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quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

Tabu que envolve a saúde mental afasta as pessoas do tratamento adequado

Especialista explica em que ponto a internação psiquiátrica é necessária
 

A saúde mental é um campo cheio de estigmas e preconceitos. Muitas pessoas, até hoje, são ridicularizadas e têm seu sofrimento minimizado ao dizerem que fazem terapia, mais ainda se falarem que vão ao psiquiatra, que tomam algum tipo de remédio ou que seu caso necessita de internação. 

Para o Dr. Fábio Cantinelli, psiquiatra da Clínica Maia, todo esse tabu que envolve a saúde mental vem do medo do desconhecido. 

“É uma doença que eu desconheço a natureza, que eu não sei muito bem como funciona e que de repente pode me atingir e mudar meu jeito de pensar, de sentir, de me comportar, meu jeito de ser. É o medo do desconhecido e do que ele pode causar em mim que gera esse temor nas pessoas”, explica o especialista. 

Esse cenário de marginalização dos que sofrem com transtornos mentais contribui para aumentar o sentimento de desamparo e, muitas vezes, acaba atrapalhando as pessoas de receberem o tratamento adequado para suas doenças e, em alguns casos, dificultando o processo de internação. 

Segundo o Dr. Fábio, existem três motivos principais que podem levar uma pessoa à internação psiquiátrica: quando ela oferece risco para si mesma, quando coloca em risco a vida dos que estão ao seu redor e quando a ela perde a capacidade de cuidar de si própria (não consegue tomar banho, controlar os horários dos remédios, fica em um estado de abandono de si devido ao transtorno mental). 

“É importante lembrar que a decisão leva em conta as condições físicas e psicológicas do paciente, com o objetivo de protegê-lo, acolhê-lo e tratá-lo de forma integral por meio de uma equipe médica multidisciplinar”, comenta o psiquiatra. 

Na internação, o paciente tem um acompanhamento diário bem de perto, com uma grade terapêutica planejada e com a assistência de uma equipe integrada, que inclui neuropsicólogos, psicólogos, psiquiatras, terapeutas holísticos, terapeutas ocupacionais, enfermeiros, nutricionistas, educadores físicos, assistentes sociais, entre outros profissionais. 

Fábio Cantinelli reforça que precisamos desmistificar a internação psiquiátrica, porque ela, muitas vezes, é um recurso que salva e preserva vidas. 

“De forma alguma a internação deve ser vista como um aprisionamento ou punição, pelo contrário, é um ato de zelo e acolhimento, para garantir a segurança e o bem-estar da pessoa que está com a saúde emocional e a qualidade de vida gravemente afetadas”, conclui o profissional.


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