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sexta-feira, 9 de junho de 2023

Aumenta a violência sexual contra crianças e adolescentes no Brasil


Em 13 de junho, das 7h às 13h, no Terminal da EMTU – Metrô Jabaquara, em ação da  II Semana de “Conscientização e mobilização em prol do desenvolvimento saudável e de prevenção e combate à violência contra crianças e adolescentes da cidade de São Paulo” será realizado um mutirão de de combate à violência digital às crianças e aos adolescentes.


O objetivo é esclarecer os cidadãos, particularmente pais e tutores, quanto a ameaças recorrentes no universo digital e orientá-los sobre como combatê-las para proteger seus filhos.


Denominado de Infância, eu abraço o mutirão será interprofissional com participação e apoio de instituições da sociedade civil, entidades médicas, como a Academia Brasileira de Neurologia, Sociedade Brasileira de Pediatria, Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, Associação Paulista de Medicina, entre outras (www.instituto-omp.org.br/infanciaeuabraco). A organização é da ONG Instituto Olinto Marques de Paulo e da Sociedade de Pedriatria de São Paulo.


         A recepção às crianças, pais e responsáveis será calorosa:

·      Balões coloridos para as crianças.

·      Distribuição de rosas brancas, simbolizando a paz, às mães, aos pais e responsáveis.

·      Especialistas acolhendo, prestando orientação e distribuindo cartilhas sobre os direitos das crianças.

·      Educadores esclarecendo sobre os cuidados indispensáveis ao adequado acompanhamento de crianças e adolescentes quando da nevegação em redes sociais e demais plataformas digitais.

·      Performances didáticas de um grupo de “palhaços da informação” chamando atenção para os riscos que se escondem por trás das plataformas digitais e, cada vez com maior frequência, ganham espaços nos noticiários policiais - como atentados em escolas, preparação de sequestros, pedofilia, cyberbullying, entre outros

A campanha Infância, eu abraço também vem mobilizando astros, estrelas e celebridades como o cartunista Mauricio de Sousa, papai da Monica, Cebolinha e Cascão, entre outros, além de estrelas da TV e cinema: Suzana Vieira, Nicholas Torres, Paulo Tatit e Mateus Solano, Yana Sardenberg, Júlia Zimmer e Malu Mader.

 

A propósito, no dia 13, no Terminal da EMTU – Metrô Jabaquara, haverá ainda exposição de telas temáticas especialmente preparadas por alguns dos principais grafiteiros do Brasil.  

 

Dados sobre a violência 

Foi divulgado recentemente pelo Ministério da Saúde um boletim epidemiológico sobre as notificações de violência sexual contra crianças e adolescentes no Brasil, com dados de 2015 até 2021. O documento considera crianças aquelas que têm de 0 a 9 anos, e adolescentes, de 10 a 19 anos. Os dados levam em conta características demográficas, como região do País, sexo da vítima, sexo do agressor, local de ocorrência e a quantidade de acontecimentos por criança e adolescente.


Durante os sete anos de análise, houve um crescimento exponencial nas notificações de casos de violência sexual contra crianças e adolescentes, totalizando 202.948 casos, dos quais 41,2% foram cometidos contra crianças e 58,8% contra adolescentes.


Somente em 2015, foram notificados 21.122 casos, e em 2019 este número havia subido mais de metade em relação ao início da pesquisa, chegando a 34.208 casos. No ano de 2020, essa quantidade declinou para 29.265, porém, a pandemia de Covid-19 pode ter afetado diretamente estes dados, visto que em 2021 o número de casos disparou para a casa de 35 mil notificações.


Crianças violentadas

Na violência sexual contra crianças, estima-se que 76,9% das notificações ocorreram entre meninas. Os maiores índices de ocorrência, tanto do sexo feminino quanto do masculino, foram entre a faixa etária de 5 a 9 anos (55,1%), com valores correspondentes a 53,6% e 60,1%, respectivamente.


Observa-se que os tipos de violências mais cometidos são o estupro – 52.436 (56,8%) –, seguido de abuso sexual – 26.995 (29,2%). Entre os abusadores, 81% são do sexo masculino e 4,3% do sexo feminino. Os principais agressores dessa faixa etária são os familiares e amigos/conhecidos, com 41,1% e 26,9%, nesta ordem. Em disparada, o local com maior incidência são as próprias residências, com 70,9% dos registros, em sequência as escolas (4%) e vias públicas (2,3%).


O Sudeste destaca-se como a região com o maior número de ocorrências, registrando 36.482 casos, que corresponde a 43,7% do total. Os encaminhamentos e notificações geralmente são feitos para o Conselho Tutelar. Durante os anos do estudo, o órgão público foi acionado em 56.090 casos (34,7%), e em sequência aparecem a rede de saúde (29,4%) e a de assistência social (15,4%).


Adolescentes

O estudo aponta que, entre os adolescentes, a faixa etária quem mais sofreu algum tipo de violência sexual foram aqueles entre 10 e 14 anos. 35% das meninas e 41,6% dos meninos afirmam já terem sido violentados mais de uma vez, somando-se ao todo 52.968 adolescentes.


O estupro, o assédio sexual e a exploração sexual são os tipos de violência que mais ocorrem com frequência, sendo o primeiro com 59,6% dos casos, e os outros dois aparecem com 27,4% e 4,2%, nesta sequência.


A própria residência é apontada como o local em que mais ocorrem crimes de importunação sexual, cerca de 63,4% dos casos; as vias públicas aparecem logo em seguida, com 10,5%. Em paralelo como os dados referentes à violência contra a criança, o sexo masculino também se manifesta como maior agressor, em torno de 86% dos acontecimentos.


Nesta perspectiva, a região Sudeste também se destaca, com 39.771 (33,3%) casos, seguida de Norte e Nordeste, com 19,7% e 19,3%, respectivamente. Para esta faixa, os lugares para onde mais são encaminhadas as vítimas de abusos sexuais são o Conselho Tutelar e a rede de saúde, com 30,9% e 30,2%; já a rede de assistência social ocupa a terceira posição, com 17,4%.

 

Fonte: Associação Paulista de Medicina


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