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quinta-feira, 2 de julho de 2020

Inclusão financeira pode injetar R$ 400 BI por ano no PIB Brasileiro


Estudo desenvolvido pela fintech alt.bank aponta crescimento de 5,5 pontos percentuais no PIB nacional se nível de desbancarizados chegar a 9%, como nos EUA 

Mais de R$ 400 bilhões por ano podem ser injetados na economia brasileira em até cinco anos com uma mudança inclusiva: a “bancarização” de classes sociais excluídas do sistema financeiro. É isso que aponta um estudo inédito do alt.bank, uma fintech lançada no Brasil em outubro de 2019. O PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro poderá crescer 5,5 pontos percentuais até 2025 através da inclusão financeira das camadas menos privilegiadas da sociedade, conforme projetado neste estudo.

A análise, baseada em um modelo de equilíbrio macroeconômico derivado de vários estudos acadêmicos, destaca que 35 a 45 milhões de adultos brasileiros em idade ativa ainda não têm acesso a serviços financeiros básicos. É importante ressaltar que esse grupo gera cerca de R$ 665 bilhões por ano, não formalmente incluídos nos números atuais do PIB do Brasil. Essas cifras equivalem ao PIB do Chile.
O estudo também examinou o aumento potencial de empregos potencialmente criados via inclusão financeira. “Com base nos efeitos econômicos positivos da inclusão financeira em países como Índia e China, estimamos que aproximadamente quatro milhões de novos empregos também possam ser criados no Brasil com o aumento do PIB”, afirma Fabio Silva, country manager do alt.bank. 
Em comparação, a economia do Brasil cresceu apenas 1% ao ano durante o período de cinco anos de 2014 a 2019. De acordo com a última edição do Boletim Focus, do Banco Central, a projeção é de queda de 6,5% no PIB em 2020. 
“É absolutamente essencial que a democratização do acesso ao sistema financeiro chegue ao Brasil. A expansão da tecnologia já abrangeu diversos setores, como transporte, hotelaria e comunicação, mas o sistema bancário carece de acessibilidade para reduzir a desigualdade e garantir condições básicas para o desenvolvimento econômico local e a consequente redução da vulnerabilidade econômica”, destaca o executivo. “Aqueles que só utilizaram conta bancária para o saque do Auxílio Emergencial, mas sem acesso a todos os serviços bancários, também devem ser classificados como desbancarizados ou sub-bancarizados, o que significa que deve haver atenção especial para essa população também”, completa Fabio Silva.
Brad Liebmann, fundador e CEO do alt.bank, afirma que “Parte da exclusão financeira existe porque os bancos antigos e tradicionais são muito caros para pessoas com recursos limitados. A inclusão financeira é um meio para alcançar um objetivo. Quando todos podem contar com uma instituição segura para economizar dinheiro e ter acesso ao crédito quando necessário, estão mais aptos a gerenciar riscos financeiros.”
Liebmann, que optou por lançar o alt.bank no Brasil após uma análise multifatorial dos 26 países mais populosos do mundo, relata que o contexto é favorável à expansão da inclusão financeira e à redução da disparidade econômico-social. “Em um cenário global, o Brasil é capaz de reverter rapidamente essa situação por três razões: a alta penetração de smartphones, o que facilita o acesso a plataformas bancárias digitais; a qualidade e precisão no desempenho do Banco Central como órgão regulador; e o espírito empreendedor dos brasileiros atualmente excluídos do sistema financeiro ”, afirma o executivo.

Cenário mundial
O The Global Findex Database 2017, o último estudo de três anos divulgado pelo Banco Mundial, aponta que 31% da população mundial não tem acesso ao sistema bancário. Também menciona vários estudos que revelam muitos benefícios potenciais do desenvolvimento da inclusão financeira. O documento destaca que “os serviços financeiros podem ajudar a impulsionar o desenvolvimento. Eles ajudam as pessoas a escapar da pobreza, facilitando investimentos em saúde, educação e negócios. E eles facilitam o gerenciamento de emergências financeiras ”.
Outro fator catalisador apontado é o processo de digitalização, em escala global: “a tecnologia de smartphones fornece um meio conveniente para as pessoas fazerem transações a partir da conta de sua instituição financeira. Mas a capacidade das pessoas de usar serviços financeiros digitais como esses depende de terem acesso à tecnologia necessária”. 
O Brasil se destaca nesse quesito comparado a outras economias emergentes. A Fundação Getúlio Vargas (FGV) revelou que o país já possui mais de um smartphone por habitante: existem 220 milhões de celulares em operação no país contra 207,6 milhões de habitantes, segundo os dados mais recentes do IBGE. De acordo com o último estudo realizado pela Anatel sobre o tema, 98,2% da população brasileira tem acesso a dados móveis.

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