Pessoas com pressão arterial alta podem sofrer
também com doenças cardiovasculares, como o AVC. Uma em cada quatro pessoas no
Brasil sofrem com a hipertensão
Entre as doenças que se enquadram nos grupos de
risco ao contágio do Covid-19 está a hipertensão, sendo esta também uma das
principais causas de doenças fatais como infarto, acidente cardiovascular
cerebral (AVC) e insuficiência renal crônica (IRC). Segundo informações do
Ministério da Saúde, um em cada quatro brasileiros são diagnosticados com
hipertensão. O Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial
(26/04) é uma data para enfatizar os riscos relacionados à doença e as medidas
de prevenção que a população deve adotar.
A hipertensão arterial, também conhecida
popularmente como pressão alta, é uma doença que não tem cura. Apesar de
acometer pessoas de qualquer idade, incluindo as crianças, sua prevalência é
maior em idosos. Um levantamento do Ministério da Saúde apontou que 60,9% entre
os adultos com 65 anos ou mais sofrem com a hipertensão.
Porta de entrada para outras doenças
A hipertensão merece cuidado, pois a doença pode
levar a outras consequências graves, como doenças cardiovasculares, acidentes
vasculares e insuficiência renal.
A pressão arterial é responsável por empurrar o
sangue bombeado pelo coração, pelas artérias, levando o suprimento necessário
aos demais órgãos. Quando a pressão está alta, o coração faz mais força para bombear
o sangue. Com o avanço da idade, as artérias ficam menos complacentes e
oferecem mais resistência à sua passagem.
Esta força pode acarretar em lesões nas paredes das
artérias, e resultar em um derrame (acidente vascular cerebral), na
insuficiência cardíaca (coração grande) e na insuficiência renal (uremia). “O
que muitas pessoas não sabem é que a hipertensão leva a outras consequências
graves e muitas vezes irreversíveis, entre elas a paralisação dos rins. Nestes
casos, o tratamento será a hemodiálise”, explica o médico nefrologista e
presidente da Fundação Pró-Rim, Dr. Marcos Alexandre Vieira.
Rins sofrem com a hipertensão
“O aumento de casos hipertensivos consequentemente
impacta em um maior número de pessoas dependentes do tratamento de hemodiálise.
A prevenção e o controle da pressão arterial são fatores importantes para
evitar a insuficiência renal”, argumenta Dr. Marcos. De acordo com a Sociedade
Brasileira de Nefrologia (SBN), cerca de 135 mil pessoas estão em tratamento de
hemodiálise no País.
A pressão alta é responsável por 35% dos casos da
doença renal crônica e a maioria dos hipertensos não apresenta nenhum sintoma
no início da doença. “A pessoa pode sentir dores de cabeça, cansaço, tontura e
ter sangramentos pelo nariz e estes sintomas podem se confundir facilmente com
outros problemas de saúde. A única maneira de saber se a pressão está alta é
aferi-la regularmente”, diz o médico.
Risco de complicações pelo Covid
Sendo uma das principais causas de morte no mundo e
também no Brasil, a hipertensão é também, neste momento, um fator de risco de
pior evolução ao COVID -19. Informações divulgadas pela Organização Mundial da
Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde indicam que os hipertensos podem sofrer
mais com as complicações da doença, assim como os diabéticos, idosos e doentes
renais crônicos.
“A combinação idade avançada mais doença crônica é
um fator elevado de risco para maiores complicações ao coronavírus. Por isso,
pessoas que se encaixam nesse padrão são consideradas grupos de risco. Seu
organismo muitas vezes já está debilitado por outras doenças e a imunidade
baixa propicia pior evolução se houver a doença causada pelo vírus”, explica o
médico nefrologista, Dr. Marcos A. Vieira.
A prevenção ao Covid-19 por hipertensos segue as
orientações gerais dos órgãos oficiais, como o isolamento social, medidas de
higienização das mãos e outros materiais, uso da máscara, além dos cuidados
usais do paciente: controle da pressão arterial, uso regular de medicamentos,
alimentação equilibrada e exercícios físicos.
“A vacinação para outras doenças também deve estar
em dia, incluindo a vacina da gripe, que é muito importante nesse momento”,
complementa o médico. Apesar de não haver ainda uma vacina contra o
coronavírus, ter as vacinas em dia protege a pessoa e evita que a mesma
contraia uma doença que pode ser prevenida, como gripe, febre amarela, sarampo.
Novamente: hábitos saudáveis é a melhor prevenção
Entre os fatores que podem ser responsáveis pela
hipertensão estão a hereditariedade, que pode estimular uma pré-disposição a
doença. Além disso, outras causas da doença estão relacionadas a hábitos
inadequados, como má alimentação, obesidade, alcoolismo, tabagismo,
sedentarismo e diabetes.
O médico alerta que “as pessoas que apresentam pressão
alta por muitos anos vão minando o seu sistema vascular. Se fumar, comer muita
gordura saturada, não controlar o estresse excessivo e for portador de
diabetes, o processo se acelera”.
Assim como outras doenças, a prevenção é resultado
da adoção de hábitos saudáveis. “Reduzindo o consumo de alimentos
industrializados, estaremos reduzindo o consumo de sódio. Outro fator
importante é que aumentando o consumo de alimentos in natura, estaremos
consumindo mais potássio, o que ajudaria no controle da pressão também”,
orienta a nutricionista da Pró-Rim, Jyana Gomes Morais Campos. “Aliar a
alimentação à prática de exercícios é o combo para uma vida mais saudável,
livre de doenças”, conclui.
Por fim, é importante ressaltar que o controle da
hipertensão exige muito esforço e apesar de não ter cura, seguindo as
orientações médicas e tendo aderência ao uso de medicamentos é possível ter boa
qualidade de vida.
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