Estratégia do marketing digital ficou em evidência após a exposição de marcas ligadas à sites que propagam fake news, entenda como funciona
O boom de iniciativas como o Sleeping Giants e a
exposição de marcas que anunciam em sites que propagam fake news, colocou em
pauta a mídia programática. Mas afinal, o que é a mídia programática? A mídia
programática é uma metodologia da publicidade digital, que utiliza plataformas
e algoritmos para comprar espaços de mídia automaticamente, muitas vezes em
tempo real. É a automação de um processo que foi projetado para substituir as
negociações humanas, telefonemas e reuniões, pelo machine learning e a
inteligência artificial.
“Colocando de uma forma simples, a mídia
programática é uma maneira de comprar e otimizar automaticamente campanhas
digitais, em vez de comprar diretamente de veículos e publishers. Ela permite
que profissionais de marketing criem um storytelling com conteúdos que
enriquecem a jornada do consumidor, em vez de atrapalhar”, explica Bruno
Campos, CMO da AdsPlay Mídia Programática.
Combater as Fake News é uma missão difícil, mas
antes de acusar marcas de financiarem veículos que propagam notícias falsas é
preciso entender que, muitas vezes, as agências de publicidade e as próprias
marcas não fecham contratos diretamente com os veículos de comunicação. Segundo
o especialista, ao contrário de incentivar as fake news, a mídia programática
tem como objetivo aumentar a eficiência e a transparência do anunciante e do
editor. “A maioria dos blogs e sites de pequeno porte não trabalha com venda
direta de mídia. Normalmente, a empresa faz um investimento de mídia nas redes
do Google, do Yahoo ou de qualquer outra Ad Network do mercado, que, por
sua vez, repassa parte desse dinheiro para os publishers”, explica. Tudo
isso é feito por meio de leilões em tempo real, nos quais os anúncios são
comprados ao mesmo tempo em que um visitante carrega um site.
Na mídia programática é possível segmentar para
quais tipos de público o anunciante deseja exibir sua publicidade, abrangendo
segmentos de informações demográficas, como idade, gênero, posição social e
geografia em determinadas áreas do país. Também é possível limitar os anúncios
a horários do dia e frequência, e decidir em quais editorias deseja exibir seus
anúncios. “É, atualmente, a mídia mais assertiva do marketing digital, porque o
anunciante paga apenas por anúncios altamente eficazes, entregues às pessoas
certas no momento certo. É uma mudança em relação à compra tradicional de
anúncios”, explica Campos
Brand Safety
Recentemente, o perfil brasileiro no Twitter,
Sleeping Giants acendeu um alerta para as marcas que investem em mídia
programática. Para evitar dores de cabeça, as marcas devem investir em
estratégias de brand safety para garantir que as campanhas online não gerem
danos à sua reputação.
Já existe um conceito americano que fala sobre as
12 categorias “proibidas”, que devem ser evitadas a todo custo: conflito
militar, obscenidade, drogas Ilegais, conteúdo adulto, armas, crimes, morte,
pirataria online, discurso de ódio, terrorismo, spam e tabaco.
“Ações de Brand Safety aliada a verificação dupla
de anúncios, podem impedir que as campanhas apareçam em inventários sensíveis -
temas que normalmente não são positivos de serem associados à marca. Nas ações
de brand safety trabalhamos, por exemplo, com uma lista de 17 mil sites e apps
bloqueados”, conta Campos. Ainda assim ele ressalta a dificuldade em fugir dos
sites que propagam fake news. “O desafio é maior, porque essas notícias falsas
são estruturadas com doses verdades e inverdades estrategicamente inseridas
meio à notícia, o que a torna altamente propagável”, ressalta. “A internet é um
ambiente mutante, o que dá liberdade para veículos e pessoas escreverem o que
bem entenderem. Por isso, é importante que a reputação da marca esteja
protegida ao ter um anúncio veiculado, aparecendo ao lado de conteúdos que não
façam sentido. E uma boa estratégia de Brand Safety garante isso. A mídia
programática é uma grande ferramenta para garantir que as campanhas veiculem em
bons locais, e tudo isso de maneira automatizada.”
Para entender a compra de
mídia programática, você deve conhecer a terminologia relacionada a esse
processo. Alguns termos usados no processo: Plataforma de venda (SSP):
é um software que permite que os editores vendam impressões de anúncios
gráficos e em vídeo para potenciais compradores em tempo real. Isso inclui
trocas de anúncios, redes e DSPs (veja abaixo). Isso proporciona aos editores
maior controle sobre seu inventário e CPMs. Demand Side Platform (DSP):
é um software que permite que agências e anunciantes comprem no inventário de
anúncios em tempo real. DMP (Data Management
Platform): permite gerir dados para otimizar campanhas de publicidade
digital, tornando-as ainda mais inteligentes. Ad Exchange: é o mercado de
inventário onde compradores e vendedores negociam espaços de mídia digital
através das negociações entre SSP e DSP. Inventário: o inventário de
anúncios geralmente é comprado por meio de um leilão em tempo real. Usando
canais programáticos, os anunciantes podem comprar por impressão, visando o
público certo e uma otimização de orçamento. 1ª Party Data: estratégia de transformar dados
proprietários da empresas em cookies para posteriormente utilizar na mídia
programática. Media Trader ou só Trader:
fazendo um paralelo com os operadores do mercado financeiro, o media trader administra
as campanhas publicitárias e compra, via plataformas de leilões, espaços
de anúncio em tempo real, sempre baseado nos objetivos traçados para
campanha. |
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