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segunda-feira, 9 de abril de 2018

Descriminalizar aborto contraria Constituição, alerta especialista


Audiência pública debaterá legalização do procedimento voluntário até a 12ª semana


A descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação vai contra a Constituição Federal, que estabelece a inviolabilidade da vida, observa a advogada Regina Beatriz Tavares da Silva, presidente da ADFAS (Associação de Direito de Família e das Sucessões). 

O tema será debatido em audiência pública, convocada pela ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), no mês de junho, em dia ainda a ser definido. Atualmente, o aborto é permitido apenas em circunstâncias especiais. 

"Primeiramente é preciso definir quando tem início a vida, o que encontra explicação na embriologia, ciência que estuda o processo de desenvolvimento do ser humano desde a concepção até o nascimento. Essa ciência demonstra que desde o início da formação da vida humana, temos todos os elementos de um ser único, diferente de qualquer outro. Até a 7a semana, ocorre a expansão do ser humano, quando a mulher muitas vezes sequer sabe que está grávida. Não há sequer certeza se o córtex cerebral esteja formado exatamente na 12a semana ou antes. ", afirma a advogada.

A especialista reforça ainda a necessidade de uma ação conjunta de toda a sociedade para diminuir o número de gestações não planejadas. "É importante a conscientização e o trabalho de toda a sociedade no sentido de evitar a gravidez indesejada". 

Como exemplo de ações que poderiam diminuir o número de mulheres que recorrem aos abortos ilegais, a especialista destaca ações, coordenadas pelo Estado, de planejamento familiar e uma propaganda mais efetiva que mostre à população os diversos métodos anticoncepcionais existentes, além de sua distribuição gratuita, sobretudo aos mais carentes. 

"É preciso que o Estado desenvolva propagandas mais efetivas sobre a existência de inúmeros métodos contraceptivos, e reforçar que eles devem ser utilizados não só no combate de doenças como a AIDS, mas também para evitar uma gravidez indesejada. ", defende a presidente da ADFAS. 

Em relação à realização da audiência pública, que discutirá o mérito da questão com a participação da sociedade, a Dra. Regina Beatriz Tavares da Silva indica a necessidade da discussão, mas reforça a importância de que a decisão final seja o resultado da vontade da população brasileira, por meio do poder legislativo, inclusive em plesbicito, e não apenas do colegiado do Supremo Tribunal Federal.
"A realização de um plebiscito, ouvir efetivamente a nação brasileira como um todo é algo que deve ser feito, não se deve deixar na mão de onze pessoas, dos onze Ministros do STF, por maiores que sejam os seus conhecimentos, uma decisão de vida ou de morte, principalmente diante da inviolabilidade constitucional do direito à vida", conclui a advogada. 


O que diz a lei

A Constituição Federal permite o aborto apenas nos seguintes casos: quando a vida da mãe está em risco ou quando a gravidez é resultado de estupro. E o STF permitiu o aborto em caso de anencefalia.



A vida em vez do lucro


Em tempos de capitalismo, desenvolvimento e tecnologia é difícil pensar em uma empresa que não queira lucrar com suas invenções e patentes. Quanto mais evoluímos, mais buscamos o sucesso e o reconhecimento por nossos feitos e ideias. Porém, a empresa sueca Volvo pode afirmar, com a consciência tranquila, que não pensa apenas em si mesma.

Considerada uma das invenções mais importantes do setor automobilístico, o cinto de segurança de três-pontos foi criado por um engenheiro da Volvo. Em 1959, um homem visionário criou o produto que seria obrigatório para todas as outras montadoras e empresas automobilísticas do mundo. Uma invenção patenteada digna de faturar milhões.

Mas, devido à eficácia do aparato e do número de vidas que poderiam ser salvas por ele, a empresa fez o inimaginável: desistiu da sua patente. Em tempos de competição de mercado, uma empresa cedeu seu maior bem em prol de salvar vidas.

Isso é uma demonstração de que dinheiro não é tudo. Se formos parar para pensar, quantas pessoas devem suas vidas por este simples invento? E patentear a sua invenção é muito importante, pois toda a propriedade intelectual merece o reconhecimento devido, seja ela a invenção da pasta de dente ou de um produto altamente tecnológico.

Patentear sua invenção é proteger o resultado do seu trabalho, afinal, foram investidos nele muito tempo e dinheiro. A patente garante ao titular segurança, direitos e todos os lucros. Mas, quanto vale uma vida?



Valdomiro Soares - presidente do Grupo Marpa – Marcas, Patentes e Gestão Tributária.


Cadastro Positivo obrigatório de consumidores deve ser votado na Câmara dos Deputados nesta semana


O plenário da Câmara dos Deputados começou a discutir o Projeto de Lei Complementar para tornar obrigatório o preenchimento do Cadastro Positivo de Consumidores por parte de empresas, comércios e instituições financeiras.
O projeto tramita em caráter de urgência e, na última quarta-feira (4), entrou em discussão no plenário da Casa. Sendo assim, a expectativa é de que a matéria seja votada na próxima sessão deliberativa extraordinária da Câmara, nesta semana.

O Cadastro Positivo de Consumidores, que é semelhante ao cadastro negativo, o chamado SPC, foi criado em 2012. Porém, a divulgação dos dados dos bons pagadores no cadastro limpo é facultativa, ou seja, o consumidor precisa autorizar a inclusão de seu nome na lista. Por conta disso, a dinâmica torna o cadastro pouco atrativo entre os consumidores.


É justamente esse ponto que pode mudar se o Projeto de Lei Complementar for aprovado. Quando passar a valer, o Cadastro Positivo terá de ser alimentado obrigatoriamente pelas empresas, da mesma forma que é alimentado o SPC, por exemplo.

O deputado federal, Walter Ihoshi, do PSD paulista, foi o relator da matéria na Câmara dos Deputados. Ele espera que o banco de dados do Cadastro Positivo passe a contar com mais informações dos bons pagadores e que seja referência, assim como o negativo já é, para as relações comerciais no país. “O potencial do projeto, com a nova redação, é de chegar a mais de seis milhões de consumidores”, afirmou.

O Projeto de Lei Complementar que torna o preenchimento do Cadastro Positivo obrigatório é de autoria do Senado. O senador Armando Monteiro, do PTB de Pernambuco, lembra que o consumidor poderá pedir para não ter o nome incluído no cadastro, se assim preferir. No entanto, ele lembra que os participantes da lista de nomes limpos poderão ter vantagens no comércio, como descontos nos preços de mercadorias e acesso à juros mais baixos em financiamentos de bens. “O cadastro foi implantado dando a pessoa a opção de entrada. O Brasil precisa operacionalizar, criar um grande banco de dados para que ele se transforme em uma ferramenta verdadeiramente efetiva para reduzir a taxa de juros”, argumentou o parlamentar.

O Cadastro Positivo pode ser fator importante para a queda dos juros finais praticados no mercado futuramente. De acordo com o Banco Central, eles podem variar de 28% a 432% ao ano. Isso ocorre porque quem empresta dinheiro, libera financiamentos de bens e concede créditos tem prática de aumentar os juros como forma de proteção à inadimplência.

Com as informações do Cadastro Positivo, as instituições vão poder oferecer juros menores aos bons pagadores, como forma de incentivar os consumidores a manterem as contas em dia.

Após ser aprovado na Câmara dos Deputados, o projeto que torna obrigatório a publicação dos dados dos consumidores com nomes limpos na praça precisa ser sancionado pela Presidência da República.



Cristiano Carlos
Fonte: Agência do Rádio Mais

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