quinta-feira, 31 de outubro de 2024

Útero didelfo: quão rara essa condição é?


Pode parecer estranho, mas algumas pessoas nascem com dois úteros. Esse órgão “adicional”, na verdade, é consequência de uma má-formação das estruturas do sistema reprodutivo feminino. Quando dão origem a duas cavidades uterinas, tem-se o útero didelfo.
 

Essa anomalia uterina congênita, chamada no meio médico como Útero Didelfo, é decorrente de distúrbio no desenvolvimento do útero quando a pessoa ainda estava sendo gerada, entre 12 a 16 semanas de gestação. 

De acordo com o Dr. Paulo Tudech, especialista em reprodução humana da Nilo Frantz Medicina Reprodutiva, existe uma estrutura no desenvolvimento do feto chamada de Ducto de Muller, e caso ocorra qualquer desenvolvimento anormal deste Dueto pode-se ter a condição do útero didelfo. 

“É um evento raro que acomete apenas 10% das malformações uterinas. Ele resulta da fusão anormal de ductos paramesonéfricos que geram o útero com dois cornos, dois colos uterinos e às vezes até duas cavidades vaginais”, explica o especialista. 

Tudech afirma que os sintomas mais comuns são dores no ato sexual e a cólica menstrual. 

Para chegar ao diagnóstico de possuir útero didelfo são necessárias as realizações de exames de imagem como ultrassom, Histerossalpingografia e Ressonância magnética. 

Caso seja comprovada a condição, não é preciso necessariamente fazer uma cirurgia para correção.

 

No que ele interfere na fertilidade e em gestações? 

Segundo Tudech, dificilmente o útero Didelfo interferirá na fertilidade da mulher, as malformações uterinas relacionadas à infertilidade são: o Septo uterino e o Útero Bicorno. 

“Com relação à gestação, existe risco maior para abortamento, trabalho de parto prematuro, dificuldade de ter um parto normal e redução da taxa de nascidos vivos. Vale ressaltar que apenas 2 a 8% das mulheres inférteis têm malformação uterina, sendo que 5 a 30% possuem história de abortamento”, finaliza.


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