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quinta-feira, 2 de julho de 2020

Confiança do turista estrangeiro no Brasil despenca


Mas empresários do setor estão otimistas, pois brasileiros querem viajar no país


O setor de turismo é um dos mais afetados pela pandemia do novo coronavírus. Na média mundial, antes da pandemia, o setor contribuía com um pouco mais de 10% ao PIB, enquanto no Brasil o índice está abaixo, por volta de 8%. A Interamerican Network, agência de comunicação especializada em turismo, vem pesquisando o setor no Brasil e na América Latina e tem dados importantes, que seguem abaixo para sua avaliação. Temos personagens e porta-vozes:

1)      percepção de segurança dos turistas estrangeiros no Brasil caiu como nunca antes, seriamente afetada pela situação gerada pela pandemia no país, levando um tombo de 40%. Isso indica que, tão cedo, o Brasil nem recuperará o número de visitantes de antes, nem conseguirá aumentar esse número, que é alvo de inúmeras tentativas do Ministério do Turismo há anos.

2)      Os empresários brasileiros do turismo estão menos pessimistas em relação às perdas geradas pela pandemia que seus parceiros globais. Na comparação com o ano anterior, no 3º trimestre de 2020, os brasileiros acreditam que suas perdas chagarão a 66%, enquanto a média global diz 73%. No 4º trimestre, brasileiros projetam 50% de perdas, versus 60% na média global. Entretanto, os respondentes do Brasil estão um pouco mais pessimistas na questão sobre quando acreditam que os negócios vão voltar ao normal: 65% acredita que isso só acontecerá em 2021. Na média global, 57% acredita que isso se dará no ano que vem.

3)      A maioria dos consumidores brasileiros (44%), ao contrário da tendência regional mostrada na pesquisa, não pretende viajar nos feriados de fim de ano, mas outros 27% considerariam a opção se encontrassem uma boa promoção. E os brasileiros mostraram uma confiança maior na imprensa especializada na pergunta sobre quem inspira sua próxima viagem: essa opção aparece em terceiro lugar, com 10% da preferência, atrás apenas de buscas na internet (33%) e recomendação de amigos (30%), e à frente de agentes de viagem (9%), redes sociais (7%), influenciadores e blogueiros de viagem (6%) e publicidade (5%). Para nossos vizinhos, o Brasil não está bem cotado nas respostas sobre destino desejado dentro da região para uma próxima viagem: aparece em 5º lugar para argentinos, chilenos e mexicanos, e em 9º (penúltimo lugar) para colombianos e peruanos, confirmando os dados da pesquisa sobre percepção de segurança, citada acima.

 Seguem mais detalhes de cada tópico.


1)      O Índice de Percepção de Segurança dos Turistas despenca, afetando especialmente mercados próximos, como Argentina e Chile.
O Brasil está sendo um dos países mais afetados mundialmente pela pandemia da COVID-19. Os efeitos dessa crise de saúde estão tendo um impacto muito importante no setor de turismo do país. A plataforma Mabrian Tourist Intelligence e a Interamerican Network realizaram um estudo sobre os efeitos dessa crise nos indicadores de confiança e conectividade do país em relação aos seus principais mercados internacionais.

Evolução do Índice de Percepção Turística de turistas
A plataforma da Mabrian é capaz de analisar milhões de menções espontâneas de turistas (Big Data), de visitantes e de visitantes em potencial para um destino nas redes sociais. Com esses dados e através das técnicas de processamento de linguagem natural e inteligência artificial, eles calculam toda uma série de indicadores de percepção, satisfação e interesse em relação a um destino turístico.
Entre eles, o Índice de Percepção de Segurança (PSi), que mede o nível de confiança demonstrado pelos diferentes mercados com um destino e como ele é afetado por eventos de segurança (violência, atentados, insegurança, ameaças à saúde etc.).
Na situação atual, o PSi do Brasil é seriamente afetado pela situação gerada pela pandemia no país. A partir de uma avaliação máxima de 100 pontos nesse índice, todos os mercados analisados ​​caíram mais de 40% em sua confiança entre 1 de fevereiro e 17 de junho.

Evolução da conectividade aérea
Outro dos grandes efeitos da crise gerada pela COVID-19 é a interrupção da conectividade aérea do Brasil com seus principais mercados. Este é um aspecto essencial para o renascimento do turismo, que a plataforma Mabrian Tourism Intelligence monitora constantemente.
Considerando os 11 principais aeroportos do Brasil e os horários de voos publicados pelas companhias aéreas em 16 de junho de 2020, a conectividade aérea foi praticamente nula em junho, em comparação ao ano anterior.
Em julho, há uma ligeira recuperação, que no caso do mercado espanhol é claramente maior, em comparação com julho de 2019.
A partir de agosto, a programação marca uma clara recuperação em praticamente todos os mercados analisados, embora permaneça entre 20 e 40% abaixo de 2019. A exceção é o mercado argentino, que apesar de se recuperar em agosto, permanece em níveis de queda de mais de 70% em relação a agosto de 2019.

2)      Pesquisa global indica que empresários brasileiros do setor de turismo estão menos pessimistas

Travel Consul, a principal aliança internacional de marketing de viagens, divulgou os resultados de uma pesquisa global que revela o impacto da COVID-19 na indústria e a recuperação futura da distribuição de viagens. Mais de 900 proprietários de agências de viagens e operadoras turísticas dos principais mercados participaram da pesquisa, cujo objetivo era entender melhor o impacto do surto de COVID-19 e o que é necessário para recuperar o setor. A Interamerican Network, agência associada à Travel Consul na América Latina, participou ativamente deste estudo global inédito.
Empresários de viagens brasileiros estão menos pessimistas em relação às perdas geradas pela pandemia que seus parceiros globais. Na comparação com o ano anterior, no 3º trimestre de 2020, os brasileiros acreditam que suas perdas chagarão a 66%, enquanto a média global diz 73%. No 4º trimestre, brasileiros projetam 50% de perdas, versus 60% na média global. Entretanto, os respondentes do Brasil estão um pouco mais pessimistas na questão sobre quando acreditam que os negócios vão voltar ao normal: 65% acredita que isso só acontecerá em 2021. Na média global, 57% acredita que isso se dará no ano que vem.
Sobre medidas que estão sendo implementadas durante a crise, respondentes do Brasil colocaram o investimento em tecnologia para melhorar produtos e atendimento ao cliente como a segunda principal ação praticada na pandemia, com 44%, enquanto a média global mostra 26%. O foco em treinamento também é apontado como importante para 43% dos brasileiros, versus 38% na média global. A tendência se repete, de maneira mais leve, no ajuste ao modelo de negócios: 43% dos brasileiros marcaram esta opção, versus 41% globalmente.

Aqui estão os destaques dos resultados em nível global.

Os clientes ainda estão esperando para decidir para onde viajar
Mais de 40% dos clientes que estão remarcando ou mostrando algum interesse em viajar disseram que planejavam ir para o destino onde haviam reservado originalmente. Porém, a maior porcentagem, de 46%, está parada, aguardando para ver como a situação evolui antes de tomar sua decisão.

Destinos devem garantir segurança sanitária
Quando perguntados sobre como os responsáveis pelos destinos turísticos podem ajudar as agências de viagens e os operadores turísticos na recuperação, a resposta número um foi claramente "a introdução de certificados de saúde e segurança para que os agentes tenham certeza de que os destinos são seguros para enviar seus clientes", com dois de cada três participantes solicitando ajuda dos destinos. As outras três principais respostas incluíram campanhas de marketing, apresentação de dados úteis e oportunos e atualizações do setor e da mídia.

Implicações comerciais da COVID-19
No geral, os parceiros de distribuição esperam uma redução de 73% no volume de negócios no terceiro trimestre de 2020 e 60% no quarto trimestre de 2020. Dois terços dos entrevistados esperam poder sustentar seus negócios por seis meses sem o apoio financeiro do governo.


3)      Para onde e quando os brasileiros pretendem viajar depois da pandemia

Há boa possibilidade de viagens ainda em 2020 e compras via agentes de viagem têm aumento na preferência.
Como vai ser quando pudermos viajar de novo? Com o intuito de trazer luz ao assunto para viajantes de negócios e  lazer, bem como para destinos e profissionais do segmento de viagens, a agência de comunicação e marketing especializada em turismo Interamerican Network, o site de notícias brasileiro Catraca Livre, a publicação peruana Infotur, o portal argentino Boardingpax e a associação mexicana Confetur uniram forças para descobrir mais sobre o assunto na América Latina e conduziram uma pesquisa sobre os impactos no turismo e as perspectivas para o setor após a pandemia da covid-19. Os resultados mostram insights confiáveis para empresas e turistas se prepararem e retomarem seus planos de viagem.

A pesquisa foi realizada na primeira quinzena de junho e seu universo na América Latina compreendeu 1.174 respondentes, principalmente do Brasil (44%), seguido por México (22%), Colômbia (13%), Argentina (12%), Chile (5%) e Peru (1%). A maioria foi composta de pessoas do sexo feminino (67%), com idade entre 25 e 54 anos, com uma maior representatividade da faixa entre 35 e 44 anos (30%). 

A boa notícia é que quase metade dos entrevistados (46%) afirma pretender viajar ainda em 2020, sendo que outros 18% consideram viajar se encontrarem uma boa promoção. Os meses de novembro e dezembro são os preferidos para o público participante, com 30% das respostas cada. Quando perguntados se pretendem fazer alguma viagem na época das festas de fim de ano, 47% dos pesquisados responderam que sim, 18% ficariam dependentes de uma boa promoção e 35% refutam totalmente a possiblidade. Os que descartam totalmente a ideia de viajar ainda em 2020 somam 36%, sendo que as principais razões para isso são a preocupação com a disseminação da covid-19 (63%) e dificuldades financeiras causadas pela pandemia (20%). 

A inspiração para escolher o destino virá de buscas na internet (28%) ou de recomendação de amigos (28%), segundo as respostas. Outras fontes de ajuda incluem dicas dos agentes de viagem (14%), redes sociais (8%), influenciadores e blogueiros de viagem (8%), dicas da imprensa especializada (7%) e publicidade (7%). A forma de compra da viagem será de maneira independente para 50% dos respondentes, entrando em contato diretamente com companhias aéreas e hotéis, entre outras empresas do setor. As agências ou operadoras de viagens físicas e tradicionais mostraram quase o dobro de vantagem na preferência em relação às OTAs (Online Travel Agency, ou agências de viagem online), com 29% das respostas, ante os 15% que optariam pelos serviços de uma empresa virtual. O consultor de viagens independente aparece em 6% das respostas.
As viagens dentro do próprio país são a primeira opção para 54% dos participantes da pesquisa. Na sequência, a Europa é a preferência de 19% dos entrevistados, seguida de América Latina (13%), América do Norte (9%) e Ásia (2%). Se considerada apenas uma viagem dentro da América Latina, os destinos mais escolhidos foram Argentina (20%), México (18%), Peru (13%), Colômbia (13%), Chile (12%), Brasil (12%) e Uruguai (6%). Para fora da região, os destinos mais desejados para um possível roteiro turístico são Europa (principalmente Portugal, Itália, Espanha e Grécia), com 59% das predileções, Estados Unidos (principalmente Flórida), com 16%, e Ásia (principalmente Japão, Indonésia, Maldivas e Tailândia), com 11%. África do Sul, Canadá e Oceania tiveram, cada um, 4% da preferência, enquanto o Oriente Médio -surge com 2%.
Indagados sobre o tipo de viagem que pretendem fazer ainda este ano, um destino de praia ocupa, com folga, a preferência, com 39% das respostas, enquanto cruzeiros e destinos religiosos foram as alternativas menos escolhidas, com apenas 1% cada. Outras opções incluem viagens culturais (18%), ecoturismo e contemplação (13%), urbanas (12%), aventura (6%), gastronomia e vinhos (6%) e, por fim, esqui (2%).
Alguns resultados no Brasil mostraram tendências distintas daquelas notadas em toda a América Latina. “Ao contrário da tendência regional, a maioria dos brasileiros (44%) diz não pretender viajar nos feriados de fim de ano, mas outros 27% considerariam a opção se encontrassem uma boa promoção”, comenta o diretor da Interamerican e coordenador da pesquisa no Brasil, Osmar Maduro. “E os brasileiros mostraram uma confiança maior na imprensa especializada na pergunta sobre quem inspira sua próxima viagem: essa opção aparece em terceiro lugar, com 10% da preferência, atrás apenas de buscas na internet (33%) e recomendação de amigos (30%), e à frente de agentes de viagem (9%), redes sociais (7%), influenciadores e blogueiros de viagem (6%) e publicidade (5%)”, analisa. Chile (20%) e Argentina (19%) encabeçam a preferência de países para os quais os brasileiros gostariam de fazer um roteiro na América Latina. “Porém, para nossos vizinhos, o Brasil não está bem cotado nas respostas sobre destino desejado dentro da região para uma próxima viagem: aparece em 5º lugar para argentinos, chilenos e mexicanos, e em 9º (penúltimo lugar) para colombianos e peruanos”, destaca Osmar.


Interamerican Network 


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