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quarta-feira, 31 de agosto de 2022

Câncer de intestino: diagnóstico precoce aumenta chances de cura para o paciente

Especialista do Hospital IGESP destaca a importância da colonoscopia para detecção do terceiro tipo de tumor que mais mata no país


A cantora Simony revelou recentemente que foi diagnosticada com câncer no intestino, fato que colocou holofotes sobre a doença ainda pouco discutida. Também conhecido como câncer de colón ou colorretal, esse tipo de neoplasia é o segundo mais frequente no aparelho digestivo e o terceiro que mais mata no Brasil, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA). 

Os dados estimam que mais de 40 mil novos casos surgem todos os anos no país. Por isso, é importante que a população saiba como evitar ou conseguir um diagnóstico precoce. De acordo com o médico Ricardo Guilherme Viebig, diretor técnico do núcleo de motilidade digestiva de neurogastroenterologia do Hospital IGESP, o tumor geralmente inicia por meio de um pólipo ou uma pequena verruga, que se desenvolve na pele interna do intestino grosso. 

“A lesão inicial pode ficar por alguns anos adormecida, sem malignidade, e por essa razão o diagnóstico precoce é altamente estimulado. As primeiras lesões são geralmente assintomáticas, mas deve-se atentar a sinais como a presença de sangue nas fezes, mudança de hábito intestinal, emagrecimento sem explicação e cansaço”, alerta o médico. 

A doença afeta ambos os sexos, em geral a partir dos 45 anos, é mais frequente na faixa entre 60 e 70 anos de idade. Fatores como fumo, dieta rica em gorduras e a obesidade são considerados como de risco.

 

Colonoscopia salva vidas

No caso da cantora Simony, o exame de colonoscopia foi o responsável por detectar a doença. Para o Dr. Ricardo Viebig, o procedimento mudou a história do câncer de intestino. “O exame passou a ser mais acessível, e as pessoas começaram a entender a importância de realizá-lo a partir dos 45 anos de idade. A detecção e a retirada das lesões pré-cancerosas (adenomas) e de lesões tumorais de tamanho reduzido ampliaram o índice de cura e têm evitado cirurgias muito agressivas ou tratamentos debilitantes”, esclarece.

Outros exames que apoiam o diagnóstico e o tratamento são a dosagem de anticorpos específicos (marcadores), tomografia, ressonância magnética, e o Pet Scan (tomografia especial para tumores).

Segundo o especialista, a necessidade de rapidez no diagnóstico também tem relação com a agressividade dos tumores colorretais. “Os tumores do cólon, se não tratados, são muito agressivos, expandindo-se não somente no local, mas disseminando-se pelo sistema linfático e circulatório. Nessa etapa, eles geram lesões à distância, principalmente no fígado e no cérebro, além do peritônio, o que reduz a expectativa de vida do paciente”, finaliza o diretor técnico do núcleo de motilidade digestiva de neurogastroenterologia do Hospital IGESP.


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