Infectologista alerta para os
principais riscos durante as viagens e reforça medidas simples de prevenção,
como hidratação, vacinas e alimentação equilibrada
As viagens de fim de ano são esperadas como
um momento de lazer e desconexão, mas também exigem atenção redobrada à saúde.
Mudanças de rotina, longos deslocamentos, alterações na alimentação e exposição
a novos ambientes e vetores podem comprometer o sistema imunológico e aumentar
o risco de doenças respiratórias, gastrointestinais e infecciosas.
Segundo o infectologista Pedro Martins,
mestre em Pesquisa Clínica em Doenças Infecciosas e professor da Afya Educação
Médica, o período de férias costuma coincidir com semanas de alta carga de
estresse e pouco descanso, o que torna o corpo mais vulnerável. “Quando o
viajante embarca já cansado e privado de sono, o organismo tem mais dificuldade
para reagir a vírus e bactérias. A imunidade baixa, somada ao contato com
locais de grande circulação, eleva o risco de infecções”, explica o médico.
Antes de viajar, o especialista recomenda uma
avaliação com um profissional de saúde, atualização do calendário vacinal e
prescrição preventiva de antibióticos profiláticos. “Vacinas básicas, como
gripe, covid e febre amarela, devem estar em dia. Para destinos internacionais,
é importante verificar a necessidade de imunizações específicas em ambulatórios
de medicina de viagem, como hepatite A, meningocócica B, raiva ou febre
tifoide. Para alguns locais, é necessário o uso antibióticos para prevenir
Malária e para o tratamento de casos de diarreia do viajante”, orienta Martins.
Outro ponto essencial é preparar um kit de
saúde pessoal, com medicamentos de uso contínuo, remédios para intercorrências
leves (como dores, alergias e enjoos), protetor solar e repelente. “Garantir o
estoque completo da medicação evita contratempos, especialmente em viagens
longas ou para locais com acesso limitado a farmácias”, ressalta o
infectologista.
A hidratação constante é um dos pilares mais
importantes para o bem-estar durante o trajeto e a estadia. Viagens de avião,
carro ou ônibus tendem a reduzir a ingestão de líquidos, o que favorece quadros
de fadiga, dores de cabeça e até trombose venosa profunda em trajetos
prolongados. “O ideal é beber pequenas quantidades de água ao longo do dia e se
levantar a cada duas horas para caminhar ou alongar as pernas. São atitudes
simples que fazem muita diferença”, explica o médico.
Também é importante manter uma alimentação
leve e equilibrada, dando preferência a alimentos com cozimento adequado. O
excesso de comidas gordurosas e bebidas alcoólicas pode causar desconfortos
gastrointestinais e comprometer a disposição. “Evite longos períodos em jejum e
dê preferência a alimentos conhecidos pelo organismo, como frutas, vegetais e
proteínas magras. O corpo precisa de energia de qualidade para lidar com o
ritmo das viagens”, recomenda.
Durante o deslocamento, especialmente em ambientes
fechados como aviões e ônibus, o uso de álcool em gel, a higienização das mãos
e a etiqueta respiratória continuam sendo medidas fundamentais. “Esses cuidados
ajudam a prevenir doenças respiratórias que se espalham com facilidade em
locais com grande circulação de pessoas”, reforça Pedro Martins.
Por fim, o especialista lembra que o descanso é parte essencial da viagem. “Dormir bem, se hidratar e se alimentar adequadamente são formas de preparar o corpo para aproveitar melhor o destino. A prevenção é o que garante férias tranquilas e sem imprevistos de saúde”, conclui o infectologista.
Afya
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