Duas
" tempestades", a ambiental e a econômica, estão em rota de colisão
A cidade de São Paulo, através do prefeito Bruno Covas,
sancionou na quarta-feira (23/05/2018) um projeto de lei que proíbe a
utilização de fogos de artifício ruidosos no município. Além de levar em
consideração o sofrimento dos animais domésticos, visa impedir o incomodo
causado nos hospitais, aos idosos, pessoas com síndrome de Down, entre outros.
Esta lei, mesmo não estando regulamentada, ou seja, o valor da
multa ainda não foi estabelecido, já tem influenciado a população a não
utilizar mais fogos com estampidos. Esta iniciativa é um exemplo da preocupação
com o efeito dos fogos de artificio na sociedade. Neste ano será a primeira vez
que a comemoração de Réveillon na avenida Paulista terá fogos silenciosos.
Duas " tempestades", a ambiental e a econômica,
estão em rota de colisão. Se não forem alocados os recursos necessários para
diminuir o crescente risco de fenômenos meteorológicos extremos, permitir que
seja detectado com precisão o impacto dos fogos de artificio no meio ambiente.
Milhares de pessoas ficarão expostas a situações de risco de morte e a perda de
seus bens materiais, comprometendo o equilíbrio ambiental e social das próximas
gerações
Segundo Vininha F. Carvalho, editora da Revista Ecotour News (www.revistaecotour.tur.br), -
"radares meteorológicos mostraram algo incomum em torno de aves que caíram
após o réveillon de 2013. O radar da Base Militar em Little Rock (Arkansas)
registrou uma anomalia atmosférica por quatro vezes entre 31 de dezembro e um
de Janeiro. Este serviço meteorológico dos EUA analisou um pontinho no radar
que se apresentou ao redor de todas as aves que caíram do céu".
O diretor de Operações Chris Buonanno alegou: - "a mancha
na imagem definitivamente não é precipitação". Apresentava-se como uma
grande concentração de algo subindo ao céu, como "nuvens venenosas"
que entraram na atmosfera superior devido ao movimento acelerado dos polos
magnéticos.
O relatório afirma que todas as mortes de animais ocorreram em
latitudes muito específicas (24-28 Norte e Sul 8-24), indicando que duas
violações separadas da atmosfera superior da Terra estão permitindo que essas
"nuvens venenosas" cheguem do espaço por meio da atmosfera mais
baixa.
Diante de tantas tragédias, há necessidade de realizar um
monitoramento, que tenha o potencial para registrar respostas às mudanças
climáticas que já estão em andamento e observar o impacto da poluição oriunda
dos fogos de artifício.
É fundamental detectar a quantidade de chuva por questões mais
sérias e cautelosas. Neste verão, o índice pluviométrico está alterado em
muitas regiões. É preciso conhecer a quantidade de água que acaba precipitando
das nuvens por dia, mês e até mesmo ano, etc. Qual o fator que está incidindo
mais nesta mudança, o aquecimento global, a urbanização (ilha de calor urbana)
ou fogos de artifício?
As pesquisas sobre mudanças climáticas e biodiversidade no
Brasil, apresentadas nos últimos anos pela comunidade científica nacional e
internacional, são incipientes. É o que mostra a "Análise de Publicações
Científicas Existentes Relativas aos Impactos das Mudanças Climáticas sobre a
Biodiversidade", trabalho realizado pela Fundação Grupo Boticário de
Proteção à Natureza.
"A falta de conhecimento dificulta que ações e
estratégias de adaptação às mudanças climáticas sejam eficazes", afirma
Malu Nunes, diretora executiva da Fundação Grupo Boticário. Ela ressalta que a
diversidade biológica e os serviços ambientais são essenciais para a manutenção
da humanidade, mas as mudanças climáticas podem impactá-los severamente.
Pesquisa publicada no Journal of Geophysical
Research-Atmospheres informou que o carbono negro, ou fuligem, contribui muito
mais para o aquecimento global do que anteriormente reconhecido. Os cientistas
dizem que as partículas podem estar tendo um efeito que é o dobro do imaginado
em estimativas anteriores. Eles dizem que a fuligem perde apenas para o dióxido
de carbono como o mais importante agente causador de aquecimento no planeta. As
partículas também teriam impacto sobre os padrões de chuva.
Comemorações com fogos de artifício são traumáticas para os
animais, cuja audição é mais apurada que a humana e, segundo pesquisas, são
capazes de pressentir eventos sísmicos importantes. Devido à ocorrência dos
fogos de artificio, os cães latem em desespero e, até, enforcam-se nas
correntes. Os gatos têm taquicardia, salivação, tremores, medo de morrer, e
escondem-se em locais minúsculos, alguns fogem para nunca mais serem
encontrados. "Há animais que, pelo trauma, mudam de temperamento",
enfatiza Vininha F. Carvalho.
Enquanto
o ser humano não aprender a preservar o que é bom e necessário para sua própria
vida e dos animais, será muito difícil haver, de uma forma eficaz, a efetuação
em massa da conservação de bens coletivos. É válido lembrar que coletivo não
deveria ser encarado como sendo somente a natureza, mas também o meio urbano,
que é coletivo a todos, afinal, somos nós quem o construiu e modificou. Vemos
nos dias atuais, discursos bonitos em prol da preservação ambiental, mas que
precisam ser incentivados e praticados de maneira sustentável.
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