Erros de consumidores e empresários durante janeiro
Décimo
terceiro ainda na mão, dinheiro das férias, bônus ou prêmios de fim de ano,
tudo isso pode render ou durar até janeiro. Mas o consumidor e o comércio se
comportam diferentemente durante essa espera. Enquanto o comércio e o varejo se
planejam, o consumidor tende a decidir o que vai fazer, geralmente tomado pela
euforia, apenas na hora em que as promoções brilham aos olhos. As férias
escolares são outro estímulo às viagens nas primeiras semanas do ano.
O
planejamento do turismo, do comércio e do varejo é pautado por um fio condutor:
Como fazer o consumidor gastar mais. Já o efusivo comportamento do consumidor é
randômico, e ir à forra e se “vingar” do ano cansativo nas compras ou nas
viagens é seu primeiro impulso.
Tanto
para empresários quanto para os consumidores, é nessa época do ano que mora o
perigo da inadimplência, pois muitos não se dão conta que ter mais dinheiro
entrando, não quer dizer necessariamente que esse dinheiro está livre ou
sobrando.
Embora
o risco de inadimplência seja maior para o consumidor, ele também existe para o
comerciante ou para as empresas. Quando um empresário do ramo do varejo compra
produtos para revender no período do fim do ano, ele tem que ter em mente que
há um risco de as vendas não serem excelentes. Esse risco somado às faturas que
ele tem que pagar e aos meses magros de janeiro e fevereiro, são uma situação
muito propícia para endividamentos empresariais, sobretudo se esse empresário
achar que o dinheiro que entrou deve ser gasto sem qualquer planejamento para
aumentar o negócio, ampliar a loja, fazer uma reforma, sair contratando mais
mão de obra, etc.
A
sedutora sensação de crescimento e de melhora dos negócios nos últimos meses do
ano deve ser analisada com cautela, para que as primeiras despesas de janeiro
possam ser pagas. É melhor usar o dinheiro que entrou para quitar títulos e
pagar os credores, que muitas vezes reinvestir ou renovar o estoque. O ano
sempre começa um pouco mais difícil para o comércio e, ao empresário, é melhor
que inicie um novo ano sem dívidas e com suas relações comerciais restabelecidas com os credores.
Para
o consumidor, as coisas não são muito diferentes. Com o dinheiro do décimo
terceiro salário circulando, esse deveria ser o momento de pagar aos credores,
de pagar os empréstimos, de pagar o cartão de crédito e se possível até
antecipar o pagamento de algumas despesas de janeiro e fevereiro, como a matricula
das crianças ou o material escolar, bem como, IPVA, impostos e multas
atrasadas.
Tenham
a certeza, tanto empresários quanto consumidores, que é no último e no primeiro
mês do ano que o seu credor está mais aberto a renegociar dívidas, porque ele
sabe que há mais dinheiro em sua conta e ele quer receber, mesmo que tenha que
fazer acordos. Ou seja, ele está mais amigável para uma renegociação, pois sabe
que se oferecer condições melhores, será o primeiro a receber de vocês. Costumo
dizer que se um inadimplente tem 10 faturas para pagar e ele tiver que
escolher, escolherá o credor que chegar primeiro e de forma mais amistosa.
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