sanguíneos. Durante a menopausa, os ovários gradualmente param de produzir
hormônios que regulam o ciclo reprodutivo. Quando os ovários das mulheres
perdem a função, estrogênio, progesterona e testosterona não são mais
produzidos. Uma diminuição desses hormônios faz com que as mulheres possam
apresentar ondas de calor, dores nas articulações, fadiga, alterações de humor,
ansiedade e uma ampla gama de outros sintomas. Diante deste quadro, elas podem
usar a terapia de reposição hormonal à base de estrógenos, que se utilizados em
altas doses também aumentam o risco de trombose venosa”, ressalta dr. Erich.
Saiba
mais sobre a trombose
A trombose
venosa profunda (TVP) é um coágulo de sangue que se forma em uma veia profunda
do corpo. Esse tipo de coágulo sanguíneo ocorre quando algo diminui ou altera o
fluxo sanguíneo, fazendo com que o sangue se aglutine e coagule. Se um
fragmento deste coágulo se desprende e viaja pela circulação, ele pode se
alojar nos pulmões, o que é conhecido como embolia pulmonar (EP), uma condição
grave e que pode ser fatal. Juntos, TVP e EP são conhecidos como
tromboembolismo venoso (TEV). Muitas mulheres famosas desenvolveram uma
trombose venosa profunda (TVP) ou uma embolia pulmonar (EP). Uma delas é Serena
Williams, tenista profissional americana.
Entre
três e nove mulheres em cada 10 mil que tomam pílulas anticoncepcionais orais,
nos EUA, por exemplo, desenvolverão uma trombose potencialmente fatal. Enquanto
isso, para aquelas que não estão em controle de natalidade, a probabilidade de
desenvolver um coágulo sanguíneo é de um a cinco em cada 10 mil mulheres. Mais
de 60 milhões de mulheres entre 15 e 44 anos naquele país usam alguma forma de
contracepção ou controle de natalidade.
Especialistas
ligados ao Dia Mundial da Trombose, celebrado anualmente em 13 de outubro para
alertar e informar sobre a doença, recomendam que as mulheres sejam proativas e
conheçam os sinais e sintomas desta doença, e os fatores de estilo de vida que
podem aumentar suas chances de desenvolver tromboses. Conhecer os sinais e
sintomas de uma trombose, e quando procurar atendimento médico pode salvar
vidas, e estes incluem inchaço do membro afetado, dor ou sensibilidade não
causada por lesão e pele quente ao toque, vermelha ou descolorida. Já os sinais
e sintomas mais comuns de uma embolia pulmonar (EP) são: dificuldade para
respirar, dor no peito que piora com respiração profunda ou tosse, tossir
sangue e batimento cardíaco mais rápido que o normal ou irregular.
Sobre
o Dia Mundial da Trombose
No
dia 13 de outubro é comemorado o Dia Mundial da Trombose, que tem como objetivo
aumentar a consciência sobre a trombose entre profissionais da saúde, pacientes
e entidades do governo e do terceiro setor. No entanto, devemos estar em alerta
para essa afecção todos os dias. Em âmbito global, a campanha desta efeméride é
liderada pela Sociedade Internacional de Trombose e Hemostasia (SITH) e, no
Brasil, por entidades médicas, entre as quais se destaca a Sociedade Brasileira
de Trombose e Hemostasia (SBTH). Para saber mais, acesse https://www.worldthrombosisday.org/ e também o site da SBTH: https://www.sbth.org.br/.
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