Pesquisas científicas reforçam a eficácia da prática para redução dos sintomas depressivos, melhora de funções cognitivas, autoestima e socialização, além de auxiliar na redução de estresse e ansiedade
Estudos recentes têm apontado a dança como uma estratégia eficaz
no enfrentamento da depressão, unindo movimento, expressão artística e
socialização a benefícios físicos e emocionais. De acordo com publicação de
2024 da Revista DaGente, a prática estimula a liberação de serotonina,
neurotransmissor associado ao bem-estar, contribuindo para a regulação do
humor, do sono e do apetite.
Uma meta-análise conduzida em 2024 por Noetel et al.,
com mais de 14 mil participantes, reforçou esses resultados: a dança apresentou
um dos maiores efeitos na redução dos sintomas depressivos, com
valor de Hedges g –0,96. Esse impacto foi superior ao de outras práticas
físicas, como caminhada (–0,63), treino de força (–0,49) ou ioga
(–0,55) (fonte: muvondance.com.br).
O efeito transformador da dança também se reflete em histórias
pessoais. Diagnosticada com depressão em 10 de setembro de 2020, Adriana
Monteiro, 36 anos, passou a incluir a dança em sua rotina a
partir de 2021, como complemento ao tratamento tradicional. Hoje, ela integra o
Grupo de Dança Entrelaços, premiado em festivais como o Taboão Fest
(3º lugar em 2022, 1º em 2023 e 2º em 2024). Em 2025, o grupo voltou ao
festival e estreou no Festival de Dança de Joinville, um
dos maiores do país.
“A dança me resgata todos os dias dos sintomas da depressão, fortalece meu amor-próprio e melhora minha autoimagem. É nesse movimento que me reconecto comigo mesma, encontro relaxamento e consigo enxergar a vida de forma mais leve e vibrante”, afirma Adriana.
A eficácia da dança também é evidenciada em estudos internacionais. Como publicado no artigo “How Dancing Helps Your Mental Health” (Verywell Mind, 18 de novembro de 2021), a prática traz benefícios amplos para a saúde mental. Entre eles:
- Dança livre (free-flowing): melhora o humor em 98% dos participantes.
Dança coreografada: protege contra o declínio cognitivo, aumentando a densidade da substância branca no cérebro. - Dança sincronizada: fortalece os
laços sociais e eleva a tolerância à dor, graças à liberação de endorfina.
- Terapia por dança (Dance/Movement Therapy): eficaz na redução de sintomas de depressão
e ansiedade, além de melhorar a qualidade de vida e as
habilidades interpessoais.
Esses achados reforçam o papel da dança
como aliada não apenas no tratamento da depressão, mas também na promoção de
bem-estar, autoestima e integração social.


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