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terça-feira, 16 de dezembro de 2025

Modismos de saúde que viralizaram na internet podem colocar o corpo em risco, alertam médicos

Produtos para limpeza dos ouvidos e técnicas populares para dormir melhor exigem cautela e avaliação profissional

 

Com a popularização das redes sociais e dos e-commerces, soluções rápidas para cuidar da saúde ganham cada vez mais espaço. Entre as tendências mais compartilhadas estão os dispositivos vendidos online para remoção de cera do ouvido e o uso de fita adesiva para tampar a boca durante o sono. Apesar da aparência inofensiva, ambas as práticas podem oferecer riscos importantes à saúde, segundo especialistas do Hospital Paulista, referência nacional em otorrinolaringologia.


Removedores de cera: praticidade que pode virar problema

Kits com câmeras, removedores elétricos e velas auriculares prometem facilitar a limpeza dos ouvidos, mas podem causar lesões quando utilizados sem orientação médica. Segundo a otorrinolaringologista Dra. Bruna Assis, embora alguns dispositivos sejam úteis em ambiente clínico, o uso doméstico exige cautela.

“Quando falamos sobre os dispositivos com câmeras, eles podem ser bons aliados para diagnóstico e remoção de cerume, mas o uso por pessoas não treinadas aumenta o risco de traumas no conduto auditivo e até perfuração do tímpano”, alerta.

A médica também chama atenção para métodos não recomendados, como as velas auriculares. “Além de não garantirem a limpeza adequada, oferecem risco real de queimaduras”, afirma. Sintomas como ouvido tampado, zumbido e perda auditiva leve também podem indicar problemas mais complexos, e não apenas excesso de cera.


Fita na boca ao dormir pode agravar distúrbios respiratórios

Outra prática que ganhou destaque nas redes é o chamado mouth taping, técnica que consiste em tampar a boca durante o sono para reduzir ronco e melhorar a respiração. Para o otorrinolaringologista Dr. Lucas Vaz Padial, o método pode ser perigoso.

“A respiração pela boca costuma ser um mecanismo compensatório para problemas como desvio de septo ou apneia do sono. Forçar a boca a permanecer fechada pode agravar esses quadros”, explica.

Segundo o especialista, práticas sem comprovação científica não substituem avaliação médica. “Sono e respiração exigem diagnóstico individualizado. Soluções genéricas divulgadas na internet podem trazer mais prejuízos do que benefícios”, destaca.


Cautela com soluções fáceis

Os médicos reforçam que, embora a internet amplie o acesso à informação, ela também dissemina práticas sem respaldo científico. “Quando se trata de audição, respiração e sono, procurar um profissional capacitado continua sendo a forma mais segura de evitar complicações”, concluem.

 

Hospital Paulista de Otorrinolaringologia


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