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sábado, 30 de agosto de 2025

Infância em risco: especialistas alertam para os impactos da adultização precoce

Divulgação
Marista Escola Social Irmão Justino

A infância, fase essencial para o desenvolvimento emocional, social e cognitivo, tem sido comprometida por fenômenos como a adultização precoce e a superexposição infantil. Educadores e especialistas do Marista Escola Social Irmão Justino alertam para os riscos dessas práticas e defendem medidas concretas para garantir o direito ao brincar, à imaginação e à proteção integral das crianças.


Segundo o sociólogo Manuel Sarmento, a infância deve ser entendida como uma categoria social geracional, refletindo os interesses e transformações da sociedade. No entanto, contextos familiares fragilizados e práticas cotidianas têm antecipado responsabilidades adultas às crianças, como o cuidado de irmãos menores, preocupações estéticas e uso de roupas inadequadas para a idade.

Os desafios da era digital também trazem alertas importantes. O uso excessivo de telas e a falta de supervisão familiar têm se tornado obstáculos para educadores. O acesso irrestrito a conteúdos impróprios exige das escolas estratégias de acolhimento que respeitem as singularidades de cada criança.

A psicóloga Aparecida Tatiane de Almeida Carneiro, a coordenadora pedagógica Rosana Braga Souza e a assistente social Thaiane Rosa do Nascimento Freitas destacam que a escola deve ser um espaço de afeto, proteção e ludicidade.
“É preciso garantir o direito ao brincar e promover aprendizagens significativas em ambientes convidativos, em contato com a natureza e com projetos educativos que respeitem as infâncias”, afirmam.


Impactos da adultização infantil

De acordo com o Instituto Alana, a adultização infantil é caracterizada pela exposição precoce a conteúdos e vivências da vida adulta, podendo gerar impactos físicos, emocionais e sociais. A influência das redes sociais, somada à lógica capitalista e ao distanciamento nas relações familiares, têm tornado as crianças mais vulneráveis a transtornos como ansiedade, depressão e baixa autoestima.

Vale ressaltar que a adultização é também uma forma de violação de direitos, pois ignoram o bem-estar e interesses da criança. “A forma instantânea como que as redes sociais são organizadas com informações rápidas e excessivas, pode expor os jovens a transtornos de ansiedade, depressão, transtornos alimentares, despertar inseguranças relacionadas à autoimagem, contribuir para baixa tolerância à frustração, deixando marcas neste momento crucial para formação de identidade”, destacam as educadoras.

Nesse contexto, torna-se essencial que as práticas escolares estejam alinhadas ao princípio da prioridade absoluta, previsto na Constituição Federal e reafirmado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), garantindo que os direitos de crianças e adolescentes sejam efetivados em sua integralidade.

Mais do que um espaço de ensino, a escola deve assumir uma postura ativa na defesa dos direitos da criança e do adolescente. A Política de Proteção Integral do Marista Brasil estabelece diretrizes para prevenir situações de risco e orientar o encaminhamento de casos de violação.

A parceria entre escola e família é apontada como essencial para criar redes de proteção eficazes. Campanhas educativas, rodas de conversa e atividades lúdicas têm se mostrado ferramentas importantes para sensibilizar a comunidade e fortalecer os vínculos com os alunos.

Garantir que a infância seja vivida em sua plenitude é um compromisso coletivo. Isso significa respeitar o tempo e o ritmo de cada criança, promover espaços seguros e estimular o brincar como forma de expressão, aprendizagem e construção de identidade.

Como afirmou o educador italiano Loris Malaguzzi, referência na pedagogia da infância: “A escola deve ser um lugar de acolhimento, amor e respeito”.



Marista Escola Social Irmão Justino

Aparecida Tatiane de Almeida Carneiro (psicóloga),

Rosana Braga Souza (coordenadora pedagógica)

Thaiane Rosa do Nascimento Freitas (assistente social).


Um comentário:

  1. Tema muito importante para considerarmos com as infancias e juventudes contemporâneas. Parabens às Educadoras.

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