Créditos: Divulgação
Além de deixar a
água imprópria para o banho, poluição na areia e nos oceanos causa a morte de
animais marinhos
As festas de fim de ano e as férias levam às praias
um grande número de turistas que nem sempre descartam o lixo em local adequado.
Segundo um levantamento do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo
(IO-USP), todos os anos, cerca de 190 mil toneladas de materiais plásticos são
lançados ao mar, na costa brasileira. Em Santos, 117 toneladas de resíduos
foram removidas da beira-mar durante a primeira quinzena de 2018, segundo dados
da prefeitura. O peso é equivalente a 13 baleias francas adultas, espécie que
costuma visitar o litoral paulista.
O descarte incorreto do lixo, principalmente nas
praias, interfere diretamente no desenvolvimento das espécies marinhas. De
acordo com um estudo realizado pela Universidade de Queensland, na Austrália, a
contaminação dos oceanos, principalmente por plásticos, é responsável pela
morte de cerca de 100 mil animais todos os anos. Segundo o presidente do
conselho da Associação MarBrasil, Ariel Scheffer, cerca de 260 espécies
marinhas estão ameaçadas de extinção devido ao descarte incorreto de plásticos
no mar. “Muitos animais se enroscam e ficam feridos ao terem contato com esse
tipo de material, mas o problema principal é a ingestão do plástico, que é
tóxico e não é um elemento natural do trato digestivo”, explica.
O biólogo, que é membro da Rede de Especialistas em
Conservação da Natureza, destaca que as aves marinhas e as tartarugas são as
mais prejudicadas por confundir sacolas com alimentos da cadeia alimentar, como
águas vivas e pequenos organismos. “Dos animais encontrados mortos, 100% das
tartarugas verdes e 75% das aves marinhas possuem plástico no estômago.”
Além de impactar as espécies marinhas, os resíduos
descartados nas praias também interferem na vida dos banhistas, que podem se
ferir com determinados objetos. A sujeira também reduz a balneabilidade, que é
o índice usado para verificar a qualidade da água destinada à recreação. Desse
modo, ela se torna imprópria para o banho, podendo gerar doenças.
Os prejuízos afetam ainda a economia dos
municípios, que precisam aumentar as despesas com a limpeza das praias e perdem
a receita com o turismo. No setor da navegação e nas atividades pesqueiras, a
produtividade tende a diminuir devido à morte dos peixes e à poluição dos
oceanos.
Rede de Especialistas de Conservação da Natureza
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