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A esclerose múltipla (EM) é uma doença neurológica autoimune que
atinge cerca de 40 mil brasileiros, segundo estimativas da Associação
Brasileira de Esclerose Múltipla (ABEM). A enfermidade costuma ser
diagnosticada em adultos jovens, principalmente mulheres, e pode afetar
diferentes aspectos da vida, inclusive a esfera ginecológica.
De acordo com o ginecologista especializado em reprodução humana
Dr. Vamberto Maia Filho, a EM não compromete a fertilidade ou a capacidade de
engravidar. “Mulheres com esclerose múltipla podem ter filhos com segurança. A
doença não altera a função ovariana e não reduz a reserva reprodutiva. O que
pode ocorrer são impactos indiretos, relacionados à vida sexual e ao bem-estar
da paciente”, explica.
Impactos ginecológicos da esclerose múltipla
Entre os sintomas mais comuns que afetam a saúde ginecológica
estão:
- Disfunções sexuais – dificuldade de lubrificação
vaginal, redução da sensibilidade e alterações no orgasmo;
- Sintomas urinários – como urgência e incontinência, que
podem interferir na intimidade;
- Influência no ciclo reprodutivo – piora dos sintomas
pré-menstruais e da menopausa.
Apesar desses efeitos, a doença não representa impedimento para
gravidez, e o acompanhamento médico adequado permite que muitas mulheres
realizem o sonho da maternidade.
Tratamento e qualidade de vida
Atualmente, a esclerose múltipla não tem cura, mas há tratamentos
eficazes que controlam a evolução da doença e reduzem as crises. Entre eles,
estão as terapias imunomoduladoras e imunossupressoras, que ajudam a proteger o
sistema nervoso central.
No campo ginecológico, existem alternativas para minimizar os
impactos na vida sexual e no ciclo hormonal:
- Terapias de reposição hormonal (quando indicadas, em
casos de menopausa);
- Tratamentos locais para lubrificação e saúde vaginal;
- Orientação fisioterápica e uroginecológica para
sintomas urinários;
- Apoio psicológico para melhora da autoestima e saúde
mental
“É essencial que a mulher com EM seja acompanhada de forma
multidisciplinar. Neurologistas, ginecologistas e especialistas em reprodução
humana podem trabalhar juntos para garantir qualidade de vida, saúde sexual e a
possibilidade de planejar uma gravidez de forma segura”, completa o Dr.
Vamberto.
Além da questão clínica, o Dr. Vamberto ressalta que a decisão de engravidar envolve também uma dimensão psicológica importante. “Não há impedimentos médicos diretos para a maternidade na esclerose múltipla, mas é fundamental considerar o impacto emocional e social dessa escolha. Ter um filho significa pensar na própria saúde, no futuro da criança e na rede de apoio necessária. Por isso, cada caso deve ser avaliado de forma individualizada, unindo o cuidado médico à reflexão pessoal e familiar”, afirma o especialista.

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