Pediatra Dra.
Mariana Bolonhezi explica por que os famosos “ataques de birra” fazem parte do
desenvolvimento infantil e como os pais podem transformar esses momentos em
oportunidades de aprendizado
As birras estão
entre as situações mais desafiadoras para pais de crianças pequenas. Em casa,
no mercado ou em uma visita à casa de amigos, lidar com explosões emocionais
pode ser cansativo e gerar dúvidas sobre a melhor forma de agir. No entanto,
segundo a pediatra Dra. Mariana Bolonhezi, esses episódios são parte natural do
desenvolvimento e podem se tornar momentos valiosos de aprendizado para os
pequenos.
Entre os 2 e 4
anos de idade, o cérebro infantil passa por uma fase intensa de amadurecimento,
especialmente nas áreas ligadas ao controle emocional. Apesar disso, essas
regiões ainda são imaturas, e as crianças não possuem recursos suficientes para
lidar com frustrações ou expressar suas necessidades de forma adequada. “Para
elas, é como se uma onda gigante invadisse a mente. Sem o suporte emocional
adequado, a reação acaba sendo desproporcional”, explica a pediatra.
Como
os pais podem ajudar?
Segundo a
especialista, o papel dos pais é essencial durante as birras. Mais do que
discursos longos, o que a criança precisa é de acolhimento. Validar os
sentimentos, mesmo que não façam sentido para os adultos, transmite segurança e
ensina empatia. Um exemplo simples é dizer: “Eu sei que você está bravo porque
não podemos comprar o brinquedo agora, mas estou aqui para te ajudar a se
sentir melhor.”
Manter uma
rotina previsível também é uma forma de prevenção. Horários regulares de
alimentação, descanso e momentos de tranquilidade reduzem as chances de
explosões emocionais. Além disso, o exemplo dos pais é determinante: demonstrar
calma diante das próprias frustrações mostra, na prática, como reagir a
situações difíceis.
Oportunidade
de crescimento
Embora desafiadoras, as birras são também oportunidades de ensinar habilidades importantes, como paciência, autocontrole e empatia. “Com o tempo, a criança aprende a lidar melhor com as emoções, e os episódios vão diminuindo naturalmente”, destaca a Dra. Mariana.
A pediatra reforça que os pais não
estão sozinhos nessa jornada. Sempre que necessário, buscar orientação
profissional é uma forma de apoio e segurança. “Cada crise pode ser
transformada em um momento de aprendizado e conexão. Ser pai ou mãe é uma
aventura cheia de desafios, mas também repleta de descobertas e amor”, conclui.
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