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terça-feira, 16 de dezembro de 2025

Autoexclusão nas bets vira porta de entrada; psicólogo explica quando buscar ajuda no SUS

Ferramenta permite bloquear o acesso a todas as casas licenciadas; entenda como recurso pode apoiar o início do tratamento

 

A plataforma nacional de autoexclusão anunciada pelo Governo Federal cria um mecanismo único para que usuários bloqueiem o próprio acesso a todas as casas de apostas licenciadas no país. Antes, era necessário solicitar o bloqueio individualmente, site por site. 

Para o psicólogo clínico Leonardo Teixeira, especialista em comportamentos compulsivos, a ferramenta funciona como uma barreira inicial que reduz o acesso em momentos de maior impulso. “Quando alguém solicita a autoexclusão, está reconhecendo que perdeu a capacidade de frear sozinho e precisa de ajuda externa”, afirma. 

Segundo Teixeira, a medida é complementar ao atendimento clínico. O Ministério da Saúde incluiu a ludopatia em sua linha de cuidado e determinou que todos os CAPS ofereçam suporte específico para casos ligados a jogos. “Quando existe uma estrutura pública organizada, a pessoa deixa de enfrentar o problema sozinha”, diz. 

A compulsão em apostas, de acordo com o psicólogo, envolve perda de autonomia e decisões guiadas pelo impulso, não por escolha racional. O bloqueio centralizado reduz esses episódios e abre espaço para que a pessoa busque tratamento. Segundo Teixeira, a plataforma também pode ajudar o Ministério da Saúde a identificar padrões de comportamento e regiões mais afetadas, informações que devem orientar ações futuras de prevenção.

 

O que fazer além da autoexclusão 

Segundo Leonardo Teixeira, algumas orientações podem apoiar o período após a autoexclusão: 

·         Reduzir gatilhos imediatos: evitar ficar sozinho nos horários em que costumava jogar; desinstalar aplicativos que facilitem depósitos; deixar cartões e senhas fora do alcance em momentos críticos.

·         Atravessar a vontade de apostar: nomear o impulso (“estou com vontade agora”); esperar alguns minutos antes de agir; fazer uma atividade de deslocamento rápido de atenção.

·         Quando procurar ajuda: prejuízo financeiro, impacto na rotina ou dificuldade de interromper sozinho.

 

Orientações para familiares:

·         Ouvir sem julgamento;

·         Ajudar, se houver acordo, na organização financeira;

·         Incentivar o atendimento profissional.

·         Evitar vigilância excessiva e cobranças que aumentem isolamento.

 

Leonardo Teixeira - psicólogo clínico, especializado no tratamento do vício em apostas, com mais de nove anos de experiência na área. Criador do Programa Cartada Final, já ajudou dezenas de pessoas a romperem o ciclo da compulsão, reconstruírem sua autoestima e retomarem o controle da vida familiar e financeira. Formado em Psicologia pela Universidade do Contestado (SC) e pós-graduado em Psicologia do Esporte, Leonardo também é especialista em Gestalt-terapia, o que lhe garante uma abordagem integrativa e humanista para lidar com os desafios complexos da dependência. Reconhecido como referência no tema, é criador do maior canal sobre vício em apostas, com mais de 110 mil seguidores, impactando milhares de famílias com informações, reflexões e ferramentas práticas para prevenção e tratamento. Sua atuação une ciência e prática clínica, o consolida como um dos principais especialistas do Brasil no combate ao vício em apostas.

 


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