Os números não mentem: Segundo dados os dados do Ipsos, aumentou para 63% os brasileiros mais ansiosos e 59% os mais depressivos. Cerca de 68,8% tem dificuldade para dormir e 59,4% acordam durante a noite (segundo o Instituto do Sono). 30% foram atingidos pela síndrome de Burnout, que agora é considerada doença ocupacional pela OMS, que ainda apontou o Brasil como o país mais ansioso do mundo e o 3º maior em casos de depressão. 52% dos brasileiros apontam o estresse como grande causador de noites mal dormidas e isso consequentemente influencia na qualidade de vida (MindMiners e Unimark/Longo). A cidade de Venancio Aires, perto de Porto Alegre, tem uma das maiores taxas de suicídios no Brasil. Nos primeiros seis meses de 2022, foram 9 óbitos e 38 tentativas de suicídio.
Isso reflete um país que cada vez mais adoece
mentalmente, acumulando pessoas ansiosas e deprimidas. A morte de brasileiros
por lesões autoprovocadas dobrou nos últimos 20 anos, segundo o Datasus,
superando as mortes por HIV ou por acidente de moto.
Mas, tem solução e um dado
animador comprova isso: De acordo com pesquisa realizada pelo instituto Ipsos,
em 2021, 75% dos brasileiros estão preocupados com o bem-estar emocional. O
levantamento revelou ainda que 8 em cada 10 entrevistados acreditam que a saúde
mental é tão importante quanto a física. Nesse contexto, a meditação surge como
uma excelente opção de autocuidado e relaxamento.
E a boa notícia é que não precisa
de muito tempo: Richard Davidson, neurocientista americano, fala que com apenas
5 minutos diários, transformações já acontecem na estrutura do seu cérebro.
Melhorando o foco, a autorregulação emocional (lidar melhor com seus
sentimentos e emoções) e os níveis de compaixão.
Durante o auge da pandemia,
Davidson trabalhou com mais de 600 professores de escolas públicas que estavam
dando aula online, submetidos a situações extremas. Com cinco minutos de
meditação por dia essas pessoas reduziram em 25% seu nível de estresse em pouco
tempo.
“Ou seja, é possível mudar”, tranquiliza Luiza
Bittencourt, instrutora sênior de mindfulness.
Ela fala que a prática de meditação já era importante antes da pandemia, mas
agora, cada vez, mais as pessoas entendem como uma necessidade, uma forma de
ser manter são no meio da confusão e da correria. Apesar de algumas pessoas
ainda serem resistentes e enxergarem a meditação como uma prática religiosa,
muito difícil ou como ‘besteira’, afirma.
A especialista frisa ainda que na
prática de meditação Mindfulness não existe certo ou errado. “Tudo se resume em
cada um apenas perceber a experiência do momento e sem julgamentos. É realmente
para todos, é uma prática laica e não existe não conseguir meditar, pois é
sobre se perceber e isso todos conseguem e é muito mais simples do que as
pessoas imaginam”, fala.
Para Luiza os benefícios de redução
de estresse/ansiedade, melhora do foco e da qualidade do sono, de aprender a
lidar melhor com suas emoções e com os desafios do dia a dia, aumentam a
sensação de bem-estar e ainda previnem recaídas nos casos de depressão.
“A prática regular promove a
Neuroplasticidade, ou seja, molda o cérebro de uma forma mais benéfica, como se
fosse uma musculação cerebral, que muda a estrutura e traz todos esses
benefícios. Portanto, sentindo prazer ou não na prática é possível colher as
mudanças para a vida, já que nada mais é do que um treino do cérebro”,
finaliza.
Luiza Bittencourt - Instrutora Sênior pela Mindfulness Trainings International
(São Paulo, Brasil). Certificada pela Mindful Schools (Califórnia), Instrutora
de Mindful Eating pelo Protocolo Eat For Life, Membro da AbraMind - Rede
Aberta de Mindfulness. Já participou de Workshops de Mindfulness na Liderança
(Janice Marturano); Introducción a Mindfulness, Compasión y Florecimiento
Humano (Instituto Cultivo- México) e retiros. Atua com Mindfulness corporativo,
em colégios, na área da saúde, para grupos e individualmente - Crianças,
adolescentes e adultos.
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