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quinta-feira, 23 de abril de 2020

Dia Mundial da Hipertensão Hipertensão: doença pode afetar funcionamento dos rins levando a paralisação do órgão


Pessoas com pressão arterial alta podem sofrer também com doenças cardiovasculares, como o AVC. Uma em cada quatro pessoas no Brasil sofrem com a hipertensão


Entre as doenças que se enquadram nos grupos de risco ao contágio do Covid-19 está a hipertensão, sendo esta também uma das principais causas de doenças fatais como infarto, acidente cardiovascular cerebral (AVC) e insuficiência renal crônica (IRC). Segundo informações do Ministério da Saúde, um em cada quatro brasileiros são diagnosticados com hipertensão. O Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial (26/04) é uma data para enfatizar os riscos relacionados à doença e as medidas de prevenção que a população deve adotar.

A hipertensão arterial, também conhecida popularmente como pressão alta, é uma doença que não tem cura. Apesar de acometer pessoas de qualquer idade, incluindo as crianças, sua prevalência é maior em idosos. Um levantamento do Ministério da Saúde apontou que 60,9% entre os adultos com 65 anos ou mais sofrem com a hipertensão.


Porta de entrada para outras doenças

A hipertensão merece cuidado, pois a doença pode levar a outras consequências graves, como doenças cardiovasculares, acidentes vasculares e insuficiência renal.

A pressão arterial é responsável por empurrar o sangue bombeado pelo coração, pelas artérias, levando o suprimento necessário aos demais órgãos. Quando a pressão está alta, o coração faz mais força para bombear o sangue. Com o avanço da idade, as artérias ficam menos complacentes e oferecem mais resistência à sua passagem.

Esta força pode acarretar em lesões nas paredes das artérias, e resultar em um derrame (acidente vascular cerebral), na insuficiência cardíaca (coração grande) e na insuficiência renal (uremia). “O que muitas pessoas não sabem é que a hipertensão leva a outras consequências graves e muitas vezes irreversíveis, entre elas a paralisação dos rins. Nestes casos, o tratamento será a hemodiálise”, explica o médico nefrologista e presidente da Fundação Pró-Rim, Dr. Marcos Alexandre Vieira.


Rins sofrem com a hipertensão

“O aumento de casos hipertensivos consequentemente impacta em um maior número de pessoas dependentes do tratamento de hemodiálise. A prevenção e o controle da pressão arterial são fatores importantes para evitar a insuficiência renal”, argumenta Dr. Marcos. De acordo com a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), cerca de 135 mil pessoas estão em tratamento de hemodiálise no País.

A pressão alta é responsável por 35% dos casos da doença renal crônica e a maioria dos hipertensos não apresenta nenhum sintoma no início da doença. “A pessoa pode sentir dores de cabeça, cansaço, tontura e ter sangramentos pelo nariz e estes sintomas podem se confundir facilmente com outros problemas de saúde. A única maneira de saber se a pressão está alta é aferi-la regularmente”, diz o médico.


Risco de complicações pelo Covid

Sendo uma das principais causas de morte no mundo e também no Brasil, a hipertensão é também, neste momento, um fator de risco de pior evolução ao COVID -19. Informações divulgadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde indicam que os hipertensos podem sofrer mais com as complicações da doença, assim como os diabéticos, idosos e doentes renais crônicos.

“A combinação idade avançada mais doença crônica é um fator elevado de risco para maiores complicações ao coronavírus. Por isso, pessoas que se encaixam nesse padrão são consideradas grupos de risco. Seu organismo muitas vezes já está debilitado por outras doenças e a imunidade baixa propicia pior evolução se houver a doença causada pelo vírus”, explica o médico nefrologista, Dr. Marcos A. Vieira.

A prevenção ao Covid-19 por hipertensos segue as orientações gerais dos órgãos oficiais, como o isolamento social, medidas de higienização das mãos e outros materiais, uso da máscara, além dos cuidados usais do paciente: controle da pressão arterial, uso regular de medicamentos, alimentação equilibrada e exercícios físicos.

“A vacinação para outras doenças também deve estar em dia, incluindo a vacina da gripe, que é muito importante nesse momento”, complementa o médico. Apesar de não haver ainda uma vacina contra o coronavírus, ter as vacinas em dia protege a pessoa e evita que a mesma contraia uma doença que pode ser prevenida, como gripe, febre amarela, sarampo.


Novamente: hábitos saudáveis é a melhor prevenção

Entre os fatores que podem ser responsáveis pela hipertensão estão a hereditariedade, que pode estimular uma pré-disposição a doença. Além disso, outras causas da doença estão relacionadas a hábitos inadequados, como má alimentação, obesidade, alcoolismo, tabagismo, sedentarismo e diabetes.

O médico alerta que “as pessoas que apresentam pressão alta por muitos anos vão minando o seu sistema vascular. Se fumar, comer muita gordura saturada, não controlar o estresse excessivo e for portador de diabetes, o processo se acelera”.

Assim como outras doenças, a prevenção é resultado da adoção de hábitos saudáveis. “Reduzindo o consumo de alimentos industrializados, estaremos reduzindo o consumo de sódio. Outro fator importante é que aumentando o consumo de alimentos in natura, estaremos consumindo mais potássio, o que ajudaria no controle da pressão também”, orienta a nutricionista da Pró-Rim, Jyana Gomes Morais Campos. “Aliar a alimentação à prática de exercícios é o combo para uma vida mais saudável, livre de doenças”, conclui.

Por fim, é importante ressaltar que o controle da hipertensão exige muito esforço e apesar de não ter cura, seguindo as orientações médicas e tendo aderência ao uso de medicamentos é possível ter boa qualidade de vida.


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