Planejar uma gravidez vai muito além de escolher o melhor momento da vida para vivenciar essa fase cheia de emoções. Para casais com histórico familiar de doenças genéticas ou que simplesmente desejam se preparar melhor, o cuidado deve começar antes da gestação. Por isso, no Agosto Dourado, mês dedicado à saúde da gestante e do bebê, especialistas reforçam que o pré-natal começa muito antes de a barriga crescer.
Confira três dicas de saúde e inovações da medicina que podem
ajudar a ter uma gestação mais tranquila:
1.
Planejamento genético antes da gestação
Com o apoio da genética, é possível transformar incertezas em
decisões ainda mais seguras e conscientes. Segundo Gustavo Guida, geneticista
dos laboratórios Sérgio Franco e Bronstein, da Dasa, líder em medicina
diagnóstica no Brasil, para casais com histórico familiar de doenças genéticas,
é recomendado o exame Painel de Portadores. Esse teste genético, feito com base
em amostras de sangue ou saliva, identifica mutações que podem ser transmitidas
ao bebê.
“Entre as condições que podem ser identificadas estão fibrose
cística, atrofia muscular espinhal, anemia falciforme e síndrome de Tay-Sachs.
Se o pai e a mãe tiverem alterações no mesmo gene, o bebê tem uma chance maior
de desenvolver a condição genética. Nesses casos, a informação permite que o
casal considere opções como acompanhamento genético e se prepare de forma
clínica e emocional para uma gestação com mais suporte”, explica o
médico.
2.
Pré-natal completo garante mais informações sobre o bebê
A rotina de ultrassonografias durante a gestação é extremamente
válida para acompanhar o desenvolvimento do bebê, mas diante dos avanços da
medicina fetal, exames tradicionais como as ultrassonografias morfológicas, o
perfil biofísico, a dopplerfluxometria colorida e a ressonância magnética fetal
ganharam aliados tecnológicos como a inteligência artificial e a reconstrução
em 3D.
De acordo com o dr. Heron Werner, ginecologista e obstetra
especialista do Núcleo de Medicina Fetal do Alta Diagnósticos, da Dasa, em Botafogo,
no Rio de Janeiro, novos equipamentos possuem inteligência artificial (IA)
integrada, o que oferece diagnósticos ainda mais precisos e rápidos.
“Hoje temos uma evolução do exame de ultrassom com as ferramentas
de IA presentes nos equipamentos que oferecem uma visão detalhada do
desenvolvimento do bebê e são capazes de segmentar e medir, de maneira
automática, as estruturas do feto em imagens 3D ou 4D.”
Heron explica que o uso de exames de imagem fetal é essencial para
identificar precocemente malformações e permitir que a equipe médica planeje
até mesmo intervenções cirúrgicas com antecedência, escolhendo o momento ideal
e a técnica mais adequada.
“A utilização da tecnologia de imagens 3D no pré-natal permite que
a gente reconstrua modelos virtuais do bebê, de modo a facilitar a visualização
da patologia e preparar melhor a família, a equipe e os recursos necessários
para o parto e os procedimentos pós-nascimento, garantindo mais segurança e
melhores resultados”, pondera o especialista.
Gustavo Guida acrescenta ainda que outro exame complementar muito
utilizado durante o pré-natal é o Teste Pré-Natal Não Invasivo (NIPT),
realizado a partir da décima semana, que analisa fragmentos do DNA do feto no
sangue da mãe e identifica o risco de alterações cromossômicas, como a síndrome
de Down, de forma segura e com alta precisão.
3.
Aconselhamento genético familiar
Após
a realização de exames genéticos, o aconselhamento com um médico geneticista é
fundamental. O profissional ajuda a interpretar os resultados, a entender os
riscos e a tomar decisões informadas, além de solicitar outros exames e
direcionar o casal a outros profissionais, se necessário.
“Com base nesse resultado, o médico geneticista fornece
orientações e direcionamento para outros exames e profissionais, se necessário.
Mulheres com histórico pessoal que levante suspeita para condições genéticas ou
que apresentem abortos recorrentes, por exemplo, podem realizar exames para
alterações específicas”, finaliza Guida.
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